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Gilberto Braga: Morar fora do país exige planejamento
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Gilberto Braga: Morar fora do país exige planejamento

Publicado em 13/06/2017 , por Gilberto Braga

Rio - Nos últimos três anos aumentou em 68% o número de pessoas que deixa o Brasil para viver em outros países. Os dados são oficiais em Receita Federal do Brasil, com base nas declarações de Imposto de Renda de saída definitiva do país. A desilusão com a nossa realidade, a crise moral, política e, sobretudo, econômica, tem levado um número crescente de pessoas a abandonarem nossas terras para tentar a sorte em outras nações.

Esse comportamento tem sido mais frequente naqueles que perderam o emprego nesta crise e não estão conseguindo se recolocar no mercado trabalho. Aproveitam o dinheiro da rescisão, vendem carro, eletrodomésticos, móveis e tudo que não podem levar e vão à luta viver na Austrália, Portugal, Espanha, Argentina, Estados

Unidos e Canadá.

A questão a ser enfrentada é que não basta sair com disposição de fazer qualquer coisa. É preciso planejar a viagem com os mesmos requisitos de quem vai abrir um novo negócio. Estudar as chances, questões de visto para trabalho, quanto tempo você consegue se sustentar até se estabilizar. Por outro lado, é preciso conviver com as diferenças culturais, com o risco de ser segregado como um estrangeiro que está roubando um emprego de um nativo e com a saudade do Brasil, da família e dos amigos.

Por isso, largar tudo por aqui e colocar o pé no mundo não é uma decisão a ser tomada por impulso. Tudo tem que ser pensando nos mínimos detalhes, escolhendo-se o novo país e cidade, buscando onde você terá maior chance de empregabilidade. Um trampolim que muitos usam é o de primeiro escolher um curso para fazer, que pode funcionar como uma primeira experiência para sondar as alternativas. Se tudo der certo, já fica por lá mesmo. Outro ponto de difícil solução é o de ir com a família ou sozinho, sendo cada situação única.

O que deve ser evitado, é a decisão de ir sem se organizar, com visto de turista e conseguir subempregos, sujeitando-se a qualquer tipo de função. Pode até dar certo, mas na maioria da vezes não é assim. Além do risco de deportação pela situação irregular, passado um tempo, o dinheiro normalmente acaba e a pessoa volta mais desiludida com a vida do que quando resolveu sair do Brasil.

Fonte: O Dia Online - 12/06/2017

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