Rotativo a 398% é abuso contra consumidor
Publicado em 05/10/2022

Literalmente, juros abusivos, o que, dependendo da situação, pode até configurar crime contra o consumidor
É difícil atuar na defesa do consumidor sem, periodicamente, advertir as pessoas para fugir do crédito rotativo dos cartões. Temos obrigação de relembrar, frequentemente, os riscos de ‘financiar’ compras com este crédito que é desburocratizado, mas tem taxas astronômicas, que muitas vezes empurram os clientes ao superendividamento. Em agosto último, as taxas do rotativo chegaram a inacreditáveis 398% ao ano. Literalmente, juros abusivos, o que, dependendo da situação, pode até configurar crime contra o consumidor.
É fácil e prático passar o cartão para compras, mas é difícil controlar esse gasto futuro em relação ao rendimento mensal. E isso pode nos levar ao rotativo, se as despesas forem muito superiores à capacidade de pagamento.
Essa modalidade de crédito existe para emergências, e talvez se justifique em casos muito específicos e emergenciais, como ser incapaz de pagar a íntegra da mensalidade do cartão de crédito por doença, desemprego, atraso para receber salário ou outra forma de remuneração. Ainda assim, a sugestão é trocar esta dívida por outra com juros bem menores, como um consignado (nesse caso vale a pena) ou crédito direto ao consumidor (CDC).
Pode-se recorrer, também, a medidas extremas, como vender um bem. Mas há uma vacina contra a necessidade de usar o rotativo e se endividar, e falo nela com frequência: fazer orçamento e segui-lo rigorosamente. Por mais difícil que seja sobreviver com os baixos salários brasileiros, ninguém pode gastar mais do que recebe, excetuando-se, talvez, os governos, que rolam suas dívidas com o nosso dinheiro, arrecadado na forma de impostos, taxas e contribuições.
Igualar renda e despesas mensais equivale a evitar a doença, o que é bem melhor do que ter de tratá-la com medicamentos e outros procedimentos.
Além disso, desconfie da facilidade para obter empréstimos. Dinheiro é algo bem caro, exatamente porque as taxas de juros são muito elevadas. Então, se não exigirem comprovação de renda para acesso ao crédito, significa que você pagará juros acima do mercado.
Portanto, que tal comprar seu sossego e o de sua família, deixando de gastar quando não tiver condições de pagar a conta no final do mês?
Fonte: Folha Online - 04/10/2022
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