Tarifas bancárias subiram até 12 vezes mais do que inflação em dois anos
Publicado em 09/07/2019
Idec analisou 70 pacotes de serviços ofertados pelas cinco maiores instituições do país; alta foi de 14% entre abril de 2017 e março de 2019
As instituições bancárias tradicionais continuam aumentando os valores cobrados por serviços prestados até 12 vezes acima da inflação. A informação é de um estudo feito pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), que também constatou cobrança de reajustes abusivos de pacotes e tarifas bancárias avulsas.
A pesquisa comparou os preços dos cinco maiores bancos do país — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander — entre abril de 2017 a março de 2019.
Ao analisar 70 pacotes de serviços ofertados pelos bancos , o levantamento mostrou que o reajuste médio praticado foi de 14%, ou seja, quase o dobro da inflação no período (7,45%). O banco Bradesco teve variação de até 50% em um de seus pacotes, maior reajuste foi aplicado.
Em relação às tarifas avulsas, entre os 20 principais serviços mais utilizados pelos consumidores, também foram encontrados aumentos acima do esperado: todos os bancos tiveram mais da metade de seus serviços reajustados acima do índice.
Foram encontrados 50 serviços com reajustes entre 10% e 89%, este último 12 vezes mais do que a inflação do período. A única exceção foi o Itaú, que reajustou sete tarifas, ou seja, 35% do total acima da inflação.
De acordo com o coordenador do MBA em Finanças do IBMEC/RJ, Filipe Pires, os maiores bancos detinham, até 2017, 75% das transações de clientes bancarizados. Atualmente, esse número é inferior a 65%, porque está acontecendo uma migração, embora ainda lenta, para bancos menores, como digitais e fintechs.
Ainda segundo ele, com a recessão econômica, os critérios para classificar clientes especiais — Prime, Exclusive, Personalité — foram reduzidos e pessoas com uma renda não tão alta puderam ter acesso ao atendimento diferenciado para que o banco pudesse manter a cobrança da tarifa mais cara.
Até mesmo clientes que tinham rendimentos elevados, mas que perderam seus empregos, por exemplo, foram mantidas na categoria. Nesse casos, é preciso renegociar.
Pires explica que embora o Banco Central (BC) determine que todo banco ofereça uma cesta gratuita de produtos básicos, o serviço não é apresentado no momento da abertura de conta. O gerente oferece, desde o primeiro momento, um pacote com adicionais e preço mais alto, e muitos clientes não têm conhecimento do direito.
“É preciso fazer a conta. Se eu pago R$ 75 pela manutenção de uma conta que me oferece oito TEDs mas, na verdade, só preciso de quatro. Estou pagando caro à toa! Cada operação dessa custa R$ 8, o que resultaria em R$ 32. É um gasto desnecessário”, calculou o coordenador.
O Idec recomenda a busca pelo histórico de reclamações de cada banco, a comparação entre os serviços tarifados e atenção aos anúncios destacados como “sem taxas”, “não praticamos cobrança de tarifas bancárias exageradas” ou “você não paga pela abertura e manutenção de sua conta”.
Fonte: economia.ig - 08/07/2019
Notícias
- 29/11/2024 Mercado Pago registra crescimento de 43% nas transações parceladas na pré-Black Friday
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- 13º salário: parcela única ou 1ª parte devem ser pagas até hoje; veja o que fazer se não recebeu
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- Isenção de IR até R$ 5 mil: meu salário vai aumentar? Alíquota vai subir? Veja o que se sabe
- Programa Pé-de-Meia será incorporado ao orçamento federal em 2026
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)