No 3º mês de deflação, consumo de produtos mais caros cresceu, dizem supermercados
Publicado em 17/10/2022
De acordo com a Abras, auxílios do Governo Federal e substituição de produtos pelos brasileiros fez com que o país consumisse mais
A trégua da alta dos preços da gasolina fez o Brasil registrar uma deflação de 0,29% em setembro. Diante deste cenário de queda nos preços de forma geral e de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o brasileiro voltou a consumir alimentos mais caros. Essa retomada aconteceu diante de uma análise feita na cesta de mercadorias e inclui também itens de limpeza e higiene pessoal. Segundo o levantamento da Abras, a explicação mais evidente para esse fenômeno é de que o brasileiro está utilizando os auxílios fornecidos pelo Governo Federal. Em entrevista à Jovem Pan News, o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, afirmou que o brasileiro trocou a carne bovina por proteínas animais mais baratas durante a pandemia, por exemplo, essas trocas têm sido mantidas por muito brasileiros: “O consumidor está consumindo mais proteína do que consumia antes da pandemia. A gente verifica que o suíno sai de 15,3 kg e vai para 16,7 kg [consumo per capita]”.“Quando a gente compara 2019, antes da pandemia, com 2021, com pandemia, as proteínas tiveram uma alta. O consumidor está comprando mais proteína. É importante isso para a população porque nós sabemos que as proteínas são necessárias para uma melhor segurança alimentar, porque ela contém muitos aminoácidos e isso faz bem para a saúde e longevidade”, declarou Milan. Na comparação entre as carnes, a de frango seguiu como a mais buscada pelos brasileiros hoje. O consumo por pessoa aumentou de 42,8 kg, em 2019, para 45,6 kg, em 2021. O consumo de carne bovina caiu 9,2% e passou de 30,6 kg, para 27,8 kg. A pesquisa mostrou que a carne bovina e o leite foram os principais produtos que beneficiários do Auxílio Brasil deixaram de comprar e só passaram a pretender voltar a consumir esses dois alimentos depois do aumento do benefício para R$ 600. A pesquisa reforça que, se a gasolina fosse excluída dos cálculos o índice de preços não teria recuado nos últimos três meses.
Fonte: Jovem Pan - 14/10/2022
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