Com R$ 352 milhões em dívidas, Polishop recorre à recuperação judicial
Publicado em 20/05/2024
Desde abril, a empresa vinha negociando com os credores uma recuperação extrajudicial
A Polishop entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial. No pedido, obtido pelo Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a companhia alega ter dívidas de cerca de R$ 352 milhões e pede que seja mantido segredo de Justiça em relação aos bens particulares do seu sócio administrador, assim como a relação de seus funcionários.
O pedido de recuperação foi ajuizado na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e será julgado pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a varejista foi levada a recorrer à recuperação judicial por exigência de instituições financeiras como condição para a concessão de novos créditos. Desde abril, a Polishop vinha negociando com os credores uma recuperação extrajudicial, o que exigiria a adesão inicial de 33% deles para seguir com tal pedido à Justiça, conforme a lei.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast no início de abril, o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário, disse que buscava uma "reestruturação extrajudicial" junto a seus credores. Segundo o pedido de tutela antecipada - uma espécie de decisão temporária até que o mérito da ação seja julgado, que suspende execuções de dívidas - ajuizado na época, a companhia já havia reduzido seu endividamento bancário de R$ 270 milhões, em janeiro de 2022, para R$ 84 milhões.
Na ocasião, Appolinário apontou os bancos como os credores mais difíceis de negociar. Além das dívidas com bancos, ele mencionou ainda pendências no valor de R$ 50 milhões com os shoppings centers, que desde 2022 passara a processar a Polishop por falta de pagamento do aluguel de suas lojas.
Venda de ativos
Renato Scardoa, sócio do escritório S.DS - Scardoa. Del Sole Advogados, diz que a opção pela recuperação judicial (RJ) pode ser uma sinalização de venda de ativos da empresa. "A venda de ativos na RJ é mais segura porque há disposição expressa de que o comprador não assume passivo (não sucessão). Já na Extrajudicial, não há disposição expressa e existe uma insegurança sobre a aplicação ou não da não sucessão, o que pode afastar interessados."
Scardoa diz ainda que, na recuperação extrajudicial é comum um acordo com parte dos credores, como ocorreu recentemente com a Casas Bahia. Agora, na judicial, o impacto é maior e atinge a grande maioria dos credores, como trabalhistas e fornecedores.
Questionado, no mês passado, sobre o que teria causado os problemas enfrentados pela empresa, Appolinário apontou a pandemia, o aumento do IGP-M (índice que corrige os contratos de aluguel) e a crise de crédito motivada pelo caso Americanas.
Atendendo ao pedido de tutela antecipada, no mês passado o juiz determinou a suspensão de execuções que estavam em trâmite contra a Polimport Comério e Exportação Ltda. - a razão social da Polishop -, bem como ações de despejo. A decisão também impediu que plataformas de marketing e tecnologia (Google, Meta, entre outros), suspendessem os serviços por créditos anteriores à data do pedido. Após essa decisão, várias empresas tiveram seus pedidos de habilitação de crédito (prova de que a empresa em recuperação judicial deve) juntados ao processo para "entrar na fila de pagamentos".
Lojas fechadas
A Polishop já fechou mais de 100 lojas em shoppings e é alvo de mais de 50 ações de despejo. Procurada, a Polishop respondeu que "só vai se pronunciar quando o pedido for homologado".
Fonte: O Dia Online - 17/05/2024
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