Como manter a saúde mental mesmo com dívidas? Especialista dá dicas
Publicado em 24/09/2024
De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) , 82% dos inadimplentes no Brasil sofreram impacto na saúde física ou mental pelas dívidas em atraso. Os números refletem na maneira com que os brasileiros lidam com os problemas relacionados às finanças.
Para que a saúde também não seja afetada, é importante se organizar financeiramente. Segundo o consultor financeiro Lucas Moura, é necessário conhecimento – tanto das taxas e opções do mercado, quanto dos próprios gastos que, dentro de casa, estão impactando negativamente as contas — para que esse gerenciamento dos recursos financeiros seja feito de maneira mais eficiente.
“Um dos primeiros passos é reunir toda a família e fazer uma ‘faxina’: olhar para a conta bancária e a fatura do cartão de todos os membros e encontrar ali gastos que não fazem mais sentido, como anuidade de conta-corrente, três ou quatro assinaturas de streaming, gastos excessivos com delivery… Tudo isso, no fim do mês, tem um impacto importante. ‘Varrer’ essas despesas é o início da consolidação de uma melhor saúde financeira”, diz o especialista.
Em seguida, é hora de avaliar as dívidas e entender se elas podem ser trocadas por opções com juros mais baixos ou quitadas de uma vez. Uma alternativa menos explorada no Brasil é o crédito consignado privado, que se destaca entre os serviços financeiros por ter taxas menores.
Parcelamento é empréstimo?De acordo com dados do Serasa , 71% dos consumidores brasileiros costumam parcelar suas compras. O que poucos têm clareza é que essa é uma modalidade de crédito que não deixa de ser um empréstimo.
Para o especialista, a saúde financeira não está relacionada ao pagamento à vista ou a prazo, mas à possibilidade de cumprir com as obrigações com a instituição que emprestou o dinheiro.
"Quando uma pessoa parcela uma compra, ela não tem necessariamente problemas financeiros. Só um quarto dos consumidores parcela por não ter dinheiro suficiente para adquirir aquele serviço ou produto", explica o especialista e consultor financeiro da TudoNoBolso, fintech de educação financeira, soluções de crédito e benefícios corporativos.
O consultor argumenta que “a questão é que a maioria dessas pessoas opta pelo cartão de crédito , que é um crédito com risco por seus juros altos, que podem desestabilizar a saúde financeira de toda a família”.
O relatório de maio do Banco Central do Brasil aponta que a taxa média de uma operação de crédito pessoal é de 7,83% ao mês (a.m.), enquanto a de uma operação de crédito consignado privado é de 3,23% a.m. A discrepância é ainda maior diante das taxas médias do Cartão de Crédito Rotativo, de 35,21% a.m., e do cheque especial, de 10,7% a.m.
Com juros menores, o pagamento desse tipo de empréstimo reduz o impacto no orçamento, gerando menos estresse e oferecendo maior equilíbrio financeiro e emocional. “É uma forma de manter a saúde do bolso em dia, ainda que com contas a pagar em aberto”, acrescenta Moura.
Fonte: economia.ig - 23/09/2024
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