Falso emprego: Especialista alerta para aumento do golpe no Brasil
Publicado em 18/04/2022
Criminosos aproveitam redes sociais e fragilidade das vítimas para receber depósitos
Vagas de meio período, em home office ou não, com remuneração de R$ 800 por dia ou até em dólar. Pode parecer tentador, mas é mais uma modalidade de golpe de falso emprego. Nas redes sociais, são inúmeros os relatos de mensagens recebidas via SMS ou aplicativos de mensagem com supostos recrutadores em busca de funcionários para grandes corporações, como Amazon e Mercado Livre, que na verdade escondem golpistas que atraem vítimas para roubar dados ou até dinheiro.
Para quem está em busca de emprego, a atenção precisa ser redobrada para, pela necessidade, não acabar caindo num golpe. É o que por pouco não aconteceu com Carla Soares, de 27 anos. Desempregada há cerca de um ano, a moradora de Vila São Luiz, em Duque de Caxias, na Baixada, perdeu as contas de quantas mensagens do tipo já recebeu. Em uma das vezes, a tentativa de golpe aconteceu via e-mail. O golpista usou o nome de uma das principais empresas de recrutamento, e na necessidade de voltar a trabalhar, Carla quase pagou os R$ 600 cobrados pelo suposto selecionador para “garantir uma vaga” de balconista de loja.
"Pediam uma taxa de inscrição de R$ 600 para um curso de balconista, e aí eu teria uma vaga guardada numa loja. Bate uma tristeza muito grande. Pensei que fosse finalmente voltar para o mercado de trabalho e melhorar a minha situação e do meu filho. Se eu caísse no golpe, poderia tirar o dinheiro de algo importante, que iria fazer falta, para não dar em nada", desabafa.
O engenheiro de software Thiago Pereira, de 34 anos, também recebeu por SMS uma oferta de vaga que oferecia um salário de até R$ 5 mil no setor de tecnologia da Amazon - por coincidência, na mesma área em que ele atua:
"Um amigo do trabalho também recebeu, mas pelo WhatsApp. Engraçado que era na nossa área, não era uma vaga aleatória. Mas na hora já sabia que era fake porque na nossa área as vagas não aparecem assim, a abordagem é muito diferente. Muitos recrutadores atuam no LinkedIn, por exemplo", conta.
Executivo-chefe de segurança da empresa de cibersegurança Psafe, Emilio Simoni analisa que as tentativas de golpe mais recentes têm levado as vítimas a esquemas de pirâmide. Em todo o país, são cerca de 3,3 mil tentativas de golpes virtuais por dia, segundo levantamento feito pela companhia.
"Os criminosos induzem a pessoa a criar uma conta num site de afiliados, e o primeiro passo é pagar créditos de celular ou então fazer um pix, e esses valores vão para os golpistas. Quem indica mais pessoas, vai ganhando, e no fim das contas, não há emprego algum. Em outras modalidades, dados pessoais e credenciais de redes sociais são roubadas, e a vítima tem os perfis invadidos", avalia.
Bom demais para ser verdade? Desconfie
Oportunidades boas demais, com salários acima da média e sem muitas exigências, podem ser sinais de que a oferta, na verdade, esconde algum tipo de golpe. Um dos caminhos para tira a dúvida pode ser entrar em contato com as empresas citadas ou buscar informações no site dessas companhias, que geralmente têm páginas específicas para falar sobre vagas.
Especialista do portal Vagas.com, Ludmila Seki explica que recrutadores de grandes empresas, como as que estão tendo seus nomes usados nas mensagens de falsas vagas, geralmente buscam candidatos de outras formas:
"O uso desses canais por parte dos recrutadores depende muito do porte e da estrutura do time de RH de cada empresa. Pode haver exceções, mas geralmente empresas maiores costumam divulgar oportunidades abertas somente em sites de emprego mais conhecidos" explica.
Seki também lembra que o caminho mais seguro de encontrar vagas verdadeiras é por meio de plataformas tradicionais de divulgação de emprego ou por meio de indicações de pessoas conhecidas. Além disso, ela explica que as vagas verdadeiras costumam ter uma apresentação mais profissional.
"No caso das plataformas de emprego, se trata de um meio seguro porque não é possível fazer a divulgação de vagas sem um contrato legal entre a plataforma e a empresa. Isso confirma que a empresa existe e que ela inclusive paga para utilização da plataforma, evitando que empresas de mentira possam divulgar vagas de emprego que não existem", conclui.
Fica o alerta: é importante tomar cuidado em todos os momentos, desde a divulgação do anúncio até o contato com o recrutador. Sempre que suspeitar de uma oportunidade, procure na internet sobre a vaga, sobre a empresa e até sobre o recrutador que entrou em contato. Também vale questionar quem fez a abordagem, caso perceba algo estranho.
"Quem cair no golpe, precisa fazer um boletim de ocorrência na polícia, mas independente disso, é muito importante denunciar nas redes sociais, por exemplo, e alertar as próprias pessoas", alerta Simoni.
Fonte: economia.ig - 18/04/2022
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