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Queda em preço de energia elétrica faz inflação ser a menor para outubro desde 1998
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Queda em preço de energia elétrica faz inflação ser a menor para outubro desde 1998

Publicado em 08/11/2019 , por Diego Garcia

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Mudança na bandeira tarifária foi o principal fator para o impacto no mês

A queda no preço da energia na maior parte do Brasil contribuiu para que a inflação de outubro fosse a menor desde 1998, informou nesta quinta-feira (7) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

O índice ficou em 0,10% no mês passado, menor do que os 0,45% do mesmo período de 2018 e também nos últimos 21 anos. Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou em 2,54%, abaixo do piso da meta fixada pelo Banco Central. A meta está em 4,25% ao ano, com intervalo entre 2,75% e 5,75%. Caso termine abaixo do piso da meta, o BC precisa enviar uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando as razões para o descumprimento.

A mudança na bandeira tarifária foi o principal fator para que a energia elétrica tivesse um impacto de 0,13 ponto percentual negativo em outubro.

“Em setembro, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1 e, em outubro, passou a vigorar a amarela, cujo acréscimo é menor", disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a bandeira tarifária amarela tem custo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidor. Já a vermelha patamar 1 apresenta custo de R$ 4 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

A queda na energia elétrica foi demonstrada em todas as áreas pesquisadas pelo IBGE, com exceção de Salvador e Vitória, ambos com alta nos preços. Em Goiânia, o recuo chegou a 5,99%.

No acumulado do ano, o índice registrou 2,60%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 2,54%. Segundo o IBGE, está abaixo dos 2,89% registrados anteriormente.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três tiveram deflação de setembro para outubro. O principal destaque foi habitação (-0,61%), com uma contribuição de 0,10 ponto percentual negativo no mês.

Alimentação em domicílio teve queda pelo sexto mês seguido, influenciada pela redução nos preços da cebola (-20,84%) e da batata inglesa (-9,06%).

Por outro lado, as carnes apresentaram alta de 1,77%. Já a alimentação fora de casa passou de 0,04% em setembro para 0,19% em outubro. Refeição registrou 0,24%, enquanto lanche marcou 0,32%.

O item vestuário teve a maior inflação do mês passado, com 0,63%. O gerente da pesquisa informou que a alta é natural para a época do ano por conta da mudança de estação. "Resulta na troca de coleção das lojas", disse Kislanov.

Os destaques nesse item são altas observadas em roupa feminina (0,98%), roupa masculina (0,38%), roupa infantil (0,30%) e joias e bijuterias (2,23%).

A alta da gasolina influenciou o preço dos transportes. Com exceção de Brasília e São Luís, todas as áreas pesquisadas pelo IBGE apresentaram variação positiva no quesito combustível (1,38%). 

O economista Luca Klein, da 4E Consultoria, explicou a variação no preço da gasolina. "Ela expõe as influências do aumento internacional do preço do petróleo, reflexo do choque de oferta advindo dos ataques às refinarias na Arábia Saudita", disse ele.

As passagens aéreas também aumentaram (1,93%), após dois meses com variações negativas  (-15,66% em agosto e -1,54% em setembro).

A economista do Itaú Julia Passabom explicou que o núcleo de inflação é uma medida acompanhada pelo Banco Central que procura captar a tendência dos preços sem considerar distúrbios resultantes de choques temporários. "Os núcleos vêm rodando baixos, com média de 0,2% mensais", disse ela.

Além de serviços, outro núcleo são os industriais com padrões sazonais, como etanol e cigarro. "Quando olho o núcleo combinado, serviços e industriais, é mais ou menos 38% do IPCA, e o acumulado está rodando bem abaixo da média de inflação, e tem se mantido baixo em diversas leituras", disse Júlia Passabom.

Com relação aos índices regionais, Campo Grande registrou a maior variação, com 0,31%, influenciado principalmente pela alta no preço das carnes, de 4,47%, e gasolina, 2,29%.

Em contrapartida, São Luís registrou deflação de 0,37%, especialmente pela queda de energia elétrica, que na região ficou em 4,43%. A cebola também influenciou, com 25,65% negativos.

O economista Luca Klein apontou que, em novembro, o IPCA deve ter aceleração. "Em grande parte, devido a mudança de bandeira tarifária de energia elétrica em novembro, de amarela para vermelha 1, e pela continuidade da dinâmica de alta dos preços dos combustíveis", afirmou.

Júlia Passabom, do Itaú, acredita que a inflação deve continuar tranquila, em linha com a avaliação do banco.

Fonte: Folha Online - 07/11/2019

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