Impostos e dívidas encurtaram orçamento das famílias no país
Publicado em 07/10/2019
Pesquisa mostra que há menos espaço para investir em patrimônio
Rio - Os brasileiros estão gastando mais com impostos e com dívidas, o que encurtou o espaço no orçamento para investimentos no patrimônio, segundo os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Os números foram divulgados ontem pelo IBGE. A pesquisa não era feita havia dez anos.
O país tem um rendimento médio mensal e variação patrimonial de R$ 5.426,70 por família. Os recursos permanecem concentrados em uma pequena fatia da população: 2,7% das famílias brasileiras detêm um quinto de toda a massa de renda gerada no Brasil. Por outro lado, a faixa mais pobre, que correspondia a um quarto de todas as famílias brasileiras, compartilhava apenas 5,5% de toda a massa de rendimentos e variação patrimonial do país.
Conforme a Agência Estadão Conteúdo, as famílias gastaram, em média, R$ 4.649,03 por mês em 2018. As despesas de consumo absorveram 81% do orçamento, enquanto o pagamento de outras despesas correntes, como os impostos, consumiu outros 11,7% (ante uma fatia de 10,9% na POF anterior, referente a 2008-2009) e 3,2% foram destinados à diminuição de dívidas (ante 2,1% em 2008-2009).
Apenas 4,1% do orçamento foi dirigido a investimentos no patrimônio, como aquisição de imóveis, títulos de capitalização e obras, por exemplo. Na pesquisa de 2008-2009, as famílias destinavam 5,8% do orçamento mensal para reforçar o patrimônio.
A capacidade de investimento das famílias diminuiu, resumiu André Martins, gerente da POF no IBGE. "Pode ser a crise, as famílias estariam adquirindo menos e pagando mais dívidas", disse Martins. "Se você gasta muito dinheiro com a manutenção, sobra pouco espaço para fazer investimento." As despesas de consumo totalizaram R$ 3.764,51 mensais. Na última década, aumentaram os gastos com habitação, Saúde e Educação, enquanto a fatia de recursos destinada a transporte e alimentação encolheu.
Os gastos com habitação consumiram a maior proporção da cesta de consumo das famílias, 36,6%, ante 35,9% na POF anterior. Também aumentou a destinação de recursos para a saúde (de 7,2% para 8,0%) e educação (de 3,0% para 4,7%). Os gastos das famílias com transporte (18,1%) superaram os de alimentação (17,5%) pela primeira vez.
"Na medida em que a renda vai aumentando, a despesa com alimentação diminui. Se você ganhar o dobro vai gastar o dobro com alimentação? Não. Vai gastar em outras coisas", exemplificou Leonardo Vieira, analista da POF no IBGE.
Para Martins, as famílias também podem ter substituído itens de maior valor por outros mais baratos. "Na alimentação, você consegue fazer substituição, trocar um alimento por outro. No transporte não."
A pesquisa identificou ainda que os brasileiros estão comendo mais fora de casa. As famílias gastaram, em média, R$ 658,23 mensais com alimentação, sendo 67,2% (R$ 442,27) com alimentos consumidos no domicílio e 32,8% (R$ 215,96) em restaurantes, bares e lanchonetes. O avanço foi maior entre as famílias de zonas rurais. "Pode ser que o desenvolvimento dessas áreas tenha contribuído. Estão chegando mais estabelecimentos nessas áreas", justificou Martins.
No entanto, o fenômeno também pode ter contribuição de mudanças no mercado de trabalho, com mais mulheres ocupadas fora de casa ou simplesmente mais pessoas da família trabalhando fora do domicílio, acrescentou o pesquisador.
Na última década, os brasileiros gastaram menos do orçamento com carnes, cereais, farinhas e massa, leites e derivados, e óleos e gorduras. No entanto, ganharam importância na cesta de compras os legumes e verduras, frutas, aves e ovos, bebidas e alimentos preparados.
Fonte: O Dia Online - 05/10/2019
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