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Bares e restaurantes seguram repasse da inflação aos consumidores
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Bares e restaurantes seguram repasse da inflação aos consumidores

Publicado em 12/04/2024

Em março, a inflação da alimentação fora do domicílio registrou um índice de 0,35%, enquanto a alimentação no domicílio teve um índice de 0,59%

Segundo os  dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgados nesta semana, os bares e restaurantes têm mantido os preços em seus cardápios estáveis. Este cenário tem impactado as margens de lucro dos estabelecimentos desde janeiro.

Em março, a  inflação da alimentação fora do domicílio registrou um índice de 0,35%, enquanto a alimentação no domicílio teve um índice de 0,59%. A variação do índice geral foi de 0,16%. 

No entanto, no acumulado anual, a  inflação do setor apresenta um índice quase três vezes menor do que a observada com alimentação no domicílio: enquanto o índice para alimentação dentro de casa chega a 3,56%, para alimentação fora do domicílio registra apenas 1,09%. Além disso, o índice do setor também se encontra abaixo do índice geral do ano, que é de 1,42%.

Segundo Bianca Fraga, especialista em negócios gastronômicos, a discrepância entre o comportamento do  IPCA e a prática dos restaurantes evidencia um panorama econômico complexo para o setor.

"Apenas uma fração dos estabelecimentos repassaram os aumentos de custo para os consumidores, evidenciando os desafios enfrentados pelo setor para manter suas margens de lucro em um contexto econômico desafiador", revelou a especialista Bianca Fraga.

Segundo a especialista, o congelamento dos preços justifica também a alta no último Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que foi divulgado pela FGV com um aumento de 1,6 ponto neste mês de março. Após duas quedas consecutivas, essa é a maior alta em 2024.

"Depois do Natal, férias e início do ano escolar, passamos por um período mais difícil no comércio. Agora a tendência é que as pessoas voltem a gastar mais, sair mais e pedir com mais frequência nas plataformas de delivery. Os empresários têm de estar preparados para isso”, explica Fraga.

“O consumidor está cada vez mais à procura de praticidade, seja pela falta de tempo ou pelo custo x benefício de comer fora e isso tem impulsionado a movimentação nos bares e restaurantes em datas especiais. O empresário do setor precisa entender que essas altas são uma oportunidade para fidelizar uma clientela nova”, pontua.

“É nessas ocasiões que podemos oferecer experiências diferenciadas com preços maiores para que possamos ter maior margem líquida no final das ações”, finaliza.

Sem reajuste de preços
De acordo com a pesquisa mais recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 37% dos estabelecimentos não conseguiram reajustar os preços nos últimos 12 meses, mesmo diante da alta no valor dos insumos.

Ainda segundo a pesquisa, entre os 31% de estabelecimentos que operaram com prejuízo em fevereiro, o terceiro principal fator que influenciou no resultado negativo foi o custo dos alimentos e bebidas.

"No acumulado do ano a diferença está muito grande. Estamos em um momento difícil quanto ao faturamento, principalmente em função da queda do movimento em janeiro. Isso faz com que o empresário aperte as margens para evitar repassar os aumentos ao cardápio", pontua Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel .

"Mas com 40% do setor tendo dívidas em atraso, isso só aprofunda o problema e põe em risco a sobrevivência das empresas”, defende 

“Precisamos de um plano para resgate de quem está nesta situação, sem ter para onde correr, por isso já encomendamos à  FGV um estudo para poder mapear as soluções possíveis o mais rápido possível", finaliza.

Em relação aos preços de alimentos e bebidas, que são os principais insumos do setor, registrou-se uma variação de 0,53% em março. No acumulado do ano, essa variação chega a 2,88%. Esses números indicam que os empresários estão se esforçando para equilibrar os custos, evitando repassar integralmente os aumentos para os consumidores.

Fonte: economia.ig - 11/04/2024

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