Brasileiro tem optado cada vez mais por transferência de dívida entre bancos
Publicado em 30/08/2018

De acordo com um balanço feito pelo Banco Central, entre os meses de janeiro e julho de 2018, foram negociados R$ 15 bilhões, enquanto que, no mesmo período do ano passado, o volume foi de R$ 8,8 bilhões; confira
A transação financeira que permite ao consumidor fazer transferência de dívida, sem custos, de um banco para outro, em busca de melhores taxas para a quitação do empréstimo, cresceu 70% no primeiro semestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado.
O Banco Central (BC), responsável por medir o volume de operações da chamada portabilidade de crédito, apurou que, entre janeiro e julho de 2017, foram negociados R$ 8,8 bilhões relativos à transferência de dívida . Enquanto que, neste ano, o montante passa de R$ 15 bilhões.
Por que aumentou o volume de transferência de dívida?
Para o fundador da Associação Brasileira das Empresas de Fintech, Rafael Sasso, a maior procura pela portabilidade é explicada pela redução da taxa de juros e pelo fato de que, atualmente, há muito mais informações disponíveis sobre o procedimento, fazendo com que muitos brasileiros pesquisem sobre a possibilidade e façam uma portabilidade de crédito .
Como no caso do consumidor Rodrigo Veloso, que adquiriu um crédito imobiliário em 2016 para terminar a casa que construía em Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo. Ele conta que, na época, pegou um crédito de alto custo, em torno de 12%, e quando a casa ficou pronta, neste ano, a alternativa foi buscar outra possibilidade de financiamento.
Nessa ‘brincadeira’, Veloso conseguiu reduzir a parcela do financiamento em cerca de 20%. “Deu uma aliviada no orçamento familiar, no mês a mês. O custo efetivo total, por ano, ficou em torno de 10%”, relembra.
Somente na modalidade de financiamento imobiliário , o aumento no volume das transações foi de 20% no segundo trimestre de 2018 frente ao trimestre anterior, movimentando mais de R$ 1,827 bilhão, conforme aponta a Plataforma Melhor Taxa, dedicada a mostrar as tarifas entre bancos e mutuários e que também simula opções de portabilidade a partir das ofertas de taxas feitas pelos bancos.
Em uma das simulações enviadas à Agência Brasil , foi constatada uma economia de mais de R$ 160 mil na ‘troca de dívidas’. O cenário foi o seguinte: uma pessoa de 32 anos, com um imóvel de R$ 800 mil, com um financiamento de R$ 500 mil, em 2016, e prazo de 30 anos. No momento de concessão do crédito, os juros eram de 11,24% e, durante a simulação, um banco ofertou uma taxa de 8,9%.
Embora a redução seja de 2,34 pontos percentuais (p.p), Rafael Sasso aleta que é preciso olhar o custo efetivo total, que inclui outras taxas cobradas pelo banco.
Sendo assim, antes de ‘trocar de dívida’, é preciso também considerar os custos adicionais do processo, como avaliação do imóvel e valor de transferência de alienação junto ao cartório de registro de imóveis.
Além disso, Sasso informa que, para iniciar a negociação, o banco no qual está a dívida de origem deve fornecer ao cliente interessado em fazer a operação informações como saldo devedor, número de parcelas a vender, taxas de juros e outros dados que dizem respeito ao crédito.
“No caso de pessoas dívidas, o valor e o prazo da nova operação não podem ser superiores ao valor do saldo devedor e ao prazo remanescente da operação a ser liquidada”, alertou.
Dificuldades da ‘troca de dívidas’
De acordo com o Sistema de Registro de Demandas do Cidadão, que é responsabilidade do BC, foram registradas cerca de 500 mil manifestações, das quais 61% eram reclamações dividas entre as que são reguladas pelo BC e as não reguladas. Entre as que têm regulação do órgão central, a portabilidade de crédito teve 50 mil ocorrências, um total de 27%.
Para o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi – SP), Flávio Amary, as dificuldades estão relacionadas ao fato de ser um serviço novo, mas que, em breve, vai se tornar mais ágil e simples, uma vez que essa burocracia para fazer transferência de dívida tende a diminuir cada vez mais.
Fonte: Brasil Econômico - 29/08/2018
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