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Entenda o que é spread bancário
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Entenda o que é spread bancário

Publicado em 10/10/2019

Discussão sobre juros altos no Brasil está quase sempre acompanhada desse termo 

SÃO PAULO A discussão sobre os juros altos praticados no Brasil vem sempre acompanhada da expressão "spread bancário". Mas, afinal, o que significa exatamente esse termo e qual a relação disso com os juros?

Spread é uma palavra proveniente da língua inglesa, cujo significado, segundo o dicionário Houaiss, em português está atrelado aos verbos abrir, expandir e espalhar, ou ao substantivo extensão, com sentido de diferença entre dois pontos.

 

Na economia, o termo não foge dessas definições. Isso porque o chamado spread bancário também é usado para se referir à distância entre dois pontos. 

Neste caso, é a diferença entre os juros pagos pelos bancos ao captar dinheiro no mercado e a taxa efetivamente cobrada quando esse mesmo dinheiro é emprestado aos clientes.

Em seu Relatório de Economia Bancária divulgado em maio deste ano, o Banco Central lista como componentes do spread bancário a inadimplência, despesas administrativas, tributos (incluindo a contribuição Fundo Garantidor de Crédito) e a margem financeira dos bancos.

Na média 2016-2018, a inadimplência respondeu por 37% do spread, as despesas por 27%, os tributos por 21% e a margem por 15%. Nesse período, apenas a participação da inadimplência caiu.

Esses fatores se somam ao custo de captação para que a instituição chegue à taxa final cobrada do cliente.

Importante destacar que o peso desses fatores varia de acordo com a linha de crédito e o perfil do tomador do empréstimo, pois a inadimplência e os custos administrativos, por exemplo, são maiores em algumas linhas.

Quando o Banco Central decide reduzir a Selic (a taxa básica de juros ou um referencial para as outras taxas), a taxa de captação cai. Basta ver a redução na rentabilidade de uma aplicação feita em um CDB.

Na teoria, quando a Selic cai, os juros de empréstimos também deveriam cair. Mas, na prática, esse movimento não ocorre sempre dessa forma, ou na mesma velocidade, pois o custo de captação representa 37% da taxa final, na média apurada pelo BC.

As componentes do spread, no entanto, podem variar de maneira diferente. Isso acontece por diferentes razões, seja por questão de inadimplência alta no país, que interfere na preocupação dos bancos em emprestar dinheiro, pela velocidade em repassar tais alterações ou por decisões das próprias instituições financeiras em aumentar suas margens, como ocorreu nos últimos anos, segundo os dados do BC.

Fonte: Folha Online - 09/10/2019

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