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Endividamento se acentua e pode ser um dos legados da crise do coronavírus
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Endividamento se acentua e pode ser um dos legados da crise do coronavírus

Publicado em 05/05/2020 , por Raphael Martins

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País tem 60 milhões de negativados e, com a crise, um terço dos brasileiros já precisa gastar mais do que consegue ganhar.

Os primeiros efeitos da crise causada pelo novo coronavírus são visíveis nas ruas. Agora, o cenário começa a aparecer também nos dados econômicos — e, mais à frente, o que pode sobrar para as pessoas físicas é o endividamento e o nome negativado nos serviços de proteção ao crédito.

 

Na última semana, a Sondagem do Consumidor, publicada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostrou que 28,6% dos brasileiros está em situação de "estresse financeiro". O indicador mede a parcela da população que está gastando suas reservas ou se endividando para pagamentos correntes.

Medido desde 2009, o percentual referente a abril deste ano é o novo recorde. Em junho de 2016, um dos momentos mais dramáticos do biênio de recessão no país, o índice anotava 28,5%. Em relação a março, o aumento foi de 5,3 pontos percentuais.

O estresse financeiro dá as primeiras mostras da redução de renda no país, mesmo com as medidas tomadas pelo governo de injeção de recursos na economia. Tanto o auxílio emergencial de R$ 600, quanto o benefício pago a quem teve jornadas e salários reduzidos não conseguiram repor os ganhos anteriores à crise.

  Indicador de estresse financeiro: um recorde na série histórica — Foto: Economia G1Indicador de estresse financeiro: um recorde na série histórica — Foto: Economia G1

Indicador de estresse financeiro: um recorde na série histórica — Foto: Economia G1

Não bastasse, boa parte dos dependentes dos pagamentos relatam atraso para ter acesso ao dinheiro, que os obriga a atrasar compromissos. 

"Em 2016, estímulos como a liberação do FGTS foi destinado, em parte, para a organização financeira, quitação de dívida e para consumo de bens e serviços", diz Viviane Seda, coordenadora de sondagens do Ibre/FGV. "Dessa vez, é difícil algo assim acontecer porque a redução de renda é tamanha que todo o recurso será consumido com o básico para sobrevivência. Não tem margem para pagar dívidas." 

Com a demanda de pagamentos represada, a economista ressalta que a pressão sobre o consumo atinge até as faixas de renda mais altaspesquisadas pelo Ibre. Enquanto os mais pobres serão obrigados a gastar tudo o que recebem, os mais ricos seguram o consumo por conta da incerteza com a economia, emprego e com a própria continuidade da pandemia.

O impacto, portanto, deve se prolongar até a retomada das atividades. Será mais leve em bens de consumo essenciais e mais pesado em bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos, que demandam mais capital e planejamento.

"Uma redução deste tamanho na renda demanda um tempo de adequação ao orçamento das famílias. A dívidas precisam ser alongadas e o crédito indireto, por meio de parcelamentos, deve facilitar o consumo no futuro", diz Seda. "A recuperação em V é praticamente impossível porque vai demorar para as pessoas se restabelecerem."

A hora do crédito?

O consumo travado pela queda de renda fez mudar a cesta de consumo do brasileiro, que passou a priorizar itens essenciais. E conforme a renda cai, o preço desses produtos sofre pressão.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou paralisia da inflação, com variação de apenas -0,01% no IPCA-15 de abril. Mas o indicador de alimentação em domicílio subiu 3,1%. Com o aprofundamento da quarentena, a previsão de economistas é de mais aperto.

Nesse contexto, um estudo da empresa de inteligência Boa Vistadivulgado na última quarta-feira (29) mostra que 56% dos entrevistados não conseguirá pagar as contas em dia por mais de dois meses. Metade deste grupo não se mantém nem pelos próximos 30 dias e, assim, deve começar se endividar ou fazer crescer débitos já contratados.

Para os entrevistados pela pesquisa da Boa Vista, a saída preferida é justamente a tomada de crédito. Dentre as linhas mais requisitadas, estão o empréstimo bancário (21%), compras no cartão de crédito (14%), empréstimo consignado (12%) ou em financeira (11%), chegando até o cheque especial (8%).

  Modalidades de crédito: linhas preferidas dos entrevistados têm juros altos — Foto: Economia G1

Por outro lado, dados do Banco Central também divulgados nesta quarta mostram que a disposição dos bancos em conceder crédito em cenário de aumento de inadimplência e endividamento não acompanha a demanda.

Desde a injeção de R$ 1,2 trilhão pelo BC em liquidez para o bancos, o crédito para as empresas teve alta de 6,4% em março, mas o saldo total para as pessoas físicas avançou apenas 0,3%. Pior: apesar de um cenário de queda de taxa de juros, as taxas do rotativo do cartão de crédito subiram de 322,6% para 326,4% ao ano, entre fevereiro e março.

A redução média das demais linhas, também de acordo com o BC, foi sensível. Os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 46,7% para 46,1% ao ano, também de fevereiro para março.

"Os bancos se anteciparam em outra frente e estão esticando o prazo de carência das dívidas por 90, 120 ou 180 dias justamente para evitar empréstimo", diz Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. "É importante dar esse prazo para esse primeiro impacto e, lá na frente, se a taxa de juros estiverem baixas e o risco mais claro, o sistema financeiro retorna para o crédito."

