Copom ignora pressão do governo por queda dos juros e mantém Selic em 13,75% pela 6ª vez consecutiva
Publicado em 04/05/2023
Mesmo com publicação do novo arcabouço fiscal, comitê afirma que inflação ao consumidor segue acima da meta e demanda monitoramento
Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016. A decisão do colegiado ocorreu de forma unânime, nesta quarta-feira, 3, mesmo com a frequente pressão que tem sido feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por aliados, que cobram cortes na taxa e criticam os efeitos dos juros sobre atividade econômica. Desde a última reunião, finalizada em 22 de março, ocorreram mudanças no cenário econômico que animaram os governistas, entre eles a apresentação do novo arcabouço fiscal. O comitê havia sinalizado anteriormente a possibilidade de uma nova alta na Selic, mas o Palácio do Planalto bate na tecla que a inflação abaixo do esperado poderia incentivar até mesmo uma queda. Contudo, a expectativa do mercado já era da manutenção da taxa de juros, uma vez que não houve grandes alterações no contexto nacional e internacional que justificassem uma mudança na política monetária.
Na decisão, o comitê afirmou que o ambiente externo se mantém adverso e que inflação alta para o consumidor demanda atenção. “Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente. Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho. A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, afirma o grupo.
O comitê ainda cita que a reoneração dos combustíveis e a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. “Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária. O Copom enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, complementa. O grupo ainda enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
O presidente e parlamentares têm criticado de forma consistente a condução da política monetária, que pressionam Roberto Campos Neto para reduzir a Selic. “Não podemos mais viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla na verdade o desemprego porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje”, afirmou Lula em evento realizado em 1º de Maio. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também fez recentemente um apelo público a Campos Neto em favor da redução “imediata” dos juros. “A inflação, meu caro Roberto Campos Netto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”, argumentou Pacheco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o Banco Central possui uma “janela de oportunidade” para reduzir a taxa básica de juros, citando a inflação de março, abaixo do esperado, e a valorização do real frente ao dólar como indicativos positivos para que a autoridade monetária reduza a Selic. “Tudo está convergindo para aquilo que eu chamo de harmonizar o fiscal com o monetário. Tudo está convergindo nessa direção. Veja aí os efeitos da queda da inflação, o câmbio, o real mais valorizado, as variáveis se estabilizando, a curva de juros futuro caindo. Enfim, há sinais evidentes”, afirmou. Já Campos Neto tem defendido as decisões do órgão. “Juros são altos por recuperação de crédito baixa, endividamento alto e baixa poupança. Volume de crédito direcionado é alto, é como uma tubulação entupida”, exemplificou. Campos Neto também repetiu falas anteriores de que é preciso baixar os juros com credibilidade. “Para gerar liquidez, Selic precisa ser conduzida com credibilidade”, reforçou.
Fonte: Jovem Pan - 03/05/2023
Notícias
- 03/11/2025 Aneel mantém bandeira vermelha 1 na conta de luz em novembro
 - Caixa inicia renegociação de contratos em atraso do Fies
 - Gasolina tem redução de 4,9% no preço, mas queda não chega aos consumidores
 - Governo federal proíbe todos os cafés da marca Vibe Coffee
 - Regras do saque-aniversário do FGTS entram em vigor neste sábado
 - Desemprego no Brasil atinge 5,6% e iguala o menor patamar da história
 - Boletim Focus: mercado financeiro reduz estimativa de inflação em 2025 para 4,55%
 - Energia elétrica: contratação livre muda rotina, diz especialista
 - Dívida Setor Público de setembro é a maior da série histórica
 - Lula sanciona lei que autoriza governo a mirar piso da meta fiscal em 2025
 - Petrobras aprova plano de demissão voluntária para até 1,1 mil pessoas
 
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
 - A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
 - Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
 - Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
 - Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
 - Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
 - ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
 - CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
 - Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
 - PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
 - Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
 - O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
 - Posso ser preso por dívidas ?
 - SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
 - Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)
 
