Entenda as novas regras que mudam o uso do rotativo no cartão de crédito
Publicado em 30/01/2017
O que vai mudar no cartão de crédito?
Um cliente sem dinheiro suficiente para pagar a fatura total do cartão poderá passar no máximo 30 dias no rotativo. Depois de um mês, o banco será obrigado a migrá-lo para um crédito parcelado a taxas mais baixas. A mudança valerá a partir de 3 de abril. Com isso, um cliente que tenha entrado no rotativo naquele mês terá a fatura parcelada em maio
Por que o limite de tempo no rotativo pode fazer o juro cair?
O motivo, segundo os bancos, é a redução das chances de calote, uma das coisas que tornam o crédito caro. Como o usuário passará menos tempo no rotativo, a dívida dele vai parar de crescer de forma tão rápida. Além disso, o parcelamento diminui a fatia de renda que precisa ser destinada para pagar a dívida.
Como vai funcionar o parcelamento do rotativo?
Cada banco irá estabelecer suas regras. Mas, de forma geral, o emissor do cartão poderá dividir o saldo devedor no número de parcelas que achar mais adequado para cada cliente. Se o consumidor não pagar o valor estabelecido na fatura, será considerado inadimplente, e o cartão poderá ser bloqueado.
O parcelamento sempre será automático?
Sim. Hoje clientes já podem parcelar a fatura, a taxas menores que as do rotativo. No entanto, eles resistem porque acham mais difícil pagar prestações, dizem os bancos. Se o parcelamento não for automático, há o risco de o usuário não escolher para qual crédito irá, e aí a inadimplência crescerá. Nesse caso, em vez de o juro cair, ele poderia aumentar.
O cliente poderá escolher a linha de crédito do parcelamento?
Dependerá de cada banco. Clientes que têm cartão no mesmo banco da conta-corrente já podem contratar outras linhas de crédito para renegociar dívidas, como crédito pessoal e consignado, com taxas mais baixas. Mas o mais provável é que isso não seja automático. Se o cliente perceber que gastou demais no cartão, deverá renegociar.
Meu cartão não é vinculado a uma conta-corrente, terei outras opções de crédito?
Dificilmente. Cartões sem vínculo bancário costumam oferecer apenas duas linhas de crédito: o rotativo e o parcelado.
Se o cliente quiser uma alternativa ao perceber que está endividado, precisará procurar um banco e negociar um empréstimo mais barato para quitar o cartão.
Se após o parcelamento o consumidor precisar usar o rotativo de novo, o que acontece?
O cliente poderá usar a linha novamente. O Banco Central proíbe que os bancos incluam no rotativo as parcelas de financiamento passado. Para usar o rotativo mais de uma vez e não ficar inadimplente, é provável que o cliente precise pagar o mínimo de 15% dos gastos do mês e mais a parcela financiada.
E se o usuário não quiser que o banco parcele o saldo do rotativo?
Nesse caso, será preciso pagar a fatura integralmente.
O cliente poderá escolher, no entanto, o emissor com as regras de parcelamento mais favoráveis. Será possível comparar quando os bancos divulgarem suas condições e enviarem contratos, até março. O cliente que não concordar com as regras deverá cancelar o cartão.
A mudança é vantajosa para o consumidor?
Sim. Com o prazo máximo que o cliente pode ficar no rotativo, o Banco Central diminui o risco de a dívida de um usuário de cartão se tornar impagável. Mas quem gastou demais precisa saber que o juro do parcelamento de fatura ainda é caro. Se a dificuldade de pagar o cartão for durar mais de um mês, o melhor é buscar um crédito mais barato.
Por que o juro do cartão de crédito é tão caro?
O rotativo é uma linha pré-aprovada e para emergências. O risco de calote nessas circunstâncias é maior e, por isso, os bancos precisam reservar mais dinheiro para cobrir casos de inadimplência. Se eles separam dinheiro para calote, não podem emprestar a quantia que gostariam, e isso faz com que cobrem juros mais altos pelo crédito.
Fonte: Folha Online - 30/01/2017
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