Mais de 180 mil postos de trabalho de empregadas domésticas foram perdidos no último ano
Publicado em 15/09/2020 , por Marina Cardoso
Rio amarga fechamento de vagas no último ano. Em 2020, já foram 148 mil
Rio - Um dos segmentos de trabalho que mais tem sofrido no último ano é o de trabalhadores domésticos. Com a pandemia do coronavírus (covid-19) como um dos grandes fatores, cerca de 183 mil postos de trabalho doméstico foram perdidos no último ano, equivalente a menos 33,46% entre empregados domésticos formais, informais e diaristas, acima da média do Brasil que foi 8,83% menor. No Brasil, foram mais de 1,5 milhão de vagas perdidas. Os números são baseados na PNAD Contínua do IBGE do 2º trimestre de 2020 em comparação com o 2º trimestre de 2019.
O Estado do Rio que correspondia por 8,75% dos trabalhadores domésticos em todo o país hoje compreende 7,72%, o que representa uma diminuição de 1,03%. Já na comparação do 2º trimestre deste ano com o 1º trimestre de 2020 o Estado do Rio de Janeiro foram menos 148 mil postos de trabalho doméstico, equivalente a menos 28,91%. Em comparação com a média do Brasil, no Rio representa 7,86% acima, já que no país foi de 21,05%.
Desde que acompanha o cenário de trabalho doméstico no país, Mario Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal (IDL), afirma que estes foram os piores números em termos de perdas de postos de trabalho na área. "Historicamente é a maior perda desde que o IDL faz esse acompanhamento desde 2004. O Rio é um dos mais afetados, saiu da curva e está na contramão de postos de trabalho para domésticas", afirma ele.
Para quem perdeu o posto de carteira assinada, Avelino acredita que mesmo após o fim da pandemia a recuperação desses postos não deve ser boa. "Quando tivermos a vacina vai haver uma melhora, mas acredito que não vai conseguir retomar todas essas perdas, não será como antes. As famílias vão optar por faxinas com trabalhadores sem vínculo. As diaristas, que na pandemia têm sofrido muito mais o impacto, quando a economia der sinal de recuperação serão chamadas para esse trabalho, afetando mais o cenário de CLTs", explica o presidente do instituto. Cenário difícil para desempregados
A empregada doméstica Cintia Oliveira, de 44 anos, faz parte desse universo de trabalhadoras que foram demitidas neste período. Em junho, a ex-chefe disse que iria precisar dispensá-la por não conseguir mais arcar com os custos.
"No auge da pandemia, fui mandada embora porque ex-patroa alegou que estava sem condições de manter meu pagamento. Neste meio tempo, ainda tive uma lesão na coluna e não consegui até agora o auxílio desemprego", reclama.
Cintia perdeu o emprego, a carteira assinada, e precisou se virar para conseguir levar dinheiro para casa. "Tive a ideia de fazer uns cursos online de receitas e comecei a produzir bolos caseiros para vender. É de onde tem saído minha renda, não tem sido fácil esse período de pandemia e baixa na carteira", desabafa Cintia.
Mario Avellino acredita que ainda pode haver muitas demissões, mas para evitar que esse cenário seja pior, ele aponta ações para melhorar as condições do emprego doméstico e evitar novas dispensas. Uma delas é que os empregadores formais recorram à suspensão temporária de contrato ou redução da jornada e salário.
Além disso, as aprovações na Câmara dos Deputados do PL 1.766/2019 que pede a volta da dedução do INSS do empregador doméstico na Declaração Anual de Ajuste do Imposto de Renda e do PL 8.681/2017 que propõe programa de refinanciamento da dívida de INSS do patrão doméstico em até 120 meses, com isenção total da multa e 60% dos juros de mora, podem vir a dar uma ajuda. "Assim pode amenizar a baixa no número de demissões", analisa Avelino.
Fonte: O Dia Online - 14/09/2020
Notícias
- 26/11/2024 IPCA-15 sobe 0,62% em novembro, aponta IBGE
- Carrefour: entenda o caso e o que está em jogo
- Como evitar as compras por impulso e os gastos exagerados no Natal e fim de ano? Veja dicas
- Black Friday: Procon-SP já registrou mais de mil reclamações
- Economia do pente fino nos benefícios do INSS neste ano caiu para R$ 5,5 bi, diz Clayto Montes
- Novos processos seletivos do SEST SENAT oferecem vagas em diversas cidades
- Uber é condenado a indenizar passageira por acidente causado durante a viagem
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)