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Vício em bets: 15% dos apostadores na América Latina estão endividados
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Vício em bets: 15% dos apostadores na América Latina estão endividados

Publicado em 12/05/2025

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Especialistas alertam para os riscos da dependência em jogos de azar on-line e dão dicas de como evitar o comprometimento financeiro

A promessa de dinheiro rápido e fácil nunca foi tão simples. Basta acessar uma plataforma, depositar dinheiro e fazer uma aposta. O problema é que, na prática, a expectativa de lucro frequentemente termina em prejuízo. Segundo o relatório Consumer Pulse Latam 2025, da Bain & Company, 15% dos apostadores de bets na América Latina estão endividados.

A pesquisa, realizada em março de 2025 em países como Brasil, Argentina, Colômbia, México e Peru, ouviu 5.700 pessoas. Entre os participantes brasileiros, 25% afirmaram estar economizando menos para apostar, 24% reduziram gastos com bens não essenciais, 16% cortaram despesas com itens essenciais e 16% se endividaram ou pediram dinheiro emprestado.

Uma outra pesquisa, feita pela BigDataCorp, empresa de datatech, revelou que o número de casas de apostas on-line licenciadas no Brasil cresceu 153% entre 2021 e 2024, passando de 840 para 2,1 mil. O levantamento considerou apenas empresas com autorização para operar jogos de azar.

De acordo com a educadora financeira Aline Soaper, os dados são preocupantes, pois as bets podem se tornar um vício, levando à perda do controle financeiro.

"À primeira vista, o jogo parece ser uma brincadeira que gera dinheiro. O jogador recebe, muitas vezes, até um bônus para conhecer a plataforma. Porém, quando a pessoa menos espera, já está viciada, apostando dinheiro do próprio bolso e criando dívidas", afirma.

A especialista também enfatiza que as bets não devem ser encaradas como uma forma de conseguir dinheiro extra.

"Jogo não é investimento, não é renda extra. Infelizmente, as pessoas acham que nada de ruim pode acontecer com um joguinho eletrônico inocente, uma vez que só estão ganhando, mas uma hora a conta chega. Isso acontece porque nós, seres humanos, somos facilmente dominados pelas emoções e somos também muito competitivos", pontua.

Hoje, no Brasil, de acordo com o Ministério da Fazenda, há 69 empresas de apostas de quota fixa autorizadas a operar pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA-MF), além de outras nove que tiveram autorização negada pela SPA, mas estão atuando em razão de determinação judicial.

Gisele Hedler, psicanalista e CEO da Faculdade de Saúde Avançada (FSA), esclarece que, embora qualquer pessoa possa ser afetada, há perfis mais vulneráveis ao desenvolvimento de dependência em apostas on-line. "

O perfil mais propenso não é o ‘descontrolado’, mas o sobrecarregado. É a pessoa que tem dificuldade de lidar com o vazio, a pausa e o não-controle. Apostar é um alívio disfarçado de entretenimento, uma maneira rápida de gerar sensação de poder, excitação, chance de mudança", explica.

Impacto na economia

Segundo Aline Soaper, as plataformas de apostas têm impactos econômicos tanto positivos quanto negativos. Como vantagem, ela cita o aumento na arrecadação de impostos, com mais dinheiro circulando na economia. Em contrapartida, ressalta que alguns setores vêm sendo prejudicados por esse crescimento.

"As pessoas deixam de pagar suas contas, de fazer compras, de irem ao supermercado, de pagar dívidas com outras coisas, porque querem apostar", menciona. "Existe uma parte do mercado que é prejudicada, porque o dinheiro que a pessoa tem é o mesmo, e ela tem que decidir se ela vai comprar uma roupa, se ela vai comprar comida, se ela vai pagar uma conta ou se ela vai apostar", acrescenta.

Procurado por O DIA, o Ministério da Fazenda destaca que a tributação das bets ocorre de forma semelhante à de empresas de outros setores.

"12% sobre a receita bruta vão para as destinações sociais; 11,25% sobre a receita bruta vão para o Programa de Integração Social (PIS)/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); e 34% sobre o lucro são destinados ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no caso de declaração por lucro real", explica a nota.

