Reduflação: estratégia corrói poder de compra do consumidor
Publicado em 23/07/2024 , por Mara Bianchetti
Trata-se de um fenômeno que ocorre quando o preço não acompanha a redução do conteúdo da embalagem de determinado produto
Em um cenário de alta nos preços e diminuição no poder de compra das pessoas são inúmeras as estratégias adotadas por indústrias e comércios a fim de manterem suas margens de lucro em patamares satisfatórios para os negócios. A reduflação é uma delas – fenômeno que ocorre quando o preço não acompanha a redução do conteúdo da embalagem de determinado produto e os consumidores acabam pagando o mesmo valor por menor quantidade.
A medida é observada de maneira mais evidente na indústria alimentícia e de produtos de higiene pessoal ou geral. Nesses segmentos, a diversidade de embalagens, gramaturas e apresentações não respeitam necessariamente uma norma ou padrão, dando espaço para os fabricantes explorarem formas mais economicamente vantajosas de comercializar seus produtos.
Apenas em 2023, a reduflação corroeu o poder de compras dos brasileiros em 3,78%. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que analisou uma série de itens da cesta básica, a fim de entender a intensidade e os efeitos do fenômeno. O estudo constatou, por exemplo, que a medida é constatada, especialmente em produtos vendidos em supermercados e farmácias, com destaque nas categorias de alimentos, higiene e limpeza.
Entre os produtos com maiores alterações, destaque para:
- barras de chocolate
- óleo
- ovos
- azeite de oliva
- sabonetes
- papel higiênico
- sabão em pó
- cereais (milho e arroz)
- macarrão
- extrato ou concentrado de tomate
- sardinha e atum enlatados
- manteigaa
- café
O estudo do IBPT ainda identificou que as indústrias aderiram com maior intensidade à prática a partir de 2021, porém a prática nem sempre se manifesta na forma clássica de redução de gramatura e manutenção do preço, mas “mascarada” por uma promoção ou aparente vantagem.
“Mercadologicamente há uma forte tendência em reduzir a quantidade do produto vendido sem que seu preço seja proporcionalmente alterado. Isso acontece na versão clássica da reduflação, mas também em outras modalidades, que estão relacionadas à gratuidades, promoções e em alteração na composição do produto, que afeta de maneira direta a qualidade do item. Estas distorções nem sempre são levadas em consideração pelo consumidor, por tratar-se apenas da alteração de pequeno percentual na apresentação do produto, mas quando em escala industrial, estas alterações podem ter impactos significativos”, diz o levantamento.
Por fim, o Instituto alertou que a medida impacta especialmente famílias de menor renda, uma vez que as principais alterações ocorreram em itens da cesta básica ou que estão diretamente relacionados com os hábitos cotidianos da família brasileira. Em alguns casos analisados, o impacto representou aumento de até 5,22% dos custos com alimentação no cruzamento com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios (Pnad).
Fonte: Diário do Comércio - 23/07/2024
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