Ceia de Natal: itens variam até 213% em cidades brasileiras
Publicado em 20/12/2022
A ceia de Natal desse ano vai estar mais salgada. É o que apontam os levantamentos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e de unidades do Procon, em cidades brasileiras. Segundo a Fipe, o preço dos produtos da Cesta de Natal mostra aumento de 8,53% em 2022, chegando custar R? 375,96.
De acordo com a Abras, o preço médio de uma cesta de Natal disparou 9,8% desde o ano passado, com um custo de R? 294,75. Um levantamento realizado pelo Procon Recife mostrou uma variação de preço de 213,63%, no panetone gotas chocolate, por exemplo.
O economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, revela que a expectativa dos supermercadistas para o período é positiva, mesmo diante dos aumentos. Já educadora financeira Aline Soaper, especialista em finanças pessoais, ensina como economizar na ceia de Natal.
“Entre setembro e dezembro tivemos a deflação de alguns itens, por isso os supermercadistas esperam vender mais no Natal desse ano, do que no ano passado. A Abras também divulgou que 22% dos supermercadistas projetam o mesmo patamar de vendas de 2021. Apenas 7% estão pessimistas. Essa positividade está relacionada ao aumento do consumo de carnes, previsto em 11,2%. Além disso, também tem o aumento no consumo das aves natalinas e do bacalhau, carnes bovinas, lombo e outros peixes que também devem alavancar o faturamento”, explica o economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados.
Segundo Abras, Sudeste tem as maiores variações de preçosDe acordo com Leandro Rosadas, o levantamento da Abras calculou os valores dos seguintes itens: aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender. Sendo as maiores variações de preços nas regiões Sudeste (17%), Sul (12,7%) e Nordeste (12,6%), enquanto Centro-Oeste e Norte subiram 5,2% e 3,1%, respectivamente. A pesquisa divulgada pela Associação, realizou o cálculo com base na 35 produtos de amplo consumo, que inclui alimentos básicos como: leite, feijão, óleo de soja, arroz, café, entre outros. Os produtos com maior aumento no preço foram o tomate (17,79%), a cebola (13,79%), a batata (8,99%) e a farinha de mandioca (5,69%).
Levantamento da Fipe mostra que uva é itens que mais aumentou
Já o levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), segundo o economista, foi realizado com base nos dados da segunda quadrissemana de dezembro de 2021 e da quarta quadrissemana de novembro de 2022. E analisou o preço de itens mais tradicionais, como chester, peru e lombo. Os preços do peru e chester foram estimados, pois grande parte dos estabelecimentos ainda não possuírem os itens nas gôndolas. O produto da cesta de Natal que mais encareceu, segundo a Fipe, foi o panetone de frutas cristalizadas (16,28%), seguido do peru (15,22%), palmito inteiro (14,79%), atum sólido (13,94%) e champagne (13,56%). Outros itens tradicionais do Natal, consumidos durante a ceia, também ficaram mais caros: a uva (49,15%), a farofa (31,40%), o morango (24,67%), o bacalhau (15,66%) e chester (13,90%) foram os mais afetados pela inflação, na comparação com 2021.
A comparação de preços de itens da ceia de Natal em diferentes cidades dos estados brasileiros, realizada por unidades do Procon em cidades brasileiras, também mostra esse aumento. O quilo do bacalhau do Porto, por exemplo, pode custar de R? 116,90 até R? 260, de acordo com pesquisa no site Mercado Mineiro, em estabelecimentos de Belo Horizonte. O Procon de Campinas, São Paulo, divulgou que os preços de itens da ceia de Natal variam até 160%. O Procon de Palmas, Tocantins, revelou que os preços de itens da ceia de Natal variam até 170%, sendo o quilo do tender suíno bolinha, o que apresentou maior variação. Um levantamento realizado pelo Procon Recife mostrou que a maior variação de preço foi registrada no panetone gotas chocolate, com um aumento de 213,63%.
Confira as dicas para economizarA educadora financeira Aline Soaper, especialista em finanças pessoais, ressalta que do ponto de vista dos consumidores, pelo que as pesquisas projetam, os preços dos itens que compõem a ceia de Natal vão continuar subindo até o feriado. “Os preços altos podem representar uma queda nas compras de fim de ano dos brasileiros. Por isso, é importante se planejar financeiramente, fazer uma lista e evitar excessos. Mesmo com as altas dos preços, é possível fazer uma ceia boa e agradável, que esteja de acordo com o padrão financeiro que a família tem”, revela Soaper.
Para ajudar os brasileiros a economizar na hora de comprar os itens da ceia de Natal, Aline Soaper separou algumas dicas:
1) Adaptar o orçamento à realidade da família“É normal que todas as famílias queiram ter uma ceia boa e farta, mas para isso é preciso adaptar o orçamento à realidade atual, utilizando técnicas que vão evitar o endividamento. No caso das nozes, amêndoas e avelãs, o ideal é trocar por frutas da estação, porque mesmo que estejam mais caras é possível economizar. No caso do peru de Natal, a tradição pode ter um substituto à altura, como o tradicional frango. Quando bem temperado e feito, esse item não deixa nada a desejar”, explica Aline Soaper.
“Outra dica para evitar estourar o orçamento está nas boas escolhas para a ceia de Natal. Neste caso, nas festas de fim de ano, é comum que muitas pessoas prefiram um bom vinho. Mas, como o dólar está alto, o ideal é apostar nos vinhos nacionais, que têm preços melhores. A maioria dos produtos da Ceia de Natal são importados e, como o dólar está alto, é natural que esses itens estejam mais caros. Então para driblar esse aumento e evitar gastos acima do necessário, devemos dar preferência aos produtos nacionais, comprando sempre com antecedência, para aproveitar os melhores preços do mercado", recomenda educadora financeira.
3) Pesquise os preços“Ao comprar qualquer item, a pesquisa de preços é essencial. Nessa hora, o ideal é avaliar os preços em diferentes supermercados. É normal encontrar o mesmo item mais barato em outras lojas. Durante o ano várias pesquisas mostraram variação de preços de produtos, da cesta básica, por exemplo, até no mesmo bairro. Nessa hora vale pesquisar pela internet, nos panfletos dos supermercados”, finaliza Aline Soaper.
Fonte: economia.ig - 20/12/2022
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