Dívidas no cheque especial, cartão de crédito e carnê ficam maiores após alta da Selic; veja dica dos especialistas
Publicado em 10/08/2021 , por Mariana Cardoso
Diante disso, especialistas explicam o que as pessoas devem fazer para não criar uma bola de neve nos débitos
Com o aumento da taxa básica de juros da economia, na semana passada, o Copom do Banco Central (BC) elevou de 4,25% para 5,25% ao ano, os consumidores devem ficar atentos nas dívidas. Isso porque com a alta, os juros do cheque especial, cartão de crédito, empréstimos e o carnê de varejistas podem encarecer. Diante disso, especialistas explicam o que as pessoas devem fazer para não criar uma bola de neve nos débitos.
De acordo com o economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec-RJ, quando há o reajuste da Selic, há um efeito em todas as linhas de crédito. "É uma taxa de partida, como o governo é o por definição tem o melhor crédito da economia, todas as demais dívidas devem ter um custo maior. Assim, quando o governo aumenta a taxa básica, ele provoca uma reação em cadeia, um efeito dominó, fazendo com que todas as demais taxas fiquem mais caras", explica ele.
Segundo o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, há um efeito direto no aumento da taxa básica de juros. "Todas as taxas de juros vão subir. O efeito de aumento de 1% significa que os juros ao consumidor vão subir 0,08%. Isso quer dizer que, por exemplo, uma taxa de empréstimo de 5% ao mês vai passar para 5,08%. O impacto é direto", explica ele.
Há ainda o efeito indireto com o aumento da Selic, como os problemas de cascata que podem surgir. "Juros mais altos impactam negativamente na atividade econômica. Ela provoca uma redução no crescimento econômico, pode provocar um aumento do endividamento das famílias e no desemprego. Com isso, pode aumentar a inadimplência", explica Miguel.
Entretanto, o aumento de juros não fica parado nesse 0,08% anunciado na semana passada pelo BC. Como a alta da taxa pode provocar um número maior de pessoas endividadas, os bancos podem querer elevar ainda mais seus juros para conseguir repassar os efeitos gerados por esse cenário de menos dívidas liquidadas.
"As instituições repassam tanto a alta da Selic como os prováveis outros efeitos que a taxa básica de juros pode ter na economia. Com isso, pode acrescentar ainda mais o percentual para os consumidores", afirma Miguel.
Nesse cenário, para quem tem dívida e quer tentar sair do vermelho, o melhor caminho é renegociar essas dívidas e pesquisar para tentar fazer uma portabilidade de crédito. "Os bancos podem estar disponíveis para tentar manter a mesma taxa para negociar os débitos. Há também a possibilidade de portabilidade. Agora, se eles perceberem que não há previsão de liquidar, eles não vão flexibilizar essa mudança", indica o diretor-executivo da Anefac. Ao mudar de banco, os consumidores devem avaliar todos os custos e não apenas a taxa nominal de juros, como calcular o Custo Efetivo Total (CET) para saber sobre os valores de seguro, tarifas e o IOF. Dessa forma, eles saberão se vale a pena a migração.
Como os consumidores devem pagar mais caro pelas suas dívidas, quem tem dívida no cartão de crédito e cheque especial pode ter problemas ainda maiores, já que são as linhas de crédito mais caras. Nesse cenário, a portabilidade também é uma alternativa e buscar linhas mais vantajosas.
Fonte: O Dia Online - 09/08/2021
Notícias
- 02/05/2024 Taxa de desemprego fecha primeiro trimestre de 2024 em alta de 7,9%, diz IBGE
- Dia das Mães: 77% dos brasileiros pretendem comprar presentes
- Haddad diz que desoneração da folha de pagamento deve provocar nova reforma da Previdência
- Aposentados seguem no mercado de trabalho para complementar renda
- Casa Civil diz que mais de 9.200 obras do PAC precisam de emendas parlamentares para saírem do papel
- Município de Guarujá indenizará família que teve casa destruída por deslizamento de terra
- Petróleo cai mais de 3%, em meio a preocupações com demanda enfraquecida e após Fed
- Concurso Unificado: governo trabalha para garantir segurança na prova
- "Chupa-cabra" é encontrado em agência do INSS para fraudar benefícios
- Idosa que perdeu o filho após ser atingido por fio de alta tensão deve ser indenizada em R$ 100 mil
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)