Carro, destruidor de patrimônio
Publicado em 12/06/2018 , por Marcia Dessen
Desapeguei e parei de rasgar dinheiro mantendo um carro parado na garagem
Ter um carro na garagem disponível para usar quando quiser ou precisar é prático, conveniente, confortável. Mas, se você usa pouco, como eu, será que vale a pena ter e manter um carro? Do ponto de vista financeiro, posso afirmar que não.
Se as razões que justificam o custo e a decisão de comprar e manter um carro se alteram, é momento de repensar. Foi o que aconteceu comigo. Decidi vender o carro e não comprar outro, é claro, convencida de que posso usar outro tipo de transporte quando precisar, como, aliás, já faço nos dias de rodízio.
Meu carro foi comprado há seis anos e tem 28 mil quilômetros rodados, prova concreta do baixíssimo uso.
Resolvi fazer as contas, como sempre apregoo nesta coluna, para saber quanto dinheiro eu perdi e deixei de ganhar em razão do carro.
Foi comprado por R$ 100 mil e vendido por R$ 60 mil, prejuízo de R$ 40 mil com a desvalorização. O custo de manutenção em seis anos não foi pequeno: o seguro custou R$ 13 mil, o IPVA, outros R$ 14 mil, e as revisões programadas pelo fabricante levaram mais R$ 8.000, num total de R$ 75 mil.
Se eu juntar a esse montante o valor que deixei de ganhar, o número aumenta bastante.
Se o capital de R$ 100 mil tivesse sido investido no mercado financeiro há seis anos, eu teria recebido rendimentos líquidos de aproximadamente R$ 70 mil. Somados ao valor que saiu do meu bolso, chegamos a R$ 145 mil, uma pequena fortuna alocada em um ativo que só gera despesa e destrói patrimônio.
Não levei em consideração o dinheiro gasto em combustível, pedágios, estacionamento, multas e táxi utilizados nos dias de rodízio. Assumo que esse será o custo recorrente com o meio de transporte que usarei doravante, quando não estiver me deslocando a pé, pelo bairro onde moro e no qual encontro tudo o que preciso ao redor.
E ainda posso alugar as duas vagas de garagem no condomínio e ganhar uma grana extra...
Uma bicicleta, para percursos um pouco mais longos, mas ainda dentro do perímetro do bairro, não está fora de cogitação, será uma forma de unir o útil ao agradável. O que, para mim, ainda é um talvez, para muitos pode ser a escolha óbvia do próximo meio de transporte nesta São Paulo que acolhe cada vez mais as bikes e seus usuários.
Quem foi o felizardo que ficou com o meu carro? Meu filho, que, diferentemente de mim, usa (e muito) o carro diariamente com o deslocamento para o trabalho e nos finais de semana.
A comemoração dele foi dupla porque, além de ter agora um carro seminovo, não o comprou, mas o recebeu em doação, isenta da incidência de imposto, aproveitando a política vigente no estado de São Paulo.
O ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação) é de competência estadual, cabendo a cada ente da Federação regulamentar sua aplicação. No estado de São Paulo, a alíquota de 4% não incide quando o valor transmitido pelo mesmo doador ao mesmo donatário em um ano civil não ultrapassar 2.500 Ufesp (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), o equivalente a cerca de R$ 64 mil em 2018.
Doação planejada de quaisquer bens e direitos de pequeno valor, inclusive em espécie, se beneficiando de eventual isenção fiscal concedida por seu estado, é uma boa estratégia de planejamento sucessório.
E você sabe quanto custa, de verdade, manter o seu carro? Que fatia da sua renda ele consome? Você gasta mais com o carro do que com moradia, educação dos filhos e lazer? Repense o significado e a importância dele na sua vida
Fonte: Folha Online - 11/06/2018
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