Brasil cai para terceiro lugar no ranking de juros reais mesmo após decisão do Copom
Publicado em 07/11/2024 , por Anthony Wells
Turquia lidera o ranking com um aumento de 5% para mais de 15%, enquanto a Rússia, em segundo lugar, teve uma variação de 9,9% para 12%; Argentina está em último lugar
O Brasil caiu para a terceira posição no ranking mundial de juros reais, mesmo após a decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic para 11,25%. Este levantamento, realizado pela MoneYou, coloca o país atrás da Turquia e da Rússia. Os juros reais são calculados subtraindo a inflação prevista para os próximos 12 meses da taxa de juros. No Brasil, esses juros subiram de 7,33% para 8,08%. A Turquia lidera o ranking com um aumento de juros reais de 5% para mais de 15%, enquanto a Rússia, em segundo lugar, teve uma variação de 9,9% para 12%. A Argentina, enfrentando uma inflação elevada, aparece na última posição com juros reais negativos de -33,66%.
Quando considerados apenas os juros nominais, sem descontar a inflação, o Brasil ocupa a quarta posição. A Turquia lidera com 50%, seguida pela Argentina, com 35%, a Rússia, com 21% e, finalmente, o Brasil, com 11,25%. A decisão do Banco Central de aumentar a taxa de juros não surpreendeu economistas, que já esperavam essa medida devido à pressão inflacionária, intensificada pela recente alta do dólar. O comércio e a indústria, que dependem de financiamento, expressaram preocupações sobre a dificuldade de compatibilizar a inflação com a taxa de juros.
O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já havia preparado o mercado para essa sequência de aumentos na taxa de juros. A expectativa agora é sobre como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reagirá a essas medidas. Com Galípolo como porta-voz do Banco Central, espera-se que a relação entre a presidência e a instituição se torne mais harmoniosa, evitando críticas que marcaram o início da relação entre Lula e o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Fonte: Jovem Pan - 07/11/2024
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