Após flertar com R$ 6,10 pela manhã, dólar recua e fecha a R$ 5,84 com trégua de Trump; Ibovespa tem alta
Publicado em 10/04/2025 , por Carolina Ferreira
Na gangorra global do mercado de moedas, a mensagem de Trump fez o dólar ganhar terreno em relação a pares como o euro e iene japonês, mas perder força na comparação com divisas emergentes
A queda de braço entre Estados Unidos e China em torno de tarifas de importação dominou os negócios no mercado cambial nesta quarta-feira (9). O dólar à vista oscilou mais de 25 centavos de real entre a máxima (R$ 6,0967) e a mínima (R$ 5,8298), acompanhando o comportamento da moeda americana em relação a divisas de países emergentes.
No fim da sessão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,8473, em queda de 2,52%. A moeda interrompeu uma sequência de três pregões seguidos de alta, em que acumulou valorização de 6,57%. Apesar do escorregão nesta quarta-feira, o dólar ainda apresenta ganhos de 2,49% em abril. Pela manhã, a divisa quase tocou R$ 6,10, impulsionada pela decisão da China de elevar tarifas de importação a produtos norte-americanos de 34% para 84%, em uma retaliação à decisão da terça de Donald Trump de aplicar tarifas totais de 104% aos chineses.
O acirramento da guerra comercial avivou os temores de recessão americana e global, empurrando os preços das commodities para baixo, com o barril do petróleo operando abaixo da linha de US$ 60. Também jogava contra as moedas latino-americana a perspectiva de enfraquecimento do yuan, medida utilizada pela China para amenizar o efeito do tarifaço de Trump.
A maré virou após as 14 horas quanto o Trump fez um movimento para evitar uma frente conjunta contra o tarifaço e isolar a China. Em post em rede social, o presidente americano aumentou as tarifas aos chineses para 125%, mas limitou a tarifas a países que não retaliaram os EUA a 10% por 90 dias. Para Brasil, que já estava na faixa mínima de 10%, nada muda.
Na gangorra global do mercado de moedas, a mensagem de Trump fez o dólar ganhar terreno em relação a pares como o euro e iene japonês, mas perder força na comparação com as divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para o real, os pesos mexicano e colombiano, além do rand sul-africano.
Em entrevista coletiva por volta das 16 horas, Trump afirmou que “um acordo será feito com a China e com todos os países” na questão das tarifas de importação. “Quero acordos justos a todos”, disse. Segundo ele, o país asiático quer uma negociação, “mas não sabe como começar”.
Divulgada à tarde, a ata do encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no mês passado reforçou a perspectiva de que o tarifaço de Trump resulte em mais inflação e menos crescimento. Mais uma vez, o Fed afirmou que a política monetária está bem posicionada para lidar com as incertezas provocadas pelo tarifaço. Ferramenta de monitoramento do CME Group mostrou, após o recuo de Trump, aumento de chances de início de corte de juros pelo Fed em junho, com probabilidade maior de redução total de 75 pontos-base ao longo de 2025.
Flexibilização de Trump em tarifas faz 85 ações, de 87, subirem no IbovespaA decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de colocar em vigor, por 90 dias, apenas a tarifa mínima de 10% para os países que não retaliaram os Estados Unidos abriu espaço para uma recuperação do Ibovespa (+3%) e das bolsas de Nova York (Nasdaq, +12%), sob duas interpretações. A primeira, de que a flexibilização afasta as chances de uma recessão na maior economia do mundo. A segunda, de que o governo americano estaria disposto a se sentar para negociar com a China – e esta ganhou ainda mais força após o próprio Trump afirmar que “um acordo será feito com a China e com todos os países”.
O Ibovespa fechou em alta de 3,12%, aos 127.795,93 pontos, e o ganho na carteira foi quase generalizado – de 87, 85 subiram, com exceção de Automob e CPFL Energia, que fecharam estáveis. Depois de uma manhã de indefinição para o principal índice da B3, que titubeava entre altas e baixas, comunicações de Trump deram um norte firme para as bolsas globais: de alta. Primeiro veio a flexibilização na política tarifária de Trump para países que não retaliaram os EUA por 90 dias, que reforçou a possibilidade de que a maior economia do mundo pode não enfrentar uma recessão econômica – tema de atenção para o mercado financeiro.
Mais para o fim da tarde o republicano disse que os EUA devem firmar um acordo com a China e com os demais países afetados pelas tarifas recíprocas, dando ainda mais fôlego para a recuperação dos índices acionários. Segundo ele, o governo chinês está disposto a negociar as sobretaxas, mas “ainda não sabem como começar” as conversas. Por ora os EUA aumentaram a tarifa contra a China de 104% para 125%, em retaliação aos 84% impostos pelo país asiático e que devem começar a partir da 00h01 (horário local) do dia 10 de abril de 2025.
Fonte: Jovem Pan - 09/04/2025
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