Classes D e E gastam mais da metade do salário com alimentação, mostra estudo
Publicado em 27/04/2023
Segundo especialista, alta da inflação e falta de aumento real do salário mínimo nos últimos anos contribuem para essa realidade
Um levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva em parceria com a empresa VR revelou que as famílias da Classe C, que ganham entre R$ 5.200 a R$ 13 mil mensais, gastam em média um terço dos rendimentos com alimentação. Nas famílias da classe B, com renda de R$ 13 mil até R$ 26 mil, o percentual cai para 13,2%. Nas classes D e E, com rendimentos entre R$ 1.300 e R$ 5.200, mais da metade do salário é comprometida com alimentação: 50,7%. “Hoje em dia já é mais de 50% (do salário) com alimentação. Pesa muito. O custo tem aumentado, flutua um pouco, reduz alguns alimentos e aumenta em outros. Sinto que a maior parte do meu orçamento vai no mercado”, diz a assistência de administração Vanda Almeida. O terapeuta financeiro Reinaldo Domingos avalia que, apesar da diferença de impacto, há uma necessidade geral de educação financeira entre as classes. “A inflação real da nossa vida, da nossa casa e da nossa família, no mínimo, foi de 15% a 20% ao ano. O que significa, então, que cada dia mais, a gente gasta mais dinheiro para comprar menos coisa. A gente acaba tendo uma necessidade de buscar por esse equilíbrio, ou seja, essa base de sustentação”, diz Reinaldo.
O estudo ainda aponta que, para a Classe C, os benefícios como vale-refeição e vale-alimentação representam, em média, entre 3% a 8,5% dos gastos com alimentação. Já para as classes D e E, os benefícios chegam a cobrir 33% das despesas. Outro dado alerta sobre as famílias que estão em vermelho no país. Segundo dados da pesquisa, 8 em cada 10 brasileiros da classe C têm dividas em aberto, enquanto 1 a cada 3 está inadimplente. Para especialistas, muitas vezes, essas dívidas são contraídas como formas das famílias garantirem os itens básicos para alimentação. “Há uma tendência, pela ausência da educação do comportamento financeiro, de aumentar esses indicadores de comprometimento nos seus orçamentos. Há essa tendência. Temos aí um país basicamente com uma inflação não controlada, então precisamos tomar uma decisão. Não podemos continuar fazendo do jeito que fazíamos ontem”, continua Reinaldo.
Nos últimos anos, em um processo agravado pela pandemia de Covid-19, houve também uma perda significativa no poder de compra das famílias brasileiras. Há 5 anos, a cesta básica custava 40% do valor do salário mínimo. Hoje, o mesmo produto compromete 59% da renda. “De um lado tivemos o aumento da inflação de alimentos, que são responsáveis por parte considerável dos gastos da classe C brasileira. Do outro lado, nós tivemos um longo período sem aumento real do salário mínimo. Portanto, se o salário não cresce de um lado e o preço da comida cresce do outro, sobra menos dinheiro para a classe C sustentar sua família”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, responsável pelo estudo. Meirelles ainda destaca que, por conta desta tendência, os consumidores se tornaram mais atentos aos produtos consumidos. “Quando a grana é contada, você não tem espaço para o erro. O risco do erro é muito maior. Se você compr aum produto de qualidade duvidosa e só descobre isso na hora de comer o produto, você tem um problema. A grana era tão contada que você vai ter que consumir aquele produto o resto do mês até conseguir comprar um produto de qualidade melhor”, afirma. Ainda segundo o levantamento, 73% das pessoas da Classe C brasileira procuram pelos preços dos itens do mercado, 52% optam pela melhor qualidade e 36% escolhem a marca do produto.
Fonte: Jovem Pan - 26/04/2023
Notícias
- 22/11/2024 Pesquisa Serasa aponta que 44% dos endividados apostaram em bets para pagar contas
- 6 dicas para os gastos não afetarem a saúde mental e financeira
- Arrecadação de impostos em outubro cresce 9,77% ante setembro
- Golpe da CNH: como se proteger de mensagens falsas sobre suspensão da carteira de motorista
- Consumidores brasileiros planejam gastar mais na Black Friday de 2024
- Inflação do churrasco chega ao maior nível em cinco anos
- Caixa volta a oferecer Crédito PcD com desconto nos juros
- Hospital odontológico é condenado a indenizar consumidor por erro em tratamento dentário
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)