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Lucro ajustado do Bradesco sobe 13% em 2018, para R$ 21,6 bilhões
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Lucro ajustado do Bradesco sobe 13% em 2018, para R$ 21,6 bilhões

Publicado em 01/02/2019 , por Tássia Kastner e Anaïs Fernandes

Lucro contábil avançou 30%; carteira de crédito teve fôlego menor

O Bradesco anunciou nesta quinta-feira (31) um aumento de 13,4% em seu lucro líquido recorrente em 2018, para R$ 21,564 bilhões, contra R$ 19,024 bilhões no ano anterior.

O lucro líquido contábil saltou 30%, de R$ 14,7 para R$ 19,1 bilhões.

No quarto trimestre, o ganho desconsiderados efeitos extraordinários foi de R$ 5,83 bilhões, 19,9% maior que o obtido no mesmo período do ano anterior.

A carteira de crédito do banco cresceu 7,8% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 531,6 bilhões.

O avanço ajudou a compensar a redução de receita com empréstimos no acumulado de 2018, reflexo da queda da taxa de juros e da redução dos spreads (diferença de custo de captação e taxa de juros cobrada dos clientes), afirmou Octavio de Lazari, presidente do banco, a jornalistas.

“Não tem mais como manter o spread como a gente praticava. E com os spreads comprimidos, a única solução é crescer volume”, afirmou.

A margem financeira com crédito em 2018 foi 2,2% menor que a de 2017, R$ 48,5 bilhões. As demais fontes de receita do banco compensaram o resultado, e a margem financeira total somou R$ 63,3 bilhões em 2018, 6% de crescimento.

Para 2019, o banco fixou projeção de crescimento de 9% a 13% na carteira de crédito e expansão da margem financeira de 4% a 8%.

O crescimento do crédito ainda será puxado pelos segmentos pessoa física e pequena e média empresa, isso porque as grandes empresas ainda não retomaram investimentos, afirmou Lazari.

Ele diz, contudo, que agora os projetos já saíram da gaveta e foram para cima da mesa, indicando que a recuperação pode começar em breve. Há ainda a expectativa de que empresas se financiem via mercado de capitais, o que também está no radar do Santander, que divulgou seus números de 2018 na véspera.

O presidente do Bradesco disse ainda que a inadimplência do banco está em um patamar mais elevado do que gostaria, apesar da trajetória de queda. Atualmente, os atrasos superiores a 90 dias estão em 3,51%.

Segundo ele, as novas safras de empréstimos apontam para menor risco de calote, indicando que o índice de inadimplência deve cair nos próximos trimestres.

As despesas para cobrir eventuais calotes caíram 30% em 2018, para R$ 14,53 bilhões, diminuindo a pressão sobre o balanço do banco a medida em que o pior da crise econômica fica para trás.

Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, porém, houve um crescimento de 4,5% nessa despesa, reflexo do aumento das concessões de crédito.

O banco fechou o ano com ROE (retorno sobre o patrimônio, uma medida importante para acionistas) em 19,7%, voltando a casa dos 20% após a aquisição do HSBC, cuja junção começou em 2016.

Lazari diz que o banco não oferece guidance para o indicador, mas vê perspectiva de melhora.

Após a compra do HSBC, o banco havia sofrido uma restrição dos órgãos reguladores (Cade e Banco Central) que impôs dois anos sem que o banco pudesse fazer novas aquisições.

Com o fim desse veto, Lazari afirma que o Bradesco irá analisar todas as propostas que vierem do plano de privatizações do governo.

NEXT

O Bradesco disse, ainda, que espera fechar 2019 com 1,5 milhão de clientes no Next, o banco digital criado do zero pela instituição para atrair um público mais jovem.

Segundo Lazari, 77% dos clientes que abriram conta no Next não tinham relacionamento com o Bradesco.

Com o novo banco, o Bradesco tenta fazer frente às fintechs (empresas de tecnologia do setor financeiro). Só o Nubank disse ter 2,5 milhões de clientes na Nuconta no final do ano passado. O Banco Inter, que se posiciona como um banco digital, também fechou 2018 com 1,5 milhão de clientes.

Fonte: Folha Online - 31/01/2019

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