Queda de 3,6% do PIB de 2016 é 'espelho retrovisor', diz Meirelles
Publicado em 08/03/2017 , por MAELI PRADO, DIMMI AMORA e GUSTAVO URIBE
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (7) durante a abertura da reunião do chamado Conselhão, no Palácio do Planalto, que a queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado é "espelho retrovisor".
"O PIB divulgado hoje se refere ao ano passado, é espelho retrovisor. Os índices a seguir refletem o que está acontecendo agora", afirmou o ministro, antes de citar indicadores da atividade econômica futura, como circulação de veículos leves nas estradas e vendas de papelão ondulado.
Dados das vendas de supermercados, motos, emplacamentos de veículos e da confiança do consumidor também mostram reação, disse Meirelles. "Isso tudo mostra já a retomada da atividade que vai aparecer lá na frente, disse.
No início de seu discurso de abertura no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro da Fazenda disse que o Brasil "está voltando ao normal". "O Brasil hoje já é um país que volta ao normal, um país que aprova reformas fundamentais", afirmou. "Eu recebo diversas áreas que mostram que sentimos ainda os efeitos da recessão, mas o país já começa claramente a crescer".
Meirelles afirmou que, no último trimestre de 2017, na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB crescerá 2,4%, na previsão do Ministério da Fazenda.
O ministro declarou ainda que a retomada da economia não foi tão rápida como se pensava. "A retomada no final do ano passado não foi tão rápida, de fato não foi. Hoje foi divulgado o PIB do ano passado, que é o resultado de uma série de políticas que levaram a economia brasileira a enfrentar a maior crise da sua história", afirmou.
PREVISÃO PARA 2018
Após a reunião do Conselhão, Meirelles afirmou que o PIB (Produto Interno Bruto) pode crescer acima de 3% em 2018.
Segundo o ministro, no último trimestre de 2017, na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB crescerá 2,4%, na previsão do Ministério da Fazenda.
Ainda de acordo com Meirelles, quando se calcula o chamado "PIB anualizado", a alta chegará a 3,2% no final de 2017. O PIB anualizado é quando se projeta a variação de um trimestre em relação ao trimestre anterior (no caso, o quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre deste ano) e se supõe que esse crescimento se repetirá por um ano.
"O crescimento vai se acelerando no decorrer do ano. Começa devagar e termina o ano em um ritmo de 3,2%, indicando uma taxa bem alta de crescimento para 2018", disse Meirelles. "Se o crescimento do último trimestre se repetir durante o ano, teríamos um crescimento acima de 3% em 2018", disse. "Mas ainda estamos refinando nossas previsões, depende de muita coisa".
A previsão oficial da pasta para a alta do PIB neste ano é de 1%, distante da previsão dos analistas do boletim Focus, do Banco Central, que acreditam em um crescimento de 0,49%.
Até o dia 22 deste mês, a equipe econômica deverá divulgar uma nova previsão para o comportamento da atividade econômica. "Estamos fazendo cálculos mais precisos e vamos divulgar até o dia 22", disse o ministro.
ENDIVIDAMENTO
Além dos indicadores de antecipação da atividade, Meirelles destacou que o nível de endividamento de consumidores e empresas está diminuindo. "É um processo difícil, mas é resultado da crise. Estamos passando para um segundo processo, de voltar a tomar empréstimo".
O ministro declarou ainda que, no futuro, o país sentirá os efeitos benéficos da aprovação do teto de gastos, que limita o crescimento de despesas à inflação do ano anterior, e da reforma da Previdência, que deve ser votada neste semestre no Congresso.
Ele afirmou que, sem o teto, as despesas públicas passariam a representar 25,4% do PIB em 10 anos. "Com o teto, vamos a 15,5% do PIB. Ou seja, ganhamos 10% do PIB em termos de menor despesa pública", afirmou o ministro.
Entenda o que é o PIB
O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período.
O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado.
Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB.
Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo.
Fonte: Folha Online - 07/03/2017
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