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Desinformação sobre previdência pode gerar surpresas negativas
Publicado em 01/12/2015 , por GIULIANA VALLONE
O investimento em previdência privada pode ser uma boa ideia para complementar a renda da aposentadoria ou fazer um planejamento de longo prazo. Mas você sabe onde o seu dinheiro é aplicado uma vez assinado o contrato com a gestora?
De olho apenas no rendimento, parte dos investidores não procura saber o destino de seus recursos –e o resultado é um susto na hora de checar seus extratos.
No site Reclame Aqui, um investidor se queixa de que, ao fazer a portabilidade de um plano para outro, o desempenho de suas aplicações passou a ser negativo.
Os investimentos, diz, deveriam ser feitos apenas em renda fixa, especificamente em títulos do governo. O resultado negativo, no entanto, o fez desconfiar de que há aplicação em ações. "Para que mentir?", ele pergunta.
A gestora não estava enganando o cliente. O fundo, como aponta seu regulamento, investe, sim, em títulos públicos, só que de longo prazo. Esses papéis podem, num período curto, apresentar taxas negativas de rentabilidade.
O título Tesouro IPCA+ com juros semestrais com vencimento em 2050 acumula queda de 1,61% em 12 meses, por exemplo. No papel com resgate em 2045, a baixa é de 1,84%. Isso acontece porque parte desses títulos é prefixada, ou seja, paga juros determinados na hora da compra. Se o momento é de alta de taxa de juros no país, como acontece atualmente, a rentabilidade do papel cai.
Não significa, porém, que, ao resgatar o título no momento de seu vencimento, na data acordada no contrato, o investidor terá perdido dinheiro. Sua rentabilidade só será menor do que o retorno potencial que poderia ter conseguido caso os juros tivessem caído após a aplicação.
"As pessoas se surpreendem porque só querem saber do benefício. Querem ter ganho máximo, mas não tomar consciência do risco", diz Álvaro Modernell da Mais Ativos Educação Financeira. "Só se interessam em saber os detalhes quando isso faz diferença no bolso."
De acordo com ele, os aplicadores não têm sequer o costume de ler os relatórios periódicos dos fundos.
FUNDOS DE PENSÃO
O problema também pode aparecer para quem aplica em planos de previdência privada empresariais, os chamados fundos de pensão. Neste caso, o investidor é atraído por contrapartidas dadas pelo empregador –como um depósito adicional– e por um volume maior no saldo do fundo, o que pode elevar os rendimentos.
Mas, diante dessas vantagens, a chance de o investidor não prestar atenção no destino dos recursos aumenta. Um trabalhador que acredita ter perfil conservador, por exemplo, pode acabar com sua poupança investida em ativos de renda variável.
Segundo a Abrapp (associação de previdência fechada), 23,4% dos fundos de pensão investem em ações. No caso de planos abertos, 3,5%.
Para quem está insatisfeito com as descobertas, há opções. Se quiser resgatar os recursos e trocar de aplicação, é preciso fazer as contas e checar se vale mesmo a pena, alerta o professor de finanças pessoais Elisson de Andrade. Quem ainda tem tempo até a aposentadoria pode manter o investimento, ainda que o retorno atual seja negativo no curto prazo.
A portabilidade pode ser melhor opção. "Se a pessoa não está satisfeita com o seu gestor, pode trocar. Para isso, deve analisar o histórico de resultados do fundo e a taxa de administração. Se ela for maior que a atual, não é boa ideia", diz Modernell.
De olho apenas no rendimento, parte dos investidores não procura saber o destino de seus recursos –e o resultado é um susto na hora de checar seus extratos.
No site Reclame Aqui, um investidor se queixa de que, ao fazer a portabilidade de um plano para outro, o desempenho de suas aplicações passou a ser negativo.
Os investimentos, diz, deveriam ser feitos apenas em renda fixa, especificamente em títulos do governo. O resultado negativo, no entanto, o fez desconfiar de que há aplicação em ações. "Para que mentir?", ele pergunta.
A gestora não estava enganando o cliente. O fundo, como aponta seu regulamento, investe, sim, em títulos públicos, só que de longo prazo. Esses papéis podem, num período curto, apresentar taxas negativas de rentabilidade.
O título Tesouro IPCA+ com juros semestrais com vencimento em 2050 acumula queda de 1,61% em 12 meses, por exemplo. No papel com resgate em 2045, a baixa é de 1,84%. Isso acontece porque parte desses títulos é prefixada, ou seja, paga juros determinados na hora da compra. Se o momento é de alta de taxa de juros no país, como acontece atualmente, a rentabilidade do papel cai.
Não significa, porém, que, ao resgatar o título no momento de seu vencimento, na data acordada no contrato, o investidor terá perdido dinheiro. Sua rentabilidade só será menor do que o retorno potencial que poderia ter conseguido caso os juros tivessem caído após a aplicação.
"As pessoas se surpreendem porque só querem saber do benefício. Querem ter ganho máximo, mas não tomar consciência do risco", diz Álvaro Modernell da Mais Ativos Educação Financeira. "Só se interessam em saber os detalhes quando isso faz diferença no bolso."
De acordo com ele, os aplicadores não têm sequer o costume de ler os relatórios periódicos dos fundos.
FUNDOS DE PENSÃO
O problema também pode aparecer para quem aplica em planos de previdência privada empresariais, os chamados fundos de pensão. Neste caso, o investidor é atraído por contrapartidas dadas pelo empregador –como um depósito adicional– e por um volume maior no saldo do fundo, o que pode elevar os rendimentos.
Mas, diante dessas vantagens, a chance de o investidor não prestar atenção no destino dos recursos aumenta. Um trabalhador que acredita ter perfil conservador, por exemplo, pode acabar com sua poupança investida em ativos de renda variável.
Segundo a Abrapp (associação de previdência fechada), 23,4% dos fundos de pensão investem em ações. No caso de planos abertos, 3,5%.
Para quem está insatisfeito com as descobertas, há opções. Se quiser resgatar os recursos e trocar de aplicação, é preciso fazer as contas e checar se vale mesmo a pena, alerta o professor de finanças pessoais Elisson de Andrade. Quem ainda tem tempo até a aposentadoria pode manter o investimento, ainda que o retorno atual seja negativo no curto prazo.
A portabilidade pode ser melhor opção. "Se a pessoa não está satisfeita com o seu gestor, pode trocar. Para isso, deve analisar o histórico de resultados do fundo e a taxa de administração. Se ela for maior que a atual, não é boa ideia", diz Modernell.
Fonte: Folha Online - 30/11/2015
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