Sem "Black Fraude"! Saiba como se proteger de golpes e promoções falsas
Publicado em 23/11/2020
Em muitos sites e lojas físicas, preços já estão mais baixos no "esquenta" para a data de grandes descontos. Mas dá para confiar em tudo?
Já tradicional no Brasil, a Black Friday, marcada neste ano para 27 de novembro , a última sexta-feira do mês, é a esperança de muitos lojistas e comerciantes para salvar o fim de ano, ainda muito impactado pela pandemia. Se por um lado muitos brasileiros realmente buscam aproveitar as promoções e compram os mais variados produtos aproveitando os descontos, todo ano a possibilidade de fraude volta à tona, o que levanta suspeita sobre a data de promoções e pode afetar as vendas.
Para muitos, as promoções não passam de "metade do dobro", as empresas sempre aumentam os preços para depois abaixá-los, "inflando" os descontos e a data de promoções é, na verdade, " Black Fraude ". Afinal, isso é verdade?
A resposta mais direta é: não. Muitas lojas realmente oferecem descontosna Black Friday , desde menores até os mais expressivos, buscam atrair clientes, oferecer condições especiais e, de fato, garantir uma boa experiência aos clientes. Mas há também as lojas e sites que, buscando vender mais, adotam as já conhecidas práticas que buscam ludibriar a clientela, como aumentar o preço para depois oferecer uma oferta maior do que o desconto real, subir o preço do frete, mudar as condições de pagamento sem comunicação clara etc. Para fugir disso, é importante conhecer seus direitos e saber como consumir se protegendo das fraudes, aproveitando os verdadeiros descontos.
A iniciativa "Black ou Fraude" da Reduza ajuda a evitar, além das promoções falsas, o frete abusivo, também comum. Por lá, é possível realizar uma comparação inteligente de preços, analisar os preços de determinados produtos nos últimos 90 dias, comparar o valor da entrega entre diferentes sites e ainda testar automaticamente cupons e descontos. Para usar o Reduza, basta encontrar o produto que você quer comprar na internet copiando o link ou realizando a busca dentro do próprio site, que já funciona no "esquenta" da Black Friday , não fica limitado ao dia de promoções.
Comparando o preço com o de outras lojas, com os meses anteriores, testando cupons e os descontos e garantindo que o frete não é abusivo ou acaba com aquela oferta, seu caminho para aproveitar e comprar por menos fica maior. A ideia é simplificar o processo de busca pelas melhores ofertas.
Além de buscar essa ferramenta, que simplifica sua busca por descontos reais, ofertas que valem a pena mesmo, outro ponto importante é checar se a loja é confiável. Para isso, deve-se buscar sites que tragam ranking de reclamações, como o Procon, o www.consumidor.gov.br ou o Reclame Aqui. Essas pesquisas podem lhe informar, por exemplo, sobre problemas vivenciados por outros clientes, ou até mesmo alertar sobre sites que são na verdade golpes, fraudes.
Pesquisas e atenção
"Os consumidores precisam, além de realizarem pesquisas em sites seguros e nos demais sites de orientação ao consumidor, verificar se as lojas possuem Serviço de Atendimento ao Cliente - SAC ou outros canais de atendimento e reclamações. O ideal é evitar lojas desconhecidas e que não possuem CNPJ, por mais tentadores que os preços possam parecer", sugere Leandro Neva, especialista em Direito Civil e sócio do escritório Nava Advogados.
"Outro cuidado a ser tomado é verificar e ficar atento a todo o procedimento durante as compras virtuais, observando cada passos até sua efetiva finalização, isto porque em algumas lojas o preço pode aumentar em alguma etapa, com a oferta de novos serviços, como frete, seguro, garantia estendida etc., ficando o valor maior do que aquele ofertado, sinalizando uma espécie de pegadinha, na qual os clientes mais empolgados podem cair", completa Nava.
"Existem lojas que fazem uma certa maquiagem nos preços, simulando descontos. É importante controlar os impulsos diante de valores que pareçam baixos, planejando a compra e pesquisando com consciência", orienta Priscilla Amaral, especialista em Defesa do Consumidor da Proteste, associação brasileira de defesa do consumidor e a maior da América Latina no segmento.
Confira dicas da Proteste para se proteger de fraudes na Black Friday:
- Desconfie de ofertas com preço muito reduzido; isso pode ser indício de fraude. É importante lembrar que toda empresa necessita ter margem de lucro para manter suas atividades, portanto, um preço muito baixo requer cautela;
- Verifique as formas de pagamento e desconfie se houver poucas opções. Pessoas mal-intencionadas aplicam golpes via emissão de boletos falsos, direcionando o pagamento para uma conta de pessoa física e não a uma empresa, ou informam que o único meio de pagamento disponível é o depósito em conta;
- Tenha atenção aos produtos descontinuados (fora de linha). Como as lojas já se preparam para as vendas de Natal, muitas aproveitam a Black Friday para liberarem as mercadorias que não conseguiram vender ou que estejam prestes a sair do mercado. Tenha atenção principalmente com produtos de tecnologia ou eletrodomésticos. Do contrário, mais tarde, você pode ter dificuldade em encontrar peças de reposição, caso necessário;
- Consulte sites de reclamações dos consumidores sobre as empresas, como o Reclame da PROTESTE;
- Cheque se a loja tem ao menos uma política de segurança (https-criptografia de 128bits, certificados digitais, site blindado), possui telefone, e-mail do SAC e se consta a política de devolução e troca no site;
- Certifique-se de que a loja informa CNPJ, endereço físico e telefone, com canais de atendimento ao cliente;
- Pesquise o registro da loja no site da Receita Federal , lendo atentamente a sua ficha, que deve conter a data de abertura da empresa, a descrição de suas atividades e sua situação cadastral. Esta última deve ser "ativa". Se a informação for "baixada", "cancelada" ou "inativa", desista da compra;
- Ao comprar em sites estrangeiros, verifique se a oferta realmente vale a pena. Faça a conversão da moeda para o Real, sem esquecer de incluir os valores do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a taxa dos Correios. Alguns produtos ainda podem estar sujeitos ao imposto alfandegário; e
- Ao enfrentar qualquer problema, é importante registrar reclamações com a empresa, seja por e-mail, telefone ou outro canal oferecido. Em caso de dúvida, antes, durante ou depois da compra, entre em contato com a PROTESTE.
Fonte: economia.ig - 22/11/2020
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