Empresas adotam licença-paternidade mais longa para pai cuidar do filho
Publicado em 27/05/2019 , por Marina Dayrell
Após o nascimento dos filhos, a Constituição Federal garante que os pais possam ficar cinco dias em casa para acompanhar o bebê. Algumas empresas, porém, acreditam que o tempo é insuficiente e aproveitam um benefício fiscal concedido pela Receita Federal para estender esse período inicial de convívio para 20 dias.
A Boehringer Ingelheim, farmacêutica alemã com filial no Brasil, é uma das companhias que recentemente aderiu à licença-paternidade maior. Desde janeiro, os colaboradores que se tornam pais podem ficar 20 dias em casa com remuneração. A mudança veio com a adesão ao Programa Empresa Cidadã, da Receita Federal, que prevê a extensão do benefício. Enquanto o funcionário curte o filho, o empregador pode deduzir do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) o total da remuneração paga ao empregado no período.
Mais de 21,2 mil empresas integram o programa, que também aumenta a licença-maternidade em dois meses (de quatro meses para seis). Os dados são da Receita. Mas as adesões ao programa crescem a passos lentos. Entre maio de 2016 e maio de 2017, 859 instituições adotaram a iniciativa – nos 12 meses seguintes, o acréscimo de companhias foi de apenas 9%.
Se ninguém sai perdendo, por que ainda há muita empresa de fora? De acordo com o diretor do Grupo Talenses, consultoria de gestão e recrutamento, Rodrigo Vianna, a adesão tem um processo de maturação. “É preciso ter bons exemplos acontecendo para mostrar às outras empresas os benefícios”, acredita.
Além da dedução no imposto, Vianna também aponta que aderir ao programa é parte da estratégia das empresas para aumentar a atração e retenção de funcionários. “É um benefício indireto, mas alguém que pretende ter filhos nos próximos anos vai fazer essa ponderação na hora de decidir entre duas vagas”.
Aumentar a proposta de valor da companhia foi um dos incentivos da Boehringer Ingelheim. “Revisamos o nosso pacote de benefícios e não vimos lado negativo em aumentar a licença-paternidade”, afirma o diretor de recursos humanos da farmacêutica, Esteban Ziegler.
Em cinco meses, 30 funcionários já usufruíram do benefício, como o analista de excelência comercial Fabiano Pinheiro, de 33 anos, há dois na companhia. Ele já tirou duas licenças-paternidade, uma de cinco dias quando o seu primeiro filho, Joaquim – hoje com dois anos –, nasceu, e a segunda, de 20 dias, este ano, após o nascimento de Ester.
“Cinco dias é pouco porque temos tarefas burocráticas, como o registro da criança. Com os 20 dias, eu consegui ter mais tempo para realmente aproveitar a chegada do bebê e, junto com a minha esposa, dar suporte ao nosso outro filho”, conta.
Outra gigante que também faz parte do Programa Empresa Cidadã é a IBM. Em 2017, a multinacional aderiu à iniciativa e, um ano depois, adicionou mais dez dias à licença-paternidade, totalizando 30 dias. “Os pais ficam gratos pelo tempo a mais com o filho e voltam mudados com a nova experiência. Todos saem ganhando”, conta o gerente de recursos humanos, Bernardo Marinho.
“A pessoa que tem só cinco dias volta a trabalhar com a cabeça desligada, pensando no que está perdendo em casa. Eu voltei mais tranquilo para o trabalho e fiquei mais produtivo”, acredita o gerente Frederico Egli, de 41 anos, que tirou a licença de 30 dias no começo do ano.
Também funcionário da IBM, Fábio Fonseca, consultor de informática, foi o primeiro homem homossexual a tirar a licença na filial brasileira. Em 2018, ele e o marido adotaram duas crianças, de 11 e 13 anos, e Fábio ficou em casa por 120 dias, período concedido pela política de licença-maternidade da empresa.
“Depois de viver a licença você entende a importância. Eu consegui ficar tranquilo no trabalho por conta do período que passei com meus filhos.”
Fonte: Estadão - 26/05/2019
Notícias
- 29/11/2024 Mercado Pago registra crescimento de 43% nas transações parceladas na pré-Black Friday
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- 13º salário: parcela única ou 1ª parte devem ser pagas até hoje; veja o que fazer se não recebeu
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- Isenção de IR até R$ 5 mil: meu salário vai aumentar? Alíquota vai subir? Veja o que se sabe
- Programa Pé-de-Meia será incorporado ao orçamento federal em 2026
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)