Juros: taxas sobem com risco fiscal e desancoragem de expectativas de inflação
Publicado em 30/07/2024
Queda do dólar, na contramão da tendência externa de avanço, não foi suficiente para animar o mercado
Os juros futuros registraram alta nesta segunda-feira, um pouco mais acentuada nos contratos de médio prazo. Mesmo com a curva tendo acumulado prêmios ao longo da semana passada, as taxas avançaram diante das preocupações com o cenário fiscal e com a desancoragem das expectativas de inflação, tendo à frente uma semana carregada de indicadores e eventos aqui e no exterior. As taxas chegaram a migrar para perto dos ajustes de sexta-feira no período da tarde, na esteira da melhora do câmbio, mas retomaram o fôlego.
No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava em 11,73%, de 11,69% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 12,00% (de 11,94%) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 12,18%, de 12,12%. Na contramão das altas, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,735%, de 10,766% no ajuste de sexta-feira.
A queda do dólar à casa dos R$ 5,62, na contramão da tendência externa de avanço, não foi suficiente para animar o mercado de juros, conseguindo no máximo fazer com que as taxas zerassem pontualmente a alta no meio da sessão. Até porque o alívio do câmbio se deu por fatores técnicos e não por melhora de percepção do cenário econômico. Os rendimentos dos Treasuries hoje bem comportados também não foram capazes de segurar a alta das taxas locais.
O mercado buscou se proteger antes da agenda pesada dos próximos dias com reuniões de política monetária em vários países, com destaque para o Copom na quarta-feira. É unânime a aposta de Selic estável em 10,50%, segundo levantamento do Projeções Broadcast. O comunicado deve vir "hawkish" uma vez que variáveis como o câmbio e as expectativas de inflação pioraram desde a reunião de junho. Nesse contexto, os dirigentes devem evitar qualquer sinalização futura (guidance) e reforçar que as próximas decisões estarão na dependência dos dados econômicos.
O Boletim Focus trouxe elevação nas medianas de IPCA para 2024 (de 4,05% para 4,10%) e 2025 (3,90% para 3,96%), cada vez mais distantes da meta central de 3%. A mediana de câmbio para 2024 foi mantida em R$ 5,30, mas para 2025 foi elevada de R$ 5,23 para R$ 5,25. "O mercado também já vai antecipando eventos do segundo semestre, como a mudança no comando do Banco Central", acrescenta León Santiago, head de renda fixa da Ville Capital.
Na avaliação do Itaú Unibanco, a política monetária se encontra no limiar de uma inflexão, e, nas condições atuais, a Selic necessária para levar a inflação à meta no horizonte relevante já seria de pelo menos 11,00%. "Tal condição deve levar o comitê a renovar a promessa de vigilância, e afirmar que avaliará se a estratégia de manutenção da política monetária em patamar contracionista por tempo suficiente será capaz de assegurar o processo de desinflação e reancoragem das expectativas", afirma o time de pesquisa macroeconômica liderado pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita.
Além do Copom, a agenda local reserva indicadores do mercado de trabalho, para os quais a percepção segue sendo a de aperto, com taxa de desemprego em queda e aumento real nos salários. Pelo lado fiscal, há expectativa em relação ao detalhamento do congelamento de gastos anunciado pelo governo, de R$ 15 bilhões, amanhã. A indicação é de que todas as áreas serão atingidas em maior ou menor grau. O governo federal só poderá contingenciar R$ 882,4 milhões em emendas parlamentares, deixando o maior peso da contenção no Orçamento nas verbas do Executivo.
Pela manhã, o BC informou que o setor público consolidado teve déficit primário de R$ 40,873 bilhões em junho, o maior para o mês desde 2023, quando houve um rombo de R$ 48,898 bilhões. O resultado foi um pouco maior do que indicava a mediana de déficit de R$ 39,4 bilhões.
Fonte: O Dia Online - 29/07/2024
Notícias
- 22/11/2024 Pesquisa Serasa aponta que 44% dos endividados apostaram em bets para pagar contas
- 6 dicas para os gastos não afetarem a saúde mental e financeira
- Arrecadação de impostos em outubro cresce 9,77% ante setembro
- Golpe da CNH: como se proteger de mensagens falsas sobre suspensão da carteira de motorista
- Consumidores brasileiros planejam gastar mais na Black Friday de 2024
- Inflação do churrasco chega ao maior nível em cinco anos
- Caixa volta a oferecer Crédito PcD com desconto nos juros
- Hospital odontológico é condenado a indenizar consumidor por erro em tratamento dentário
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)