Para Rocha, a injeção de recursos por parte do Tesouro ainda deve acalmar os ânimos dos bancos, como aconteceu nos Estados Unidos durante a crise de 2008. Ajudaria, também, se o BC reduzisse custos de observância e exigências de capital para concessão de crédito. "Antes de partir para o crédito, o cliente precisa conversar com o banco", diz. "Muita gente nem sabe que os bancos estão postergando o pagamento de dívidas."

Renegociação

Ao passo que análises de risco são feitas, todos os grandes bancos anunciaram planos de renegociação ou adiamento de pagamentos sem aumento de juros.

  • Banco do Brasil: Criação de linhas de crédito consignado e crédito salário, carência de 60 a 180 dias para pagamentos das primeiras parcelas em novas operações de crédito, além de prazos mais amplos de pagamentos que chegam a 72 meses no crédito automático e a 96 meses no crédito salário;
  • Bradesco: Antecipação de IR e 13º salário a 1,79% de taxa mensal, prorrogação por 60 dias de dívidas contratadas e pagas em dia, além de manutenção da taxa contratada, com juros proporcionais à carência requisitada;
  • Itaú Unibanco: Alongamento de contratos por até seis anos e prorrogação de parcelas para as linhas de empréstimo pessoal, cheque especial, crédito imobiliário, cartões de crédito e financiamento de veículos por até 120 dias;
  • Caixa: No Crédito Imobiliário, a Caixa criou a possiblidade de pausa ou de pagamento parcial de até três encargos, ou renegociação dos contratos que apresentem atraso de até 180 dias, para possibilitar o acesso à pausa emergencial;
  • Santander: Prestações vencidas a partir de 16 de março foram postergadas e o valor permanecerá inalterado, faturas do cartão com vencimento desde 15 de abril podem ser dividida em até 24 vezes com desconto de 50% na taxa de parcelamento e 60 dias de carência, financiamento de veículos também terá dois meses de prorrogação sem alterar taxas de juros.

Com as medidas, as novas operações de crédito somam R$ 177 bilhões entre 16 de março e 17 de abril, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Destes, quase R$ 36 bilhões foram para pessoa física. Em renovações de linhas de crédito ativas, a quantia foi R$ 23,8 bilhões e a suspensão de pagamentos, R$ 14 bilhões.

"Tenho confiança que esse processo vai trazer uma transformação da cabeça do credor, com disposição de estar mais próximo do cliente e entender as necessidades", diz João Carlos Douat, professor da FGV, especializado em risco de crédito. "As fintechs estão aí e encontraram nichos específicos, em que há clareza para olhar setorialmente. Com a escalada do mundo digital, os bancos precisam ter a abordagens digitais para modelar melhor o crédito." Papel das fintechs

Hoje, os bancos tradicionais ainda irrigam 84% do mercado de crédito, segundo o Banco Central. Mas, com o vaivém para achar um modelo ágil, o apetite das fintechs nesse mercado se intensifica.

Para Fabio Neufeld, líder da vertical de empréstimos da Associação Brasileira das Fintechs, as empresas capitalizadas não estão pensando em pisar no freio com o aumento da demanda por crédito.

"Os associados estão revisando políticas de crédito e formas de cobrança, lançando produto novo e refinanciamentos", diz. "Há atenção, sobretudo, na experiência com o cliente, passando segurança para que ele nem se dê conta de que não está atuando com um banco tradicional."

Desemprego na conta

A falta de emprego é outro dos impactos diretos no endividamento das famílias. Em fevereiro, eram 45,5% das famílias com débitos com o sistema financeiro, de acordo com o Banco Central em seus dados mais atualizados.

Mas a tendência é de piora. Nesta quinta-feira (30), o IBGE voltou a divulgar os dados do desemprego no Brasil: são 12,9 milhões de trabalhadores parados (12,2%) no trimestre janeiro-fevereiro-março, 1,2 milhão a mais que o último resultado.

Como boa parte das políticas de isolamento foram adotadas em meados de março, os números mostram pouco do impacto da pandemia. Mas o mercado informal já vinha ganhando força em pesquisas anteriores de emprego desde 2017. São vagas com remuneração mais baixa e que demandam adaptar o orçamento familiar.

Para entender o que está por vir nos próximos meses, a métrica que resta por ora é o aumento de pedidos do seguro-desemprego. O governo federal estimou na última terça-feira (28) que a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus provocou, até agora, cerca de 150 mil pedidos de seguro-desemprego a mais que no mesmo período de 2019.

Somam-se a eles todos os informais que requisitaram o auxílio emergencial. Excluídos os beneficiários do Bolsa Família, receberam a renda complementar mais de 30 milhões de pessoas até esta quinta-feira (30).

"A perda de renda é algo que tradicionalmente aparece na inadimplência, por meio de dívidas bancárias, no comércio, água e luz. Com a crise atual, a demanda por crédito deve se intensificar muito", diz Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria. "As medidas do BC anunciadas até agora atacam a facilitação de negócios e prazos, mas não são capazes para socorrer o aumento na inadimplência."

Fonte: G1 - 04/05/2020

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