Presidente da instituição, Gabriel Galípolo, ressaltou que o BC está avaliando como o aumento dessa prática pode impactar a estabilidade financeira do país

De acordo com informações do Banco Central, os brasileiros estão investindo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões mensalmente em apostas, totalizando até R$ 30 bilhões em março. Essa análise mais detalhada é resultado da nova legislação que permite um acompanhamento mais rigoroso dos fluxos financeiros. O secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca, destacou em sessão da CPI das Bets no Senado que a revisão dos dados de 2024, que indicavam gastos de aproximadamente R$ 20 bilhões por mês, foi necessária após a regulamentação. O presidente da instituição, Gabriel Galípolo, também comentou que a taxa de retorno dos valores apostados, anteriormente estimada em 85%, foi considerada subestimada, com 93% dos gastos retornando aos apostadores na forma de prêmios.

“Estamos tentando reunir dados para entender como está migrando esse comportamento e como ele pode evoluir ou não. Os dados de apostas envolvem tudo que foi gasto na empresa, mas tem um valor que volta, que a gente estimou em 85%, e a SPA estima que hoje esse valor esteja entre 93%”, afirmou o presidente do BC

Além disso, Galípolo ressaltou que o Banco Central está avaliando como o aumento das apostas pode impactar a estabilidade financeira do país. “Algumas instituições financeiras começaram a relatar significância estatística do fato de a pessoa apostar no risco de crédito… É importante para o BC avaliar potenciais impactos na estabilidade financeira e na transmissão da política monetária”.

O cenário atual sugere que a popularidade das apostas esportivas pode ter implicações mais amplas na economia brasileira. “Ano passado, em estudos preparatórios para uma reunião do Copom, nos chamou a atenção de que parte da renda das famílias não estava indo nem para consumo nem para poupança, alguns participantes de mercado já haviam nos alertado que fluxos financeiros para sites de apostas estavam se tornando significativos, com potencial impacto na atividade econômica”, explicou.

Fonte: Jovem Pan - 08/04/2025