Regras de financiamento imobiliário pela Caixa vão mudar nesta semana; entenda
Publicado em 29/10/2024 , por Isabela Bolzani
Alterações passam a valer na próxima sexta-feira (1º). Clientes precisarão dar pelo menos 30% do valor do imóvel de entrada pelo sistema de amortização SAC e 50% pelo sistema Price.
As alterações nas regras para os financiamentos de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), anunciadas pela Caixa Econômica Federal em meados deste mês, começarão a valer a partir da próxima sexta-feira (1º).
Além da mudança nas cotas de financiamento admitidas, o banco também passará a exigir um valor de entrada maior dos compradores.
O banco anunciou as alterações em meados de outubro, em meio à crescente demanda por imóveis no mercado brasileiro e ao maior volume de saques da caderneta de poupança — origem dos recursos utilizados pela Caixa para os empréstimos via SBPE.
Entenda nesta reportagem quais são as mudanças.
O que mudou?
A partir da próxima sexta-feira, nos empréstimos feitos com recursos do SBPE, o banco passará a financiar a compra ou a construção individual de imóveis que tenham valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão.
O cliente também não poderá ter outro financiamento habitacional ativo com a Caixa.
E como era?
No modelo válido até o fim deste mês, o banco não impõe nenhum limite para os financiamentos feitos com recursos do SBPE. Além disso, o cliente também pode ter outros financiamentos imobiliários ativos na Caixa na mesma modalidade.
Os financiamentos com recursos do FGTS, por sua vez, sempre foram restritos a apenas um contrato de crédito ativo
Redução das cotas de financiamento
A Caixa também fez mudanças nas cotas de financiamento. A partir da próxima sexta-feira, o banco só financiará até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). No modelo atual, a cota admitida era de até 80% do valor do imóvel.
Já pelo sistema Price, o banco passará a financiar até 50% do valor do imóvel. Nesse caso, a cota era de 70%.
Pelo sistema SAC, o valor total das prestações pagas vai diminuindo ao longo do tempo, por conta da parcela decrescente de juros. Já no sistema Price, o valor total é constante durante o prazo contratado.
Na prática, isso significa que os compradores precisarão dar um valor maior de entrada no imóvel.
Veja os exemplos abaixo.
Modelo SAC
- Modelo atual: se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 640 mil (80%). Nesse caso, o mutuário paga 20% do valor do imóvel como entrada, ou seja, R$ 160 mil.
- Novo modelo: agora, o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá até R$ 560 mil (70%) financiados pela Caixa. Os outros 30%, por sua vez, ficam a cargo do tomador (R$ 240 mil).
Modelo Price
- Modelo atual: se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%). Nesse caso, o mutuário pagava 30% do valor do imóvel como entrada, ou seja, R$ 240 mil.
- Novo modelo: agora, o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá até R$ 400 mil (50%) financiados pela Caixa. Os outros 50%, por sua vez, ficam a cargo do tomador (R$ 400 mil).
Segundo a Caixa, a alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, mantiveram-se as condições vigentes.
As mudanças têm prazo de validade?
Segundo a Caixa, as novas medidas não terão prazo de validade. Ou seja, as mudanças podem ser permanentes.
Tenho um financiamento ativo, ele vai mudar?
Não. Segundo o banco, as propriedades já adquiridas não terão as regras de financiamento alteradas.
Por que a Caixa está fazendo essas alterações?
A redução das cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel vêm diante da crescente demanda por imóveis no mercado brasileiro e pelo maior volume de saques da caderneta de poupança — origem dos recursos utilizados pela Caixa para os empréstimos via SBPE.
Segundo dados recentes do Banco Central do Brasil (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, totalizando R$ 7,1 bilhões. Esse também foi o terceiro mês seguido de retiradas.
Em nota, a Caixa informou que a carteira de crédito habitacional do banco deve superar o orçamento aprovado para o ano de 2024. Atualmente, a instituição é responsável por quase 70% do mercado.
O banco concedeu neste ano até setembro R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, o que representa um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 627 mil financiamentos de imóveis.
Em relação às contratações com recursos da poupança (SBPE), a Caixa apresenta uma participação de mercado de 48,3%, correspondendo a R$ 63,5 bilhões das operações realizadas pelo banco até setembro.
"A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado", afirmou o banco em nota oficial.
Fonte: G1 - 29/10/2024
Notícias
- 06/11/2024 Inadimplência entre os mais pobres chega a 37,7%, segundo CNC
- FGV: aluguel residencial cai 0,89% em outubro, após alta de 0,33% em setembro
- Banco é condenado por manter negativado nome de cliente após quitação de dívida
- BNDES lança linha de crédito para micro e pequenas empresas com taxas a partir de 1,49%
- Haddad: 'Todos os ministros estão conscientes de tarefa de reforço do arcabouço'
- DF é condenado a indenizar tutora por morte de animal após aplicação de vacina
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)