Acusado de aplicar golpes, 'Sheik' das criptomoedas foi sócio de Silas Malafaia
Publicado em 30/06/2022
Pastor disse que sociedade era em um negócio para venda de livros gospel e não tinha relação com aplicações financeiras
Acusado de aplicar golpes em investidores, Francisley Valdevino da Silva — que prefere ser chamado de Francis da Silva — abriu um negócio de aluguel de criptomoedas e atraiu alguns clientes, entre eles Sasha Meneghel e o marido, João Figueiredo, que aplicaram R$ 1,2 milhão. O jornal O Globo divulgou que Francis era sócio de Silas Malafaia em uma empresa chamada AlvoX. Segundo o pastor, a sociedade era para um negócio de venda de livros gospel e não tinha relação com criptomoedas.
"Enquanto ele [Francis] investiu nessa editora, não teve uma reclamação de que ele deixou de pagar alguém. Quando ele deixou de pagar, eu caí fora da sociedade", disse ele em vídeo publicado no YouTube. Silas afirmou que nunca fez qualquer indicação para que seus fiéis investissem em criptomoedas. "No ano passado, alertei o povo da minha igreja para ter cuidado com ganho fácil."
Francis, que é chamado por amigos de "Sheik", é dono de centenas de empresas, entre elas Rental Coins, aberta em janeiro de 2019, que prometia lucros mensais de até 8,5% do valor investido em aluguel de criptomoedas.
A promessa era pagar juros de 0,5% a 5% ao mês e devolver os ativos ao fim de um ano de contrato. Uma das formas de atrair clientes era fortalecendo sua imagem de cristão. Inclusive, Sasha e João o conheceram em um culto de uma igreja evangélica. "[Francis] sempre se mostrou bondoso, prestativo e muito religioso", disse ao jornal O Globo um ex-amigo do "Sheik" que levou um golpe de R$ 600 mil.
A estimativa é de que ele tenha conseguido atrair 40 mil investidores. No início, ele pagava conforme prometido. Em outubro de 2021, começaram os atrasos nos pagamentos até que, dois meses depois, pararam completamente.
O "Sheik" alegou que a empresa estava em mudanças e fez um acordo com os investidores de que faria o ressarcimento em 38 prestações, desde que eles assinassem um acordo em que abriam mão de eventuais ações na justiça.
As primeiras parcelas desse combinado foram quitadas, mas logo os pagamentos cessaram. Na sequência, ele tirou do ar a plataforma que mostrava os investimentos individuais dos clientes. Além das centenas de ações civis, Francis está sendo investigado pela Polícia Federal do Paraná e pela Polícia Civil de São Paulo.
Fonte: O Dia Online - 29/06/2022
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