No 3º mês seguido de tombo, 'prévia do PIB' do Banco Central tem retração de 0,5% em julho
Publicado em 15/09/2025 , por Alexandro Martello
Governo e mercado financeiro esperam desaceleração da economia neste ano por conta dos juros altos para conter inflação; analistas dos bancos preveem alta do PIB de 2,16% em 2025.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta segunda-feira (15), mostrou retração de 0,5% em julho na comparação com o mês anterior.
O cálculo é feito após ajuste sazonal — ou seja, uma forma de comparar períodos diferentes.
- Esse foi o terceiro mês seguido de queda do indicador. A última alta mensal do índice foi em abril (0,4%).
- Também houve piora na comparação com junho, quando o indicador teve queda menor frente ao mês anterior: de 0,2%.
- Na comparação com julho de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 1,1% (sem ajuste sazonal).
Veja abaixo o desempenho setor por setor em julho:
- Agropecuária: - 0,8%
- Indústria: -1,1%%
- Serviços: -0,2%
Ainda segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,9% na comparação com os sete primeiros meses de 2024.
E, em 12 meses até julho, a expansão foi de 3,5%. Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma metodologia diferente (veja mais abaixo nessa reportagem).
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem-estar social.
Desaceleração esperada da atividade
A desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre deste ano já era esperada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo Banco Central, diante do elevado nível da taxa de juros.
Fixada pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias, a taxa Selic está, atualmente, em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
A instituição tem sinalizado que os juros permanecerão neste patamar por um "período bastante prolongado" de tempo. Os analistas dos bancos esperam cortes somente em 2026.
O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB 2,16% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 2,1% neste ano.
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Avalia que isso é um "elemento necessário para a convergência da inflação à meta [de inflação, de 3%]".
Na ata da última reunião do Copom, divulgada no início de agosto, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
O Banco Central também informou que a atividade econômica doméstica "tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores".
PIB X IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a "prévia do PIB". Porém, o cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o maior crescimento da economia, por exemplo, pode haver mais pressão inflacionária, o que contribuiria para conter a queda dos juros.
Fonte: G1 - 15/09/2025
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