3 em cada 10 pessoas utilizam crediário no Brasil, apontam CNDL e SPC
Publicado em 31/07/2019 , por Felipe Siqueira
Foram consideradas para o levantamento as modalidades de carnês feitos em lojas físicas, boletos para pagamentos a prazo e cartões que só podem ser utilizados dentro do próprio estabelecimento
O pagamento de compras por meio do crediário perdeu espaço no consumo do brasileiro a partir do momento que o cartão de crédito passou a se popularizar. Com os 'bandeirados', o acesso ao crédito ficou mais fácil e parcelar as compras passou a ser mais corriqueiro. Mas, mesmo assim, nos últimos meses, o famoso carnê de loja tem garantido seu lugar no varejo no Brasil.
De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o crediário foi utilizado como forma de pagamento por três em cada dez brasileiros entre abril de 2018 e mesmo mês de 2019.
Dentre as opções levadas em consideração como crediário estão os carnês feitos em lojas físicas, boletos para pagamentos a prazo e cartões que só podem ser utilizados dentro do próprio estabelecimento, ou seja, não bandeirados - sem função crédito. As instituições consultaram 805 pessoas.
Ainda segundo o levantamento, metade dos crediários realizados no período de estudo foi feito para lojas varejistas de roupas e sapatos, 43% foram para o setor eletrônico, 20% em supermercados 14% em financeiras.
O educador financeiro do SPC Brasil José Vignoli explica que esse porcentual - de 30% - é um “número interessante”, porque, segundo ele, nos grandes centros, de fato, não há tanto a presença dessa modalidade de pagamento, mas, quando se fala em locais mais afastados, o cenário muda. “Em uma cidade mais longe de São Paulo, você vai ver grandes lojas, que têm vida própria, com crediário próprio, influência e que não são conhecidas no centro”, diz.
Vignoli também pontua que o principal público do crediário está nas classes D e E, principalmente, por não terem acesso facilitado ao crédito. Por muitas vezes, podem até possuir conta em banco, mas não a utilizam para nada além de saques.
Segundo ele, como esse público já está acostumado com a modalidade, não se perde tanto nas contas. “O consumidor típico de crediário é o que tem melhor controle, porque vai pagar o carnê na própria loja. Ele é mais atento às obrigações, porque aquele carnê é muito importante para ele”, diz.
Isso está explícito no levantamento, que mostra que 69% das pessoas fazem o controle do que gastam com o crediário, por meio de caderno, agenda ou papel (33%), planilha de computador (21%) e aplicativo de celular para finanças pessoais (15%). Além disso, 81% das pessoas estão com as contas em dia, quando se trata de crediário.
Por que crediário?
Os principais motivos de as pessoas se utilizarem do crediário como forma de pagamento são falta de condição de fazer uma compra à vista (35%), facilidade em tomar o crediário em lojas (25%) e possibilidade de fazer mais compras (20%). O principal para não se usar crediário é gostar de realizar pagamentos à vista (18,5%).
Dicas
Para não se perder em compras e faltar dinheiro para pagar as dívidas posteriormente, o educador financeiro do SPC dá algumas dicas.
A primeira delas é avaliar a própria situação financeira ao aceitar ou não o crediário - a nova dívida cabe no orçamento familiar?. A segunda é prestar atenção na proposta de crédito que está sendo oferecida, porque, além do preço do produto, há o juro em cada parcela. Para se ter uma ideia, levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, em junho, a taxa média de juros para o setor de compras em crediário ficou em 5,0% ao mês e 79,58% ao ano.
A terceira é pensar bem na proposta da loja. “Ninguém é obrigado a dizer sim, além disso, não se pode tomar este tipo de atitude sozinho, envolva a família”, explica.
Outra dica é não misturar esse tipo de dívida com cartões de crédito, por exemplo, para não ficar sem controle das contas. “Se isso acontecer, o consumidor corre o risco de perder o controle do orçamento.”
Fonte: Estadão - 30/07/2019
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