Lucro do Magazine Luiza sobe 54% no ano e alcança R$ 921,8 milhões
Publicado em 18/02/2020 , por Isabela Bolzani
O lucro líquido do Magazine Luiza foi de R$ 921,8 milhões em 2019, um aumento de 54,3% ante o ano anterior, uma disparada ancorada pelo salto nas vendas do ecommerce, que passou a responder por 45% do faturamento da varejista.
Em 2018, o ecommerce representava 36% das vendas totais da empresa. No quarto trimestre de 2018, a participação era de 37,7%.
As vendas totais alcançaram R$ 27,3 bilhões no ano passado. Especificamente no quarto trimestre, período no qual as vendas no ecommerce representaram quase metade (48%) do faturamento, o lucro líquido foi de R$ 168 milhões, queda de 11,4% ante iguais três meses de 2018. As vendas totais no período foram de R$ 9 bilhões, alta de 51%.
O diretor-presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, afirmou que as vendas da companhia em novembro, pela Black Friday, foram boas tanto pelas lojas físicas quanto pelo mobile, mas acabaram trazendo uma “ressaca” para as vendas de dezembro.
Segundo Trajano, os 20 primeiros dias de dezembro acabaram sendo um pouco mais fracos para o Magazine Luiza, principalmente porque muitas pessoas acabaram comprando os presentes de natal a preços promocionais na Black Friday. Ele afirma, no entanto, que esse já era um movimento esperado.
“É algo que acontece desde 2017 e tem se intensificado. É uma realidade inexorável e não tem mais volta. A gente conseguiu compensar um pouco dessa ressaca nos últimos dez dias de dezembro e no pós-natal, também, que foi bastante positivo”, afirmou o presidente à Folha.A queda do lucro líquido, segundo relatório divulgado pela companhia nesta segunda-feira (17), veio pelo aumento de 50,6% das despesas operacionais, que subiram pela consolidação da Netshoes na companhia e por investimentos adicionais.
A varejista ganhou a disputa com Centauro e comprou a integralidade das ações da Netshoes em junho do ano passado, por aproximadamente R$ 115 milhões.
O crescimento no ecommerce da companhia —composto por site, aplicativo de vendas, marketplace e as operações de Netshoes, Zattini e Época Comésticos— foi de 76% em 2019.
A evolução, segundo relatório é justificado pelo ganho de participação de mercado ante a performance dos aplicativos que, segundo a companhia, alcançou 19 milhões de usuários ativos mensais.
Segundo Trajano, a expectativa é de que o crescimento acelerado da companhia se intensifique, com foco em novas categorias e no marketplace, além do avanço no número de sellers (todos aqueles que vendem seus produtos na plataforma de vendas).
“A nossa tendência é seguir com essa estratégia de crescimento acelerado. Vamos continuar investindo em mais lojas, tecnologia e continuar também com o plano de aquisições. Estamos bem abastecidos de caixa e em uma posição confortável pra continuar crescendo e investindo de maneira agressiva”, disse.
No ano, as vendas nas lojas físicas avançaram 17,9%, enquanto no critério de vendas geradas nas mesmas lojas, o avanço foi de 7,8%.
Para 2020 a companhia afirmou, em relatório, que planeja continuar a integração das empresas adquiridas, aumentar o número de parceiros no marketplace —o qual já representa 32,4% do total de vendas no ?ecommerce— e integrar todos os catálogos de produtos.
“O foco deste ano é Magazine Luiza. Vamos integrar as categorias novas e crescer nelas. Todos os nossos esforços estarão em primeiro integrar o catálogo no aplicativo, como fizemos com Zattini e Netshoes um mês depois da aquisição. Também vamos melhorar o marketplace e prover mais serviços para os nossos sellers”, afirmou Trajano.
No final de janeiro, a companhia havia anunciado a compra da Estante Virtual, por R$ 31,1 milhões. A varejista foi a única a apresentar proposta pela compra da plataforma online de livros usados.
Nesta segunda-feira (17), as ações da Magazine Luiza subiram 4,5%, a R$ 58,85, valor recorde. O papel teve a quinta maior alta do Ibovespa.
