Dinheiro mais barato com garantia de imóvel pode ajudar endividado
Publicado em 10/07/2019 , por Regina Pitoscia
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgou nesta terça-feira, dia 9, o nível de endividamento das famílias no mês de junho: alcançou a casa dos 64%, o mais alto desde julho de 2013, quando superou os 65%. No levantamento são consideradas dívidas com cartão de crédito, crédito pessoal, carnê de loja, prestação de carro, cheque pré-datado, cheque especial, seguro ou empréstimo pessoal obtidos com financeiras.
O maior vilão continua sendo o cartão de crédito, respondendo por 76% desse universo. O limite de gastos no cartão se traduz em uma linha de financiamento bastante acessível, não requer autorização prévia, não exige garantias, nem qualquer outra burocracia.
Essa facilidade tem um preço bastante alto a quem não contar com o dinheiro suficiente para pagar o total da fatura na data de seu vencimento. Os juros médios mensais do rotativo giram em torno de 10%, e o prazo para pagamento é de apenas um mês.
Depois desse prazo, haverá uma renegociação e parcelamento da dívida, com juros que até podem ser mais baixos, mas que não deixa de esfolar o orçamento do consumidor. Isso porque a sua renda ficará comprometida pelo mesmo período que durar esse financiamento. Enfim, as dificuldades são muitas para se livrar das dívidas no cartão.
“O problema não é ter dívida, a questão é que o brasileiro está mal endividado”, afirma Luiz Pedro Albornoz diretor-executivo da Bari Promotora, que faz parte do Conglomerado Financeiro Barigui. Ele explica que os problemas estão relacionados com os compromissos assumidos a juros altos e por prazos mais curtos. Uma combinação que tende a ser fatal para um controle saudável das finanças pessoais.
A situação do endividamento é agravada pela demora do consumidor em agir. “As pessoas demoram para tomar uma atitude, para procurar o credor ou buscar outras formas de financiamento que permitam liquidar as dívidas, e acaba sendo tarde para encontrar uma boa solução.”
Nem todo mundo sabe, mas existem outras modalidades de crédito que permitem mudar completamente o perfil das dívidas, com juros mais baixos e prazos mais longos de pagamento. Uma delas é o financiamento em que o interessado oferece um imóvel como garantia.
A Bari Promotora é especializada no segmento e oferece essa linha de crédito com juros a partir de 1,09% ao mês mais a variação do IPCA para esse tipo de operação. Condição que se torna mais atraente em épocas de inflação baixa, próxima de zero, ou até de inflação negativa.
No entanto, os juros podem ser maiores e tudo vai depender de uma análise do cliente que inclui seu nível de endividamento, sua renda, sua capacidade de pagamento e também das condições do imóvel, seu estado, seu valor e sua liquidez. Além de empréstimo com imóvel, a Bari também aceita veículo como lastro de operação para valores mais baixos.
Amplamente adotado em outros países, especialmente nos Estados Unidos, o financiamento com garantia de imóvel ainda enfrenta uma certa resistência do brasileiro. Isso porque o bem ficará alienado, em nome do banco ou financeira que concedeu o crédito e só volta para o nome do proprietário após a liquidação do débito. E se houver inadimplência, o risco de perda do imóvel é alto.
“Em casos de inadimplência tentamos renegociar e procuramos evitar ao máximo a execução da dívida”, afirma o diretor. Ele explica que em 90 dias é enviada uma notificação e há um prazo para que se faça um acordo, um acerto do compromisso em outras bases, porque não há nenhum interesse nem vantagens da empresa em ficar com o imóvel.
O processo todo pode levar cerca de seis meses, o imóvel vai a leilão a valor de mercado. Se for vendido, parte do total obtido vai para a liquidação da dívida e o restante para o proprietário. Se não for vendido, haverá um segundo leilão em que o imóvel será oferecido pelo valor da dívida.
Embora exista o risco, o nível de inadimplência na Bari é bem baixo em relação ao total de sua carteira de financiamentos. E as condições mais facilitadas tendem a ajudar o interessado a acertar compromissos mais pesados e equilibrar suas contas.
Outras finalidades
Como o dinheiro levantado é de livre emprego, além de quitar outras dívidas, essa linha de financiamento é indicada para investimentos em um empreendimento, por exemplo. “Nem sempre ter uma dívida é um mau sinal. Ela pode ser uma oportunidade para rentabilizar um ativo que está parado”, explica Luiz Pedro. “A aplicação em negócio próprio é uma forma de ganhar dinheiro, utilizando recursos mais baratos de uma instituição financeira.”
Há, ainda, situações pontuais, em que o interessado tem bens, capacidade de pagamento, mas está sem liquidez para concretizar um determinado projeto. Nesse caso, ele pode conseguir rapidamente o dinheiro e em condições mais facilitadas oferecendo garantias reais. “Na Bari já fechamos contratos com clientes que precisavam do dinheiro para realizar um curso no exterior, reforma de imóvel, ou casamento”, relata o especialista.
Além de crédito com a garantia de imóvel e veículos, a Bari Promotora oferece crédito imobiliário para a aquisição de imóvel sem exigir garantias, com juros a partir de 0,79% ao mês mais a variação do IPCA, e para interessados em montar uma franquia, em que é dado um prazo de seis meses de carência para começar a pagar as prestações. Operações de portabilidade de crédito imobiliário também são analisadas e aceitas pela empresa.
Fonte: Estadão - 09/07/2019
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