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Após quase quatro horas de reunião com Infraestrutura, caminhoneiros descartam ameaça de greve
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Após quase quatro horas de reunião com Infraestrutura, caminhoneiros descartam ameaça de greve

Publicado em 24/04/2019 , por Camila Turtelli, Felipe Frazão, Mariana Haubert e Tânia Monteiro

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Segundo os representantes, o governo fez a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as mudanças do preço do diesel  

BRASÍLIA - Com a promessa de que o governo vai fiscalizar o cumprimento da tabela de preços mínimos para o frete rodoviário, caminhoneiros descartaram nesta segunda-feira a ameaça de uma nova paralisação. Cerca de 30 representantes da categoria estiveram reunidos por quase quatro horas com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na sede da pasta em Brasília. Ao deixar o encontro, eles afirmaram que as bases “foram acalmadas”. 

“Não houve um acordo, mas sim um compromisso de uma agenda positiva”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno. Ele disse que os representantes levaram ao governo algumas questões que não eram de conhecimento das autoridades e que em troca receberam o compromisso de que a tabela será de fato fiscalizada. “Esse compromisso deve acalmar as bases e não deve haver paralisação nesse momento”, disse. 

      

Outra questão que, segundo os representantes, teria sido fechada pelo governo é a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as mudanças do preço do diesel. O primeiro reajuste seria feito até o dia 29, de acordo com as alterações que o valor do combustível sofreu desde o início do ano. Segundo Bueno, o governo ficou de calcular de quanto será essa mudança. “A categoria está confiante nesse governo”, disse.

Um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, afirmou que os próprios caminhoneiros deverão serem agentes de fiscalização, levando denúncias de empresas que não estão cumprindo a tabela à CNTA, que por sua vez repassará à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e governo. O ministério teria se comprometido também a retirar multas a motoristas que fizerem as denúncias.

Dedeco que participou da convocação de uma nova paralisação para o dia 29 de abril pediu que os caminhoneiros “se acalmem e esperem”.

Confiante

Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não vê risco de uma nova greve geral de caminhoneiros. “Ele (o presidente) está confiante de que não haverá uma parada por parte dos caminhoneiros”, disse.

Na semana passada, líderes dos caminhoneiros autônomos, insatisfeitos com o pacote anunciado pelo governo e com o aumento de 10 centavos no preço do diesel, agendaram uma paralisação para o dia 29 de abril. "A expectativa do governo do presidente Jair Bolsonaro, que mantém diuturnamente canal de ligação aberto com a categoria, é de que não há motivos para essa paralisação", disse Rêgo Barros.

A avaliação do governo é que o principal problema dos caminhoneiros é a falta de fretes, já que empresas começaram a montar a própria frota para burlar a exigência de pagar o preço mínimo do frete, uma das medidas adotadas pelo ex-presidente Michel Temer para colocar fim à greve de maio do ano passado, que provocou uma crise de abastecimento no País.

Segundo o porta-voz, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) faz acompanhamento cerrado e análises de risco e há convicção do presidente do “espírito patriótico” dos caminhoneiros. "Com base nesse espírito patriótico que o presidente, somando-se ao acompanhemento realizado por outros órgãos do governo, entende que no momento as condições para estabelecimento dessa parada não se fazem presentes", relatou o porta-voz.

Lideranças de diversas regiões do País estiveram reunidas por mais de três horas com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. A intenção dos representantes era cobrar do governo o cumprimento da tabela de preço mínimo do frete, a fiscalização do dispositivo e também a adoção de um gatilho que atrele reajustes do diesel ao piso do transporte.

O risco de uma paralisação fez com que Bolsonaro ligasse ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e pedisse que suspendesse o reajuste no preço do diesel. No dia, a petroleira teve perda de R$ 32 bilhões no seu valor de mercado porque o mercado reagiu mal ao que considerou uma intervenção. Na semana passada, Castelo Branco anunciou aumento de 0,10 centavos no litro do diesel.  Horas antes do anúncio, o Planalto anunciou uma série de medidas para a categoria, como linha de crédito do BNDES para manutenção dos veículos e R$ 2 bilhões para manutenção das estradas.

Fonte: Estadão - 23/04/2019

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