Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
Milhões de brasileiros estão endividados. Caíram na armadilha do “crédito fácil”, acharam que um empréstimo era um bom investimento, que o cartão de crédito era uma ótima opção para gastar e pagar contas, que o banco era seu amigo e os considerava ótimos clientes, por isso lhes deu cheque especial, cartão, financiamentos, empréstimos e usaram todos estes recursos, sem pensar nas consequências.
Bem, se você é um destes milhões de brasileiros e está endividado, usando o limite do cartão para cobrir dívidas de lojas, usando o cheque especial para cobrir despesas de casa, tirando um empréstimo para quitar outro, com contas atrasando, se os juros estão multiplicando suas dívidas mês a mês, as cartas, mensagens e ligações telefônicas de cobrança e ameaças de seus credores não param, seu nome já foi para o SPC, SERASA ou protesto ou está prestes a ir e você já não consegue mais dormir, não consegue pensar, não sabe o que fazer, certamente sabe sobre do que estou falando.
Começa o desespero. Você está deixando de pagar contas importantes, como seguro do carro, colégio das crianças, condomínio, água, luz e deixando de comprar produtos necessários para sua família, pois está tentando tapar o buraco dos juros, dos juros sobre juros, das multas e outras cobranças derivadas do crédito.
Leia também:
- Quanto tempo o nome fica no SPC e SERASA
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Se você continuar cedendo, aceitando renegociações e pagando mais juros e encargos sobre as dívidas, os meses e anos passarão, você gastará uma fortuna, talvez tenha que vender o carro e a casa, destruindo o patrimônio conquistado ao longo de anos de trabalho e esforço além, é claro, o orçamento da sua família, e ainda continuará devendo.
Troque dívidas mais caras por dívidas mais baratas
As dívidas com algumas financeiras, cartão de crédito e cheque especial são as mais caras, pois os juros e outros encargos por atraso podem fazer com que ela aumente até 20% ao mês e mais de 1000% ao ano.
Portanto, é uma boa conseguir um empréstimo pessoal (CDC) ou um consignado direto no banco, os quais tem juros entre 2% e 5% em média, e quitar as dívidas com juros mais altos, ficando com dívidas menos onerosas.
Você também pode procurar outros bancos para fazer a portabilidade de sua dívida, ou seja, a troca.
Muitos bancos aceitam quitar a sua dívida e abrir com eles outra, com juros menores e prazos maiores, o que, com certeza, é uma ótima opção!
Se mesmo assim, não resolver seus problemas, talvez seja o momento de você dar um basta na situação.
Quando as dívidas com juros e outros encargos advindos do crédito começam a corromper o orçamento e prejudicar a subsistência da família e você tem que escolher entre sobreviver ou pagar juros, a melhor escolha é sobreviver.
Portanto, é melhor parar de pagar estas dívidas que não param de crescer e parecem eternas e dedicar seus rendimentos apenas para pagar as dívidas mais básicas e necessárias (moradia, alimentação, luz, água, etc).
Não faça mais nenhum gasto desnecessário! Tenha o foco apenas nos gastos mais básicos e canalize seus esforços na economia. Abra uma poupança e guarde tudo o que sobrar no final do mês. Esta reserva será muito importante para você poder começar a ajeitar sua vida e saldar as dívidas com seus credores.
Tenha consciência que esta é uma situação extrema mas temporária, pois você continua com a obrigação de pagar os seus credores e este será um dos seus principais objetivos a partir de agora.
Dever não é crime (desde que a pessoa não tenha feito a dívida já premeditando não paga-la, pois neste caso é estelionato), quanto mais se sua dívida se originou da cobrança dos juros, multas e outros encargos absurdos que são cobrados no Brasil e o pagamento destas dívidas está prejudicando a subsistência de sua família.
Bem, agora é hora de respirar e começar a enfrentar esta nova realidade.
Nos primeiros dias, você começará a receber uma avalanche de cartas, telefonemas e mensagens de seus credores. As cobranças são feitas sem respeitar horário ou local. Eles ligam para o seu telefone residencial, celular e para qualquer telefone que saibam onde você pode estar ou de alguém que possa conhecer você.
Eles vão infernizar a sua vida. É o trabalho deles! Vão ligar dia e noite e vão fazer ameaças: - Seu nome vai para o SPC e SERASA! Vamos entrar com um processo e um oficial de justiça vai na sua casa com dois policiais tirar seus bens! Você vai ser preso! Etc
Não se intimide com estas ameaças, na maioria dos casos não passarão de simples “ameaças”.
Bem, em relação ao SPC e SERASA, não precisa nem de ameaça. Se você não pagar a dívida, a chance de seu nome ser cadastrado é de 99,9%. Mas existe um lado bom nisso: você não vai mais fazer dívidas, pois não terá mais crédito no mercado. Terá que comprar tudo à vista e aprender a controlar seu orçamento!
Lembre-se que o direito de um termina onde começa o direito do outro! Portanto, o credor tem todo o direito de inscrever o nome do devedor no SPC e SERASA, protestar a dívida em cartório, cobrar a dívida na justiça para exigir o que entende ser seu por direito, além de enviar cartas, mensagens e fazer ligações, mas sempre agindo dentro da lei, ou seja, não pode extrapolar os direitos do devedor de não ter sua vida privada (família, amigos, emprego etc) prejudicada.
Portanto, em relação as correspondências, as mesmas não podem ser endereçadas para outras pessoas que não o devedor, tampouco podem trazer qualquer informação que possa ser lida no seu exterior que trata-se de cobrança. Já no caso das mensagens e ligações telefônicas, assim como os credores têm o direito de fazer, você tem o direito de não ser importunado em sua privacidade. Portanto, no celular, basta bloquear a o número que está ligando ou enviando as mensagens e no telefone fixo coloque um identificador de chamadas para bloquear as que você não quer receber. Ninguém é obrigado a ficar ouvindo desaforos e ameaças de um funcionário mal educado e que é pago para agir desta maneira!
Na prática, bancos, cartões de crédito, financeiras e outras instituições do gênero não costumam entrar com ações de cobrança judicial, apenas em casos em que há um bem financiado (automóvel, máquina, etc) ou de grandes dívidas, e mesmo neste último caso, somente entram com ação de cobrança na justiça quando têm certeza que o devedor tem dinheiro ou bens para pagar.
Imagine se estas instituições financeiras tivessem que entrar com ações para cada pessoa que deve (hoje são dezenas de milhões de pessoas). Seria o caos, certamente reduziriam em muito sua margem de lucro, pois teriam que gastar com advogados e custas processuais (valores que são pagos para entrar com o processo na justiça) verdadeiras fortunas, sendo que grande parte dos devedores não tem bens para pagar a dívida, e mesmo que tenham, não vale a pena para os credores terem que estar correndo atrás de bens para levar a leilão e toda a burocracia da justiça.
Portanto, o melhor, mais rápido, barato e eficiente negócio para eles é colocar o nome do devedor no SPC e SERASA, protestar no Cartório e infernizar a sua vida através de empresas de cobrança que ficam ligando dia e noite, cobrando e fazendo ameaças.
Estas empresas somente recebem em cima do que conseguem cobrar (normalmente seus "honorários" são de 10% do que conseguem tirar do devedor).
Assim não há gastos com advogados ou com a justiça. Há somente lucro, porque as instituições financeiras só pagam 10% em cima do que for recuperado.
Em relação à ameaça de prisão, lembre-se: Dever não é crime! E você não ficou devendo por que quis, mas sim porque teve que fazer uma escolha entre pagar os juros absurdos cobrados ou colocar o alimento na mesa para sua família. Portanto, você não será preso por dever! (Na prática, somente há prisão no caso de dívida de pensão alimentícia).
Mas ATENÇÃO aos seus direitos: Os credores têm o direito de cobrar (ligar e mandar cartas), mas o direito deles vai até onde começa o seu. Portanto, cobranças que começam a incomodar você, que sejam em lugares ou horários impróprios, não são permitidas e você pode buscar a Justiça para limitar estes abusos e até pedir danos morais, se for o caso.
Eles também não podem ligar para seu trabalho, para familiares ou vizinhos, tampouco fazer você passar vergonha, isto é crime! (Leia mais em "É crime fazer o devedor passar vergonha")
Agora, passados alguns meses, você vai começar a colocar a sua vida em ordem e procurar os credores para quitar às dívidas.
Veja o quanto você conseguiu guardar na poupança (lembre-se de fazer a poupança, isto é muito importante, ou estes conselhos não servirão para nada). Faça uma listagem dos credores, em ordem da maior para a menor dívida. Comece pela menor. Entre em contato e veja a possibilidade de acordo com um bom desconto para pagamento à vista. Se não obtiver sucesso, passe para o próximo.
Coloque os mais flexíveis no topo da lista. Negocie com um de cada vez, e só aceite a proposta se for para pagamento à vista, com um bom desconto e que o valor caiba dentro do seu orçamento. (novos parcelamentos somente nos casos em que você tenha certeza de que são um "ótimo" negócio, em relação à dívida).
* Você pode procurar o Fórum de Justiça de sua cidade para tentar intermediar um acordo. Muitos Fóruns oferecem este tipo de serviço!
Não tente fazer acordos com vários credores ao mesmo tempo, a não ser que suas economias permitam que você consiga quitar as dívidas à vista, ou as parcelas caibam com folga no seu orçamento.
Não tenha pressa, você se endividou ao longo de meses (ou anos) e não será da noite para o dia que irá resolver “todas as suas dívidas”.
Lembre-se de ter disciplina e força de vontade. Você tem que economizar e tem que correr atrás de seus credores para quitar as dívidas!
Assim, a médio prazo, você conseguirá saldar todas as suas dívidas e poderá começar uma vida nova.
Agora vai um último conselho: Não adianta limpar o nome e começar a gastar novamente, seja consciente com o quanto você ganha e o quanto pode gastar, tenha os pés no chão e nunca "dê o passo maior que a perna", assumindo algo que não poderá pagar sem folga no orçamento, e viva bem, sem preocupações, sem desespero e sem dívidas.
Fonte: SOSConsumidor.com.br
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