A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) projeta que o "mercado de apostas regulado tem potencial para gerar, nos próximos cinco anos, aproximadamente 60 mil novos postos formais de trabalho, além de incrementar a arrecadação tributária nacional em mais de R$ 20 bilhões anuais".

"Jogar com responsabilidade" 

Com o crescimento do número de jogadores, surgem iniciativas para que as apostas sejam feitas de forma responsável. De acordo com o Ministério da Fazenda, a Portaria nº 1.231/2024 prevê "diretrizes que têm como objetivo principal minimizar os riscos associados ao jogo problemático, que pode resultar em vício, endividamento excessivo, isolamento social, comprometimento da saúde mental e conflitos familiares".

Outros programas também já estão em prática. O presidente da ANJL, Plínio Lemos Jorge, diz que a associação "tem feito campanhas constantes nas redes sociais para educar os apostadores quanto à função principal dos jogos on-line: diversão e não meio de ganhar dinheiro ou fonte de renda".

Já o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) lançou uma campanha de conscientização sobre a regulamentação "onde apresentava de forma ampla os princípios do jogo responsável na mídia".

O IBJR também indica que "segue promovendo desde então esses preceitos em todos seus posicionamentos, eventos, interlocuções com reguladores e os apostadores". O IBJR afirma que colaborou com a construção da regulação em vigor, que "protege o apostador por meio de mecanismos como, por exemplo, a implementação de reconhecimento facial, limites de tempo e gastos em apostas e proteção à integridade esportiva".

Ainda assim, a psicanalista Giselle Hedler alerta que essas medidas, por si só, não são suficientes para frear o avanço do vício em jogos de azar, um problema reconhecido, em 2024, como questão de saúde pública pela revista científica internacional The Lancet Public Health.

"Soa como um ‘beba com moderação’ no meio de um open bar. Não é suficiente. As campanhas só funcionariam se fossem acompanhadas de informação acessível, dados reais sobre vício e ferramentas para o usuário se auto-observar. Falar de responsabilidade num ambiente que estimula a impulsividade e a ilusão é contraditório", pontua. 

Danos psicológicos e sociais O

O psicólogo Raphael Amaral enfatiza que os danos causados pelas bets podem ir além do prejuízo financeiro. Segundo ele, o hábito de apostar em jogos de azar pode intensificar ou desencadear transtornos de ansiedade e depressão, além de favorecer o desenvolvimento de outros vícios, aumentar a irritabilidade e, em casos mais graves, levar a pensamentos suicidas.

Amaral também destaca que as apostas podem provocar conflitos nos relacionamentos, favorecer o isolamento social e até resultar em términos. No ambiente de trabalho, os principais impactos são a queda no rendimento e, em alguns casos, a demissão.

O que fazer ao identificar sinais de vício?

A psicanalista Gisele Hedler alerta que o comportamento compulsivo nem sempre é fácil de identificar:

"O vício não chega com cara de vício. Os primeiros sinais são emocionais. A pessoa fica inquieta quando está longe do celular, sente euforia ao apostar e culpa logo depois. Muito provável que ela desenvolva problemas financeiros e se isole com vergonha de pedir ajuda."

Para a especialista, a melhor forma de ajudar alguém que está desenvolvendo vício em jogos de azar é por meio do acolhimento. "Acolher sem julgar e oferecer ajuda, incentivar a visita a psicóloga e psiquiatra, além de não incentivar financeiramente. Esses são os itens primordiais", aponta.

Ela também chama a atenção para a seriedade do tema, que não deve ser tratado como brincadeira, exagero ou falta de força de vontade:

"Se tornou uma questão de saúde pública pois é uma doença, uma epidemia que ninguém vê, que atinge jovens, adultos, pais e mães de família. Suas consequências vão além de perder dinheiro, ela atinge diretamente a mente e corpo."

Fiscalização de plataformas ilegais

Até o momento, mais de 13 mil sites já foram bloqueados por operar ilegalmente, de acordo com o Ministério da Fazenda. 

"A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda realiza o monitoramento constante da oferta de apostas on-line no Brasil", diz a nota. "Quando identificadas plataformas ilegais, são realizados procedimentos para que os acessos aos sites sejam bloqueados. Esses procedimentos incluem a captura de evidências e a comunicação aos provedores de internet do Brasil, com o auxílio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)."    

Fonte: O Dia Online - 11/05/2025

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