Brasil leva goleada nos juros
Publicado em 18/06/2018 , por Vinicius Torres Freitas

Taxas de juros no atacadão de dinheiro voltam a níveis do pânico da semana passada
O pânico da semana passada nos mercados financeiros se transformou em fervura constante. O termômetro mais pop desse tumulto, o preço do dólar, parecia indicar que a febre baixava.
A moeda americana, que foi a quase R$ 3,97 no meio da confusão, voltara à casa dos R$ 3,70. Era o efeito do antitérmico das intervenções do Banco Central no câmbio.
Nos juros, o mal-estar continuava. Nesta quinta-feira (14), houve calafrios, taxas superando os níveis dos dias de crise da quinta-feira passada (7). Trata-se aqui dos negócios no atacadão dos mercados de dinheiro.
O custo de financiar investimentos e a dívida do governo está subindo, ao que parece de modo duradouro, não se sabe bem para qual patamar. Para uma economia que mal e lentamente se recuperava da recessão, é um choque.
A gente ouve por aí um saudosismo dos resultados da economia em abril, antes do caminhonaço, números que pareciam até bons, dada a lerdeza do primeiro trimestre. Mas não era grande coisa, mesmo antes da batida de caminhão de maio.
A massa dos rendimentos do trabalho desacelerava desde fins de 2017, por exemplo, péssimo sinal, dado que essa recuperação dependia basicamente de consumo das famílias.
O choque de confiança e as perdas diretas provocados pelo paradão caminhoneiro serão tanto mais agravados quanto mais tempo durar a fervura dos juros, tudo envenenado pela alta agora relevante do dólar.
Em suma, os donos do dinheiro não aceitam financiar governo ou nada mais pelas taxas pré-caminhonaço. O que está em discussão é o preço. Grosso modo, enquanto segue a queda de braço, se livram de certos títulos da dívida pública, apostam em dólar.
No caso do câmbio, é jogo pesado mesmo. A munição extra que o Banco Central prometeu usar nesta semana praticamente se esgotou (swaps cambiais, operações financeiras equivalentes à venda de US$ 20 bilhões; US$ 18 bilhões já se foram). O dólar foi a R$ 3,81, em parte vitaminado por tumultos no mercado lá fora.
Pode-se fazer um bom dinheiro apostando contra o Banco Central, em alta adicional do dólar, especulando que a autoridade monetária em algum momento vai intervir menos no câmbio. Afinal, o BC preciso guardar bala para as turbulências que a eleição deve provocar.
Há quem chute que o paniquito renovado tenha se devido apenas à falta de sinais sobre novas intervenções. Pelo sim ou pelo não, no fim desta quinta-feira o Banco Central disse que terá mais US$ 10 bilhões para atirar, na semana que vem.
Disse ainda que tem mais bala na caixinha: que o volume de operações de swap dos tempos terminais de Dilma Rousseff não é um limite (as operações de swap estão em US$ 56 bilhões; em 2015, chegaram a US$ 115 bilhões).
Resumo da ópera, as taxas de juros voltaram aos níveis mais altos dos dias do pânico da semana passada. A taxa de juro real "básica" no mercado chegou a perto de 3,4% ao ano (estava em 2,30% antes de o Banco Central decidir manter a Selic, em 17 de maio). Se ficar por aí, é como se tivéssemos regredido a agosto do ano passado.
Povos do mercado querem que o Banco Central chancele a alta de juros na praça, querem aumento da Selic na semana que vem e nos próximos meses. Em tese, se as expectativas de inflação continuarem no cabresto (e por ora não há motivo maior para que não estejam), não faz sentido elevar a Selic. Mas querer sentido não é uma atitude sensata nestes tempos.
Fonte: Folha Online - 15/06/2018
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