Projeto propõe bancar 50% do preço do gás de cozinha para famílias de baixa renda
Publicado em 17/09/2021 , por Nicola Pamplona
Relatório do programa Gás Social foi entregue nesta terça (14) e garante seis botijões por ano
O deputado federal Christino Áureo (PP-RJ) concluiu nesta terça (14) relatório sobre projeto de lei que cria o programa Gás Social, que pretende subsidiar a compra de botijão de gás para famílias de baixa renda. O projeto está em regime de urgência, segundo o relator, e conta com o apoio do governo.
O projeto prevê o pagamento de metade do valor do botijão a famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal. O número de famílias atendidas, porém, dependerá de quanto o governo estiver disposto a gastar.
A ideia é que o subsídio seja financiado com a arrecadação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) cobrada cobre os combustíveis, com royalties do petróleo e com parte da receita da venda de volumes de petróleo do pré-sal que pertencem à União.
O debate sobre a volta do subsídio para a compra de gás se iniciou após o começo da pandemia, que teve forte impacto no emprego, principalmente entre informais, e ganhou força no primeiro semestre com a escalada do preço do combustível.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio do botijão de 13 quilos subiu 29% apenas em 2021, atingindo R$ 96,89 na semana passada –há locais onde o preço chega a R$ 100. No ano, a Petrobras aumentou seu preço de refinaria em 38%, acompanhando a recuperação do petróleo e a desvalorização cambial.
No relatório protocolado nesta terça, Áureo diz que o aumento do preço do gás "pressiona demasiadamente a renda das famílias mais pobres, tornando praticamente impossível às famílias em situação de extrema pobreza ter acesso ao gás de cozinha no valor atualmente comercializado".
Com o fim do auxílio emergencial e o desemprego ainda em alta, especialistas vêm alertando para a migração de consumidores para combustíveis mais poluentes, como lenha ou carvão, e pedindo políticas públicas para garantir a consumidores de baixa renda o acesso aos botijões.
"É notório que a necessidade de isolamento social para conter o avanço da Covid-19 aumentou o desemprego e agravou ainda mais a fome em nosso país", defende Áureo, em sua justificativa para a proposta.
À Folha, ele disse acreditar que o projeto será votado logo. "Tem pedido de urgência. O projeto foi retirado da pauta temporariamente porque havia prioridade em outros assuntos, mas já estava na pauta", diz. "O projeto está pronto para votar, então vai a qualquer momento para a pauta."
O projeto do Gás Social aglutina uma série de propostas sobre o tema, tanto de partidos alinhados ao governo quanto de representantes da oposição. Prevê que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil emitam cartões magnéticos para os beneficiários do programa.
A coordenação deve ficar a cargo do Ministério da Cidadania, que firmaria convênios com estados e municípios para acompanhamento e fiscalização do programa. Cada beneficiário teria direito a seis botijões por ano.
Com a popularidade impactada pela escalada dos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro zerou os impostos federaissobre o botijão de gás em março, mas o valor do benefício, de R$ 2,18, acabou engolido por aumentos de preços nas refinarias.
A medida foi criticada pelo mercado, por garantir isenção tanto para famílias pobres quanto para os mais ricos, que destinam parcela bem menor de sua renda para a compra do combustível, ao custo de uma isenção fiscal de cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Parte da arrecadação para o Gás Social, diz Áureo, viria de um aumento na Cide em valor equivalente a essa isenção, com a destinação dos recursos ao subsídio. O Executivo definiria quanto da receita da venda de petróleo poderia ser utilizada.
No fim de julho, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que a Petrobras tinha um plano para reduzir o custo do botijão de gás para a população de baixa renda, mas a empresa afirmou em seguida que não havia qualquer definição e que uma proposta desse tipo dependeria de aprovação pela área de governança.
O estatuto da estatal a proíbe de financiar políticas públicas que gerem prejuízo às suas operações. O texto determina que a empresa cobre da União eventuais prejuízos investimentos de interesse público ou com a concessão de subsídios.
Fonte: Folha Online - 15/09/2021
Notícias
- 25/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Etanol se mostra como opção mais vantajosa que gasolina em 11 Estados e no DF
- Prevent Sênior, Amil e mais 12 planos são processados por práticas abusivas; veja lista
- Trabalhadores recebem primeira parcela do décimo terceiro nesta semana
- Pé-de-Meia: pagamento a estudantes começa nesta segunda
- Após Carrefour, Intermarché suspende venda de carne sul-americana na França
- Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano
- Juíza absolve acusados pela “lava jato” de abrir contas para lavagem de dinheiro
- Quais medidas devem ser incluídas no pacote de corte de gastos? Ex-diretor do BC analisa
- Terceira Turma reforma decisão que condenou plano de saúde a pagar exame realizado no exterior
- Plano de saúde é condenado por cancelamento de contrato de adolescente com TEA
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)