Governo federal estuda criação de Imposto de Renda negativo, diz secretário
Publicado em 31/05/2019 , por Filipe Oliveira
Marcos Cintra afirma que renda básica universal serviria para criar rede de segurança social
O secretário Especial da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo estuda mudanças no Imposto de Renda, entre elas a criação de um imposto negativo.
O objetivo seria criar uma rede de seguridade social para camadas de renda inferior.
Com o mecanismo, também conhecido como renda básica universal, pessoas que tenham renda em uma faixa abaixo da definida pelo governo passam a receber um valor que as garantiria condições mínimas de subsistência.
De acordo com Cintra, o imposto negativo poderia funcionar tanto em paralelo com o Bolsa Família como também ocupar seu espaço. Segundo ele, a ideia não vem sendo discutida com o intuito de substituir qualquer programa, afirma. Sua diferença, segundo o secretário, é não estar vinculado a outras obrigações, entre elas a educacional, e deixar o cidadão definir como é a melhor forma de usar seu dinheiro.
“Seria um enorme avanço na direção de criar uma renda básica mínima. Isso nos permitiria. Garantir um patamar mínimo de sustentação, uma rede de segurança de toda a sociedade, o que é um sonho do liberalismo”, disse ele em evento promovido pelo Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços) em São Paulo.
Cintra lembra que projetos do tipo vêm sendo adotados de forma experimental em diferentes países (os testes mais conhecidos são realizados na Finlândia). Afirma que a inspiração para o projeto é o economista liberal Milton Friedman (1912-2006), laureado com o Prêmio Nobel.
Segundo Cintra, também está em discussão uma redução na alíquota do Imposto de Renda pago por empresas, que, via de regra, é de 34% sobre o lucro das companhias.
Cintra afirmou que em todo o mundo o imposto vem sendo reduzido, citando o caso dos Estados Unidos, que reduziu a alíquota para 21%.
Segundo ele, a medida é necessária para o Brasil se manter atraente para investimentos estrangeiros.
Sobre a viabilidade da aprovação de uma reforma tributária, Cintra diz acreditar que o momento atual é propício, pois tanto o Poder Executivo como também o Legislativo estão empenhados em ajustar o sistema.
“O executivo sempre teve papel muito reativo a qualquer tentativa de reforma tributária. Sempre houve protagonismo muito forte do Poder Legislativo, enquanto o executivo ficava como um árbitro, avaliava impactos, colocava empecilhos. Isso. Pela primeira vez, não acontece.”
Cintra disse que o governo apoia a PEC (proposta de emenda à Constituição) que tramita na Câmara, baseada em ideias desenvolvidas pelo Centro de Cidadania Fiscal e que unifica tributos federais, estaduais e municipais em um 'único imposto.
Segundo ele, a proposta é complementar a que será apresentada pelo governo, em sua estimativa em cerca de 20 dias.
Por outro lado, Cintra diz ver desafios para aprovação do projeto já no Congresso, em especial pelo risco de ele gerar restrições de governos estaduais com receio de perda de arrecadação.
“Não é fácil fazer governadores e prefeitos abrirem mão de suas competências tributárias. Há uma natural desconfiança em relação a fundos de participação, muitas vezes mutáveis.”
O secretário também voltou a defender a substituição dos encargos pagos pelo empregador sobre a folha de pagamento pela Contribuição Previdenciária, um tributo corado sobre pagamentos.
Segundo ele, a medida serviria para estimular a criação de empregos e a formalização.
Também tornaria o financiamento da Previdência Social mais sustentável no longo prazo, conforme o mercado de trabalho se move para novas formas de relações, como a economia compartilhada de aplicativos como Uber.
Fonte: Folha Online - 30/05/2019
Notícias
- 29/11/2024 Mercado Pago registra crescimento de 43% nas transações parceladas na pré-Black Friday
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- 13º salário: parcela única ou 1ª parte devem ser pagas até hoje; veja o que fazer se não recebeu
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- Isenção de IR até R$ 5 mil: meu salário vai aumentar? Alíquota vai subir? Veja o que se sabe
- Programa Pé-de-Meia será incorporado ao orçamento federal em 2026
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)