Quase 70% dos consumidores perderam renda com a pandemia
Publicado em 03/06/2020 , por Luiz Henrique Campos
Estudo organizado pela administradora de cartões paulista DMCard ouviu mais de 15 mil pessoas entre 5 e 12 de maio
Uma pesquisa realizada entre os dias 5 e 12 de maio pela DMCard, empresa paulista administradora de cartões private label, constatou que 69% do total de entrevistados (15.010) tiveram algum tipo de perda financeira desde o início do isolamento social causado pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Também segundo o estudo, 62% acreditam que ainda vão enfrentar algum tipo de problema que as obrigarão a atrasar o pagamento de suas contas.
De acordo com a diretora de marketing e pessoas da DMCard, Sandra Castello, a pesquisa “é composta por pessoas que são portadoras de cartão de crédito e nos permite uma representatividade muito fiel de como anda o bolso desse consumidor economicamente ativo”. Mostra também “se ele sofreu perdas e como o bolo está sendo repartido para o consumo e pagamento das dívidas mais comuns no dia-a-dia da população”.
A pesquisa mostra que a população prioriza o pagamento de contas de consumo como água, luz, telefone e internet (31%). Em segundo plano, a prevalência do consumidor está na quitação da fatura do cartão de créditotradicional (20%). De acordo com o resultado dessa ordem de importância, fica claro que o consumidor está preocupado em manter o seu poder de compra, principalmente do que é essencial, em manter a comida na mesa.
Para Sandra, o cartão tradicional também pode ser utilizado no supermercado, mas, além de não ser acessível a todas as pessoas, ele ainda é percebido como uma fonte que pode ser utilizada para gastos supérfluos.
“Além dessa percepção da importância e peso no orçamento entre os cartões de loja e o tradicional, há outro fenômeno importante de se observar, principalmente nas classes mais baixas, que é a atual dificuldade de se conseguir crédito na rede bancária. Não se trata apenas de uma escolha, muita gente não consegue ter um cartão de crédito tradicional. Com o atual cenário econômico, a rede bancária acaba reduzindo sua aprovação e esse consumidor, muitas vezes ainda desbancarizado, migra para os cartões de loja”, explicou.
Dando sequência àpreferência na quitação de dívidas, foram citados ainda os financiamentos (11%) e a assistência médica (9%).
“Com esses resultados, conseguimos identificar uma linha clara de comportamento. O consumidor prefere pagar primeiro as contas que podem ocasionar a interrupção de algum serviço que lhe faria muita falta no seu dia-a-dia. Em segundo lugar, vêm as dívidas que podem tirar deles o poder de compra, em um momento em que ter crédito é muito importante em caso de emergências”, analisou a diretora da DMCard. Desemprego Apenas 26% dos entrevistados afirmaram estar empregados formalmente, com registro em carteira de trabalho, e sem nenhum tipo de redução em seus ganhos, enquanto outros 15% tiveram redução de carga horária e, consequentemente, em seus rendimentos.
Em contrapartida, 12% foram totalmente afastados do trabalho ou tiveram seus contratos interrompidos, e 15% já entraram na pandemia desempregados. Os entrevistados aposentados são 10% dos respondentes e 21% são profissionais autônomos. Auxílio Emergencial O auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo governo foi buscado por 49% dos entrevistados. Considerando apenas esse grupo, 31% já haviam recebido a primeira parcela. Um grupo composto por 33% não havia sido aprovado, outros 19% foram aprovados mas ainda não tinham recebido e 17% ainda aguardavam resposta. Dentre os 51% que não entraram com o pedido, apenas 1% ainda tinha a intenção de solicitar o auxílio.
Crédito O estudo também avaliou o uso do cartão de loja do supermercado pelos consumidores, principal área de atuação da DMCard, realizadora do estudo, e 41% dos entrevistados afirmaram que um limite maior disponível em seu cartão private label os ajudaria neste momento de pandemia. E, em caso de atraso no pagamento especificamente da fatura desse cartão e posterior acordo, 45% prefere um desconto e pagar tudo de uma vez, 32% preferem um parcelamento da dívida e para 23% bastaria apenas um prazo maior para pagamento.
Fonte: Estado de Minas - 02/06/2020
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