Com a alta, Magazine Luiza alcança R$ 95,6 bilhões de valor de mercado e ultrapassa Telefônica (R$ 95,4 bilhões) para se tornar a 11ª empresa mais valiosa do índice. A décima empresa mais valiosa é a Weg, com R$ 96 bilhões de valor de mercado.
FINANCEIRAA Luizacred —financeira criada pela sociedade entre Magazine Luiza e Itaú Unibanco e que é responsável pelo financiamento de boa parte das vendas da varejista— teve um faturamento total de R$ 20,6 bilhões no ano, um avanço de 32,5% ante 2018.
Segundo o relatório, o resultado da Luizacred é influenciado pelo aumento da base de cartões e do limite de crédito disponível para os melhores clientes.
Em 2019, o faturamento total do Cartão Luiza foi de R$ 20,3 bilhões, alta de 33,8% na mesma comparação. A carteira de crédito total cresceu 37,4%, para R$ 11,5 bilhões.
O lucro líquido da companhia, no entanto, apresentou um recuo de 54% em 2019, para R$ 87,6 milhões.
Segundo o diretor-presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a expectativa é de continuar crescendo a base de cartões da companhia, principalmente na emissão de cartões pedidos nos meios digitais também.
Ele afirmou, ainda, que as expectativas são positivas para o Magalupay, conta digital por meio do aplicativo lançada pela companhia em janeiro. A conta, integrada com o Banco do Brasil, oferece a possibilidade de pagamento de compras, de contas, transferências com outros bancos e outros serviços.
“Atualmente as transferências de dinheiro entre Magazine Luiza e Banco do Brasil são muito fáceis, basta apenas login e senha. Olhando para a frente, pretendemos fazer isso com os outros bancos também”, disse o executivo.
O diretor-presidente também afirmou que vai estender a implementação do sistema Magalu Pagamentos ao longo do primeiro trimestre.
“Já temos a adquirência com volumes expressivos e o roll out (implementação) deve terminar em março. Queremos passar para a segunda fase. É um dos grandes focos da companhia para este ano. Já estamos antecipando recebíveis e trazendo resultado para o nosso próprio balanço. É uma monetização adicional”, disse.
A varejista lançou a Magalu Pagamentos em dezembro do ano passado com o objetivo de oferecer serviços financeiros para os clientes finais e para os vendedores do marketplace. Até agora, existem 2.000 vendedores do marketplace registrados.
Trajano afirmou que apesar dos avanços na financeira e nas subsidiárias de conta digital, cartões e pagamentos, o Magazine Luiza não quer ser um banco.
“Está todo mundo querendo brincar de banco, mas quando você mexe com dinheiro dos outros, a responsabilidade é enorme. Demoramos um pouco para lançar, mas quando lançamos, veio com estabilidade”, disse.
CONCORRÊNCIAJá sobre o processo de maior competição no segmento, Trajano afirma que segue confiante de que a companhia continue a demonstrar resultados sólidos e ganho de participação de mercado.
“Estamos preparados para lidar com a concorrência e a meta da empresa para este ano é continuar crescendo acima do mercado”, disse.
O posicionamento vem em linha com as ações da companhia dessde que a competição do segmento se acirrou, no ano passado. Um dos principais movimentos foi o avanço da Amazon por aqui, com o lançamento do Amazon Prime.
No dia de lançamento do plano de assinaturas da concorrente americana, as ações do Magazine Luiza tiveram queda de 5% na Bolsa de Valores brasileira, a R$ 32,50.
Outro movimento foi a compra recentemente anunciada da Nike no Brasil pela empresa dona da Centauro, o Grupo SBF. Com a aquisição —que ainda depende de aprovação—, a varejista se torna distribuidora exclusiva da marca.
Segundo os executivos do Magazine Luiza, a expectativa é de um modelo de globalização e integração para usar a malha logística da companhia.
“Estamos trabalhando muito forte na integração do sistema e na logística disso tudo. Atualmente, os clientes da Netshoes já conseguem retirar as compras em 20 lojas do Magazine Luiza e a tendência é de expandir isso para que todos os nossos sellers e categorias possam usar nossa rede própria. Isso vai trazer um aumento nas vendas e uma redução de custo importantes”, afirma Trajano.
Fonte: Folha Online - 17/02/2020
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