Dívida no cartão de crédito? Veja o que você deve evitar parcelar
Publicado em 28/05/2024 , por Gêmeos Investem
A seguir, reunimos uma lista com as sete compras que precisamos tomar cuidado
Quem aí vive uma relação de amor e ódio com o cartão de crédito?
Se você tem ao menos um em sua carteira, é bem provável que alguma vez já tenha utilizado de forma errada. Considerado por muitos como o grande vilão da inadimplência, é preciso entender que o cartão de crédito não passa de uma simples ferramenta. Caberá ao seu usuário saber aproveitar os diversos benefícios ou cair nas dívidas, que podem se tornar uma bola de neve sem fim.
Implementado no Brasil na década de 1960, o cartão de crédito já funcionou de diversas formas. Primeiro, surgiram os cartões com tarja magnética, facilitando a utilização pelos consumidores. Depois, veio a era do chip, tornando necessário somente inserir o cartão na maquininha e concluir a transação com a senha bancária.
O tempo passou e a tecnologia deixou esse processo ainda mais fácil. Hoje, as operações também podem ser feitas por aproximação e por reconhecimento facial, graças à ajuda do smartphone.
Mas é preciso ter em mente que, assim que o cartão de crédito é utilizado, uma dívida é adquirida com o banco, que só será finalizada depois do pagamento da fatura mensal. Aos clientes que não conseguem pagar a fatura completa, o banco oferece crédito rotativo. Dessa forma, a pessoa paga os juros sobre o valor não quitado.
Apesar de parecer uma boa alternativa, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo costuma ser bem alta. Após um início de ano em queda, ela subiu 9,4 pp (pontos percentuais) no último mês de março, alcançando a marca estratosférica de 421,3% ao ano, de acordo com dados do Banco Central.
É aqui que está o verdadeiro perigo. As instituições bancárias até oferecem diferentes formas de parcelamento e estabelecem um pagamento mínimo, liberando o limite para novas compras e gastos. Porém, essas novas movimentações entrarão na dívida rotativa, o que faz com que muitas pessoas percam o controle. Com juros tão altos, é mais fácil ficar endividado.
Em abril, o percentual de famílias brasileiras endividadas bateu a marca de 78,5%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, desenvolvida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Dentre o total de endividados, quase metade (47,4%) está com os boletos atrasados por mais de três meses. Já as famílias que recebem até três salários mínimos são as mais atingidas: 80,4% delas vivem nessa situação.
As 7 compras que você deve evitar parcelar
Para não passar por apuros e ter as suas finanças comprometidas por um longo período, o ideal é que você não parcele nada sem a certeza que terá dinheiro para pagar posteriormente. Com a atual realidade socioeconômica da população, sabemos que isso não é tarefa fácil, mas existem algumas compras em específico que poderão proporcionar uma baita dor de cabeça no futuro, caso sejam parceladas.
A seguir, reunimos uma lista com as sete compras que precisamos tomar cuidado. Confira nossas dicas:
1 - Shows e festivais musicais
Curtir um show de seu artista favorito ou algum festival com atrações musicais famosas pode até ser um momento bacana e de muita descontração, mas lembre-se, essa diversão será de apenas um dia. Se você escolher parcelar o pagamento, então vai ter essa despesa em sua fatura por alguns bons meses.
Esse é um caso completamente diferente, por exemplo, da pessoa que precisou comprar uma geladeira nova depois que a sua apresentou defeito. Por ser um item indispensável, ela não conseguirá esperar vários meses para juntar a quantia total e pagar o produto à vista. Muitas vezes, o parcelamento é a única escolha.
Agora, um show não só está longe de ser algo essencial, como também envolve outros gastos associados. Não é somente o preço do ingresso que irá para a conta. É preciso somar ainda o gasto com transporte para ir e voltar, além de alimentação dentro do evento, que geralmente não é nada barata.
Para o brasileiro que já está apertado em dívidas, essas são despesas muitas vezes dispensáveis ou que podem ser planejadas com antecedência para não precisar recorrer ao crédito.
2 - Roupas e tênis de marca
Aqui também temos duas situações bastante diferentes: a primeira é a pessoa que arranjou um emprego novo em que é obrigatório o uso de roupa social. Ela pode não ter condições de pagar à vista, mas faz esse investimento pensando em sua carreira profissional. Mesmo parcelando, com o dinheiro que receberá no próximo mês já poderá pagar a sua dívida e, nas próximas vezes, escolher pelo pagamento à vista.
Já no outro lado da história, vemos alguém que quer comprar roupa de marca para passar um status ou “estar na moda”, mas não tem dinheiro para o pagamento à vista. Seja o tênis do momento, a calça tendência ou aquela camisa oficial do seu time de coração, não tem nenhum problema querer se vestir bem.
Só que é preciso pensar que se essa roupa for parcelada em 10 ou 12 vezes, o consumidor possivelmente continuará pagando por uma peça que nem estará usando mais. Até lá, com certeza, irão aparecer outros itens de vestuário adquiridos da mesma forma, tornando-se uma dívida eterna. No fim do mês, você estará trabalhando apenas para pagar esses tipos de despesas do cartão de crédito.
Se você não tem o dinheiro para comprar aquilo que você quer à vista, tem duas opções: junte o dinheiro até conseguir pagar de uma vez ou então opte por um modelo que caiba no seu bolso. Você até pode querer um tênis de determinada marca, mas não precisa comprar a linha mais cara. Diversas lojas fazem promoções, sendo possível levar um modelo parecido, de uma coleção anterior, por um valor bem mais em conta.
