Por que a taxa de desemprego não reflete melhora na vida dos brasileiros?
Publicado em 01/11/2024
Há uma percepção de que a economia não vai tão bem, e o dinheiro não consegue comprar a mesma quantidade de produtos de outrora
Nesta quinta-feira (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou a taxa de desemprego terminada no trimestre móvel de setembro. Na passagem de agosto para setembro, o desemprego recuou de 6,6% para 6,4%, abaixo do consenso de mercado (6,5%). Para este período, é a menor taxa da série histórica iniciada em 2012. Considerando-se todos os meses, é a segunda melhor taxa, perdendo apenas para dezembro de 2013 – recorde da série histórica (6,3%). No entanto, a queda no desemprego – notícia positiva -, parece não refletir a realidade dos brasileiros. Há uma percepção de que a economia não vai tão bem, e o dinheiro não consegue comprar a mesma quantidade de produtos de outrora. Como explicar essa aparente contradição?
A primeira hipótese é que a perda de renda do brasileiro na última década foi brutal. Os anos de 2015 e 2016 foram marcados pela maior crise econômica brasileira da história – duas quedas consecutivas do PIB próximas de 3,5% (magnitude de pandemia), inflação elevada e rápido aumento do desemprego. Depois, veio a greve dos caminhoneiros, que tirou 0,8 p.p. de crescimento do PIB. Por fim, a pandemia de Covid-19, com suas graves consequências para a economia. Todas essas crises machucaram muito o bolso do brasileiro, de tal modo que a recuperação do emprego ainda insuficiente para repor toda a renda perdida durante esses anos.
Outra hipótese para insatisfação da população é a volta da inflação. O IPCA ronda na casa de 4,5%. No entanto, o índice é uma média geral da alta dos preços, não refletindo necessariamente a inflação individual de cada pessoa. Para alguns indivíduos, dependendo da composição do orçamento, essa inflação pode ser muito superior a 4,5%. Inflação mais alta significa perda do poder de compra, mesmo com a recuperação no mercado de trabalho. Além da inflação, outro motivo capaz de explicar o descolamento entre melhora no mercado de trabalho e insatisfação da população é a possiblidade da queda do desemprego não ocorrer em todos os segmentos da sociedade.Independentemente das causas da insatisfação, a situação atual lembra muito a do governo Dilma. Naquela época, mesmo com o recorde histórico de desemprego, havia um clima de descontentamento geral na sociedade, que resultou nas manifestações de 2013. Se o mercado de trabalho estava tão bom, então por que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar?
Como venho apontando nesta coluna, há várias semelhanças do atual governo com a gestão Dilma, principalmente pela política fiscal expansionista (aumento de gasto público). Lá atrás, a farra fiscal de 2011 a 2014 elevou rapidamente a taxa de desemprego em 2015. Até agora as sinalizações (gasto e endividamento) mostram que a história pode se repetir, e a taxa atual taxa de desemprego não se sustentar, infelizmente.
Fonte: Jovem Pan - 31/10/2024
Notícias
- 27/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Inflação já é uma realidade
- Bancos pressionam governo por revisão do teto de juros do empréstimo consignado do INSS
- Black Friday 2024: veja quais são os direitos do consumidor para a data
- Gastos do Bolsa Família aumentaram 47,1% em 2023, aponta IBGE
- TJDFT mantém indenização por cobranças indevidas e assédio telefônico a consumidor
- Um em cada três proprietários de imóveis enfrenta dificuldades para definir preço de venda ou aluguel
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)