Produção industrial sobe 0,5% em setembro, mas ainda cai 7,8% no ano
Publicado em 03/11/2016 , por Daniela Amorim
Entre julho e setembro, a indústria caiu 5,5% ante igual período de 2015Gabriela Biló/EstadãoApesar do avanço no mês, indústria opera 20,7% abaixo do pico registrado em junho de 2013 e em patamar semelhante a 2008, auge da crise financeira global
RIO - A produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 0,50% a expansão de 1,50%, com mediana positiva de 0,50%.
Em relação a setembro de 2015, a produção caiu 4,8%. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de retração de 3,70% a 6,60%, com mediana negativa de 5,10%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8%. Em 12 meses, o recuo é de 8,8%. No terceiro trimestre a produção industrial caiu 5,5% ante igual trimestre de 2015, dentro das previsões de queda de 5,40% a 5,90%, com mediana de 5,60%.
Apesar do avanço de 0,5%, a indústria brasileira está operando 20,7% abaixo do pico registrado em junho de 2013, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. "A indústria está em patamar semelhante a dezembro de 2008 e janeiro de 2009, aquele período em que houve recuo importante na produção industrial em função da crise internacional. Embora o ano de 2016 tenha nos mostrado uma maior frequência de resultados positivos, ainda assim há um saldo negativo importante a ser recuperado", ressaltou Macedo.
A queda de 4,8% na produção industrial brasileira em relação ao mesmo mês do ano anterior foi a 31ª taxa negativa consecutiva, mas a menos intensa desde junho de 2015, quando tinha recuado 2,6%.
O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de agosto ante julho, de -3,8% para -3,5%. O resultado de julho ante junho também foi revisto, de 0,1% para -0,1%.
Trimestre. A produção industrial recuou 1,1% na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano. Embora tenha esboçado recuperação até meados de 2016, o crescimento não se sustentou devido à menor demanda doméstica, avaliou Macedo, do IBGE. "Houve crescimento (na produção) até meados de 2016, mas que não era muito consistente. Até esse crescimento na margem da série em setembro é preciso relativizar, porque temos um número maior de atividades com redução na produção. É um avanço calcado em poucos segmentos industriais", lembrou Macedo.
A produção industrial aumentou 0,5% em setembro ante agosto, mas apenas nove entre os 24 segmentos pesquisados registraram elevação. As atividades de alimentos, extrativa e veículos deram as principais contribuições positivas para o total nacional, evitando nova perda na indústria, após o recuo de 3,5% registrado no mês anterior.
A fabricação de produtos alimentícios avançou 6,4%, as indústrias extrativas cresceram 2,6%, e a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias subiu 4,8%. Todos os três vinham de resultados negativos, ressaltou Macedo. "O crescimento é concentrado em poucas atividades e ocorre sobre uma base de comparação depreciada", completou Macedo.
No setor de alimentos, a maior produção de açúcar teve a principal contribuição para o resultado do setor, impulsionada, sobretudo, pelo setor externo, assim como o de papel e celulose. A fabricação de petróleo e gás impulsionou o resultado das indústrias extrativas.
O bom desempenho de veículos automotores no mês foi devido apenas ao retorno à atividade de unidades industriais produtoras de automóveis que tinham sido totalmente paralisadas em agosto, como as da Volkswagen, devido a uma disputa com fornecedor de peças.
Entre os 14 ramos industriais em queda em setembro, os desempenhos de maior relevância foram de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,1%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,7%), produtos de minerais não-metálicos (-5,0%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,2%).
"A perda é disseminada nesses últimos meses. Tem redução de ritmo. E claro que o principal fundamento para explicar essa redução de ritmo é essa diminuição na demanda doméstica", apontou o gerente da pesquisa.
O pesquisador lembrou que o mercado de trabalho traz mais pessoas desempregadas e redução na renda de quem permanece ocupado. Além disso, o crédito está mais restrito e mais caro.
"Embora a gente observe melhora no ritmo da confiança de empresários e consumidores, isso está muito mais relacionado a expectativas futuras do que ao momento presente da conjuntura econômica. Ou seja, todos os fatores que justificavam a perda de ritmo da indústria permanecem presentes", acrescentou o gerente do IBGE.
Fonte: Estadão - 01/11/2016
Notícias relacionadas
- Gastos do Bolsa Família aumentaram 47,1% em 2023, aponta IBGE
- IPCA-15 sobe 0,62% em novembro, aponta IBGE
- Carrefour: entenda o caso e o que está em jogo
- Como evitar as compras por impulso e os gastos exagerados no Natal e fim de ano? Veja dicas
- Economia do pente fino nos benefícios do INSS neste ano caiu para R$ 5,5 bi, diz Clayto Montes
- Prevent Sênior, Amil e mais 12 planos são processados por práticas abusivas; veja lista
- Trabalhadores recebem primeira parcela do décimo terceiro nesta semana
- Quais medidas devem ser incluídas no pacote de corte de gastos? Ex-diretor do BC analisa
- Febraban diz que crédito deve crescer 0,8% em outubro
- Ministério do Esporte denuncia canais online por incentivo a apostas enganosas
Notícias
- 27/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Inflação já é uma realidade
- Bancos pressionam governo por revisão do teto de juros do empréstimo consignado do INSS
- Black Friday 2024: veja quais são os direitos do consumidor para a data
- Gastos do Bolsa Família aumentaram 47,1% em 2023, aponta IBGE
- TJDFT mantém indenização por cobranças indevidas e assédio telefônico a consumidor
- Um em cada três proprietários de imóveis enfrenta dificuldades para definir preço de venda ou aluguel
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)