Sufocados por Previdência, RJ, RS e MG não saem da crise
Publicado em 06/11/2017
Se os demais Estados brasileiros já enxergam um alívio fiscal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul não param de se endividar e ainda não dão sinais de recuperação.
Nos últimos 12 meses, um aumento médio nas receitas de 6%, sinal de reaquecimento da economia, fez com que as contas dos Estados ficassem mais equilibradas.
No mesmo período, porém, a proporção de despesas com pessoal sobre a receita de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro aumentou.
"É um momento em que já é possível separar quem consegue se resolver de quem tem um problema mais estrutural", diz Manoel Pires, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas). "A crise é pior nos Estados que oferecem serviços públicos há mais tempo e que têm muitos servidores aposentados."
Os Estados repassam verbas para Legislativo e Judiciário e pagam aposentadoria dos inativos, gastos fixos sobre os quais não há como fazer ajuste. Em 2016, 11% da receita líquida dos Estados ia para outros poderes.
Por isso, muitos optaram por cortar despesas atrasando salários dos servidores ativos, interrompendo prestação de serviços públicos e barrando investimentos.
Gustavo Morelli, diretor da Macroplan, que fez um estudo sobre gestão estadual, afirma que, devido à recessão, "esse é o primeiro ciclo de governadores que vai deixar uma economia menor que receberam" desde 2005.
"Todos os Estados reduziram sua capacidade de investimento, na qualidade e cobertura de serviços."
O peso dos inativos é especialmente dramático no Rio Grande do Sul, onde os gastos com aposentados são 83% maiores do que com servidores ativos.
A despesa bruta com pessoal já chega a 83% da receita corrente líquida.
Com dívida de R$ 58 bilhões, o Estado ainda não fechou os termos de adesão ao plano de recuperação do governo federal.
O governador José Ivo Sartori (PMDB) discorda das privatizações exigidas pela União. Há três semanas, porém, o governo cedeu em uma delas e anunciou que vai vender 49% do banco Banrisul.
Já o Rio de Janeiro foi o único Estado em que houve queda do valor nominal da receita nos últimos 12 meses. "É uma recessão regional, um ciclo vicioso. Os servidores que estão sem receber não estão consumindo", diz Pires.
A arrecadação com royalties do petróleo, que levou R$ 8,7 bilhões aos cofres do Estado em 2014, caiu pela metade em 2016 -a expectativa é que o aumento da produção do pré-sal neste ano eleve novamente essa receita.
O Rio assinou o programa de socorro da União em setembro. "O acordo é problemático porque não prevê nada que recupere a economia", diz Bruno Sobral, economista da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
O plano prevê um aumento das receitas via alta do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) e a criação de um fundo para cobrar empresas que tiveram benefícios fiscais.
"O Rio não vai se resolver em si mesmo. O Estado deveria estar disputando com os outros entes federativos por mais receitas, como ICMS sobre petróleo, senão vamos virar a Grécia", afirma Sobral.
Em Minas Gerais, o governo estadual declarou calamidade fiscal e optou por adiar cortes. Ainda assim, em fevereiro, foi anunciado um contingenciamento de R$ 1 bilhão do Orçamento, sendo R$ 148 milhões da área de educação.
À Folha, o governo de Minas afirmou que não deixou de pagar salários, mas parcela, desde fevereiro de 2016, os vencimentos de quem ganha mais que R$ 3 mil.
TETO DO INSS
Os Estados em crise sentem hoje o efeito de custear quem se aposentou segundo regras já antigas, quando não valia a Previdência complementar.
É uma condição necessária para a vigência do teto do INSS, hoje em R$ 5.531, como máximo pago de aposentadoria a seus servidores. Quem se aposentou antes tem direito, em alguns casos, ao último salário integral recebido.
No Rio de Janeiro, a Previdência complementar vale para quem ingressou na carreira a partir de 2013. Em Minas Gerais, o regime passou a valer em 2015, e, no Rio Grande do Sul, em 2016.
Fonte: Folha Online - 05/11/2017
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