3 - Viagens
Você quer fazer aquela viagem dos sonhos, guardou o seu tão suado dinheiro e viu que o pagamento à vista está no mesmo valor que pagar à prazo? Então não tem problema algum parcelar e deixar o restante das suas economias rendendo como investimento. Agora, se você não tem dinheiro e pensa em parcelar, mesmo que tenha que enfrentar um belo de um juros depois, sentimos muito, mas essa não é uma das melhores ideias.
Boa parte dos brasileiros está sempre de olho no calendário para aproveitar os feriados e fazer aquela viagem para descansar ou conhecer um lugar novo. Porém, quando essas viagens são pagas de forma parcelada, o que vemos é um acúmulo de parcelas. A bola de neve de dívidas girando mais uma vez pode comprometer totalmente as suas finanças.
4 - Contas em restaurantes
Com a popularização das redes sociais, ficou cada vez mais comum nos depararmos com reviews de restaurantes que mostram o ambiente, os pratos e o clima agradável compartilhado. Isso até chegar no preço: um jantar para duas pessoas saindo por R$ 400! E sabemos que tem lugares que cobram valores ainda mais salgados e fora da realidade da maioria dos brasileiros. Para a conta não ficar tão pesada, no final, esses locais oferecem a “vantagem” do parcelamento.
Caso o pagamento tenha sido feito em três vezes, o consumidor vai levar cerca de 90 dias para arcar por algo que ele usufruiu por apenas uma ou duas horas. E durante todo esse período, é certo que ele vai querer ter outros momentos de lazer ou sair para comer. Se a escolha por parcelar já virou um hábito, é claro que isso pode virar uma dívida bem mais alta e que atrapalhará o seu planejamento financeiro.
5 - Telefone celular
Tem uma galera que não depende de smartphone para trabalho, não se diverte com nenhum jogo e nem aproveita todas vantagens das câmeras de última geração, mas ainda assim quer comprar o último modelo lançado. Só que um aparelho desses não é dos mais baratos, com preços que podem variar entre R$ 5 mil e mais de R$ 10 mil.
Quem escolhe adquirir um aparelho de última geração de forma parcelada precisa pensar muito bem antes de cair em um uma perigosa enrascada. Isso porque os celulares se tornaram os itens mais furtados e roubados no Brasil. Não são raros os casos de pessoas que parcelaram o produto, são vítimas desse tipo de crime e precisaram continuar pagando por algo que nem está mais em sua posse.
Então se você está precisando trocar de celular e não tem todo aquele dinheiro para adquirir o último lançamento, uma boa dica é pesquisar bem e optar por um modelo mais condizente com a sua atual realidade financeira. Muitas vezes, uma versão intermediária ou até um semi-novo suprirá bem as suas necessidades.
6 - Presentes
Todo mundo quer agradar e fazer algo bacana para as pessoas que ama, mas muitas vezes não temos o dinheiro para comprar aquele presente à vista. A situação fica ainda mais complicada quando falamos de um relacionamento amoroso, porque não tem somente o Dia dos Namorados. É o aniversário da pessoa, aniversário de namoro, Natal e daí em diante…
Se a cada data comemorativa você parcelar uma compra, essa conta no final não irá fechar. Quer presentear algum ente querido, parceiro de vida ou amigo? Então a principal dica, mais uma vez, é pesquisar os melhores preços. Caso o item desejado ainda esteja fora do seu orçamento, busque por opções mais baratas ou prepare você mesmo uma experiência que agrade a pessoa amada.
7 - Videogames
Essa última dica vai especialmente para os gamers: não parcele videogame e nem jogos, já que esse tipo de entretenimento é algo muito caro aqui no Brasil. Se você, assim como nós, conhece esse universo, sabe que um videogame de última geração custa mais de R$ 4 mil. Até pouco tempo atrás, o que muita gente fazia era montar um computador para jogar, importando peças separadas até conseguir montar a sua máquina. Só que agora, com os impostos de 92% sobre as importações, essa prática não é mais tão vantajosa.
Os lançamentos acontecem todos os meses, é um jogo melhor que o outro. Se a pessoa for comprar todos esses games de forma parcelada, não tem como passar um mês sem adquirir um baita dívida. A solução nesse caso é optar pelos jogos de celular, que, em sua maioria, são gratuitos, e bem divertidos. Já se você quer ter a experiência dos jogos de consoles, procure por modelos mais antigos, promoções ou daquele seu amigo ou conhecido, que resolveu se desfazer por um precinho mais camarada.
Fonte: economia.ig - 27/05/2024
Notícias
- 22/11/2024 Pesquisa Serasa aponta que 44% dos endividados apostaram em bets para pagar contas
- 6 dicas para os gastos não afetarem a saúde mental e financeira
- Arrecadação de impostos em outubro cresce 9,77% ante setembro
- Golpe da CNH: como se proteger de mensagens falsas sobre suspensão da carteira de motorista
- Consumidores brasileiros planejam gastar mais na Black Friday de 2024
- Inflação do churrasco chega ao maior nível em cinco anos
- Caixa volta a oferecer Crédito PcD com desconto nos juros
- Hospital odontológico é condenado a indenizar consumidor por erro em tratamento dentário
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)