Crise mais profunda no país leva consumidor adiar novas compras
Publicado em 08/06/2017
Segundo a pesquisa, os principais motivos do consumidor são a tentativa de economizar (23%), os preços mais elevados (18%), o fato de estarem endividados (15%) e a redução de renda (10%).
Os consumidores que planejam reduzir os gastos em junho chegam a 58%, de acordo com o Indicador de Propensão ao Consumo, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
Segundo a pesquisa, os principais motivos são a tentativa de economizar (23%), os preços mais elevados (18%), o fato de estarem endividados (15%) e a redução de renda (10%).
Mais aperto
A maior parte dos entrevistados diz que não tem sobra nem falta de dinheiro (42%) e 37% dizem estar no “vermelho”, sem conseguir pagar todas as contas. Somente 15% dizem estar com sobra de dinheiro. Excluindo itens de supermercado, na lista dos produtos que os consumidores pretendem comprar em junho, roupas, calçados e acessórios foram citados por 23%. Em seguida, aparecem os itens de farmácia (22%), recarga de celular (18%) e perfumes e cosméticos (13%).
— A quantidade de consumidores no limite de seu orçamento pode ser reflexo da crise econômica, mas também não se pode desconsiderar a falta de organização financeira, que leva ao acúmulo de dívidas e a todas as consequências que decorrem do aperto, como o stress e até o desentendimento familiar — afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Fatura
O levantamento também apontou que 42% dos consumidores utilizaram algum tipo de crédito em abril. O cartão de crédito foi a modalidade mais usada (36%), seguido de cartão de loja e crediário (14%) e limite do cheque especial (6%). Houve também utilização de empréstimos (4%) e financiamentos (3%), modalidades com critérios de concessão mais rigorosos.
— O tempo que o consumidor passa cuidando de suas finanças pode determinar se, no final do mês, ele estará em aperto e em dificuldades ou com as contas em dia
— acrescentou Kawauti.
Entre os consumidores que usaram o cartão de crédito em abril, 36% relataram aumento do valor da fatura, enquanto que para 38%, o valor permaneceu o mesmo, e para 25% houve diminuição.
O valor médio reportado foi de R$ 917,30, desconsiderando-se os 30% que não souberam responder exatamente quanto gastaram no cartão. Os itens de supermercado lideraram a lista de bens comprados, citados por mais da metade desses entrevistados (59%). Em seguida, 58% mencionaram a compra de remédios e itens de farmácias.
Consumidor no rotativo
Para Marcela Kawauti, uma forma de evitar o desequilíbrio é não contratar um limite que comprometa toda a renda.
— O consumidor com dificuldades de exercer o autocontrole na hora das compras deve evitar limites muito altos. Se o valor da fatura for igual ou próximo à sua renda, são grandes as chances de esse consumidor acabar no rotativo, pagando juros que excedem 400% ao ano — afirmou.
A maior parte dos entrevistados (46%) disse que é difícil ou muito difícil contratar empréstimos e financiamentos no banco. Apenas 16% avaliam como fácil. Um quinto (21%) dos consumidores afirmou que, em abril, teve crédito negado em alguma loja. Nesse item, apenas 9% foram barrados por estarem negativados, 4% devido à renda insuficiente e 3% por não poder comprovar a renda.
Necessidade
De acordo como SPC Brasil e a CNDL, 47% dos consumidores nessas modalidades de crédito atrasaram pagamento de parcelas. Sendo que 18% ainda estão com parcelas atrasadas.
Para economista-chefe do SPC Brasil, se o empréstimo não visa a cobrir uma necessidade emergencial. Pode ser o caