Só crédito imobiliário fica mais barato com queda da Selic; veja outros empréstimos
Publicado em 24/09/2019 , por Renato Jakitas
Juro da casa própria caiu mais rápido, pois imóvel dado em garantia é retomado, em caso de calote Só crédito imobiliário fica mais barato com queda da Selic;
Com a decisão do Comitê de Política Monetária Nacional (Copom) da semana passada, a taxa de juros Selic caiu 61,40% em um espaço de 24 meses – saindo de 14,25% para os atuais 5,50% ao ano. O novo patamar muda a vida do investidor, que tem visto seu dinheiro render menos na renda fixa, e em tese deixa mais fácil a vida do tomador de empréstimo, que conta com linhas mais acessíveis no mercado. Será?
Em teoria, sim, os gráficos apontam que está mais barato pegar dinheiro emprestado. Na prática, pouca gente percebe essa nova realidade. Isso porque o crédito no Brasil caiu de um patamar que os economistas classificam de “extremamente alto” para “muito alto”. Das linhas de financiamento pessoal, só a de aquisição da casa própria e, em menor escala, a de compra de automóveis novos seguem o ritmo de queda da taxa Selic.
Desconsiderando essa duas modalidades de financiamento – o imobiliário e automotivo – o crédito para pessoa física ficou 25,18% mais barato no Brasil desde o início do atual ciclo de corte da Selic, iniciado em setembro de 2017, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Miguel de Oliveira, que dirige a entidade, diz que é natural que os bancos operem bem acima da Selic para o consumidor. Segundo ele, o crédito imobiliário cai mais rápido porque o tomador dá o imóvel como garantia – “se não pagou, o banco toma”. Nos demais, outras variáveis importam até mais que a taxa básica de juros.
De forma geral, diz, as pessoas superestimam a Selic na formac?a?o dos prec?os no mercado financeiro. “A Selic e? importante, mas e? so? um fator que impacta na hora de definir o prec?o do cre?dito”, aponta. “E? como se eu fosse comprar uma camiseta. Eu pago pelo tecido, pela costureira, pelo transporte. No cre?dito, ale?m da Selic, tem o risco de inadimple?ncia, tem o depo?sito compulso?rio do banco, tem muitas outras coisas.”
Para a economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, falta tambe?m concorre?ncia no mercado. “A gente na?o esta? vendo essa reduc?a?o da Selic chegar para o consumidor final. Mas o mercado e? muito concentrado”, afirma. O Banco Central aponta que os cinco principais bancos do Pai?s (Itau?, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) respondem por 85% do volume de cre?dito.
Os especialistas na?o esperam grandes mudanc?as nesse cena?rio, mesmo que a Selic volte a cair daqui a um me?s e meio, e o mercado ja? fala em 5% ao ano no fim de 2019. Segundo eles, uma queda mais acentuada nas modalidades de cre?dito pessoal depende da retomada econo?mica. “Aumento do PIB e melhora do emprego sa?o os fatores que afetam o cre?dito”, afirma o superintende executivo de nego?cios imobilia?rios do Banco Santander.
Por falar em imo?veis, o cre?dito para habitac?a?o saiu de uma taxa de quase 11% ao ano em setembro de 2017 para 8,4% agora, de acordo com a me?dia dos contratos dos cinco principais bancos capturada pela fintech Melhor Taxa. Antes da reunia?o do Copom da semana passada, a diferenc?a entre essa taxa me?dia dos financiamentos e a Selic era de 2,4 pontos porcentuais, considerada a menor da histo?ria. Agora, e? de 2,9 pontos porcentuais.
Rafael Sasso, da Melhor Taxa, ja? ve? nisso pressa?o para um novo corte por parte dos bancos. “Provavelmente vai ter mais queda de taxa ra?pido”, diz ele, que espera um movimento nos pro?ximos dois ou tre?s meses.
Fonte: Estadão - 23/09/2019
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