Prévia da inflação sobe em 0,69% em março, puxada por Transportes
Publicado em 24/03/2023
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,36%, abaixo dos 5,63% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
A prévia da inflação de março apresentou alta de 0,69%, após o índice de 0,76% registrado em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo IBGE, aponta que a maior variação e o maior impacto vieram de Transportes, com 1,50% e 0,30 p.p. respectivamente. O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 2,01%, menor do que os 2,54% registrados no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,36%, abaixo dos 5,63% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a taxa foi de 0,95%.
Com exceção de Artigos de residência, cujos preços recuaram 0,18%, todos os demais grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de março. O destaque foi Transportes, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice. Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a fevereiro, quando teve variação de 0,08%. Os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,18% e 0,15 p.p.) e Habitação (0,81% e 0,12 p.p.) apareceram em seguida. Alimentação e bebidas (0,20% e 0,04 p.p.), por outro lado, desacelerou na comparação com o mês anterior, quando registrou variação de 0,39%. Os demais ficaram entre o 0,08% de Educação e o 0,75% de Comunicação.
O aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem com maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 p.p.), foi determinante para a alta apresentada pelo grupo Transportes. A subida de preços do etanol (1,96%), que em fevereiro havia tido queda de 1,65%, também contribuiu. Óleo diesel (-4,86%) e gás veicular (-2,62%) registraram queda, diferentemente dos demais combustíveis (4,67%). Outro ponto a ser destacado foi a alta de 9,02% nos transportes por aplicativo, após recuo de 6,05% no mês passado.
No grupo Saúde e cuidados pessoais os perfumes (5,88% e 0,06 p.p.) exerceram a maior influência, em contraponto ao que se viu em fevereiro, quando os preços haviam caído 1,66%. Assim, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 2,36% no índice de março, impactados também pelos artigos de maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) continua incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
Já no grupo Habitação o principal fator para a alta de 0,81% foi a energia elétrica residencial (2,85% e 0,11 p.p.). As variações das áreas ficaram entre -1,13% no Rio de Janeiro, onde houve redução de PIS/COFINS, até 11,66% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS, o que também ocorreu em Porto Alegre (10,76%) e Curitiba (10,42%), e em uma das concessionárias de São Paulo (1,12%). No Rio de Janeiro, ocorreram reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas. Ambos entraram em vigor a partir de 15 de março, último dia do período de referência do IPCA-15.
A desaceleração de Alimentação e bebidas tem como razões as quedas mais expressivas nos preços da batata-inglesa (-13,14%) e do tomate (-6,34%). Cebola (-12,13%), óleo de soja (-2,47%), contrafilé (-2,04%) e frango em pedaços (-1,94%) foram outros subitens que também mostraram recuo nos preços. No sentido oposto, os preços do ovo de galinha subiram 8,00% neste mês.
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de 0,40% em fevereiro para 0,68% em março, o que pode ser explicado pelas variações superiores às do mês anterior tanto do lanche (1,02%) quanto da refeição (0,50%).
Único grupo a apresentar queda em março, artigos de residência foi influenciado pela redução de 1,81% dos itens de tv, som e informática, especificamente os televisores (-1,89%) e os computadores pessoais (-1,68%).
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em março. Porto Alegre e Curitiba foram as cidades com as maiores variações, ambas com 1,13%. Nos dois casos a energia elétrica foi a principal responsável, com variações de 10,76% e 10,42% respectivamente. Já o menor resultado foi observado em Salvador (0,37%), influenciado pelas quedas de 10,35% nas passagens aéreas e de 9,13% no seguro voluntário de veículo.
Fonte: economia.ig - 24/03/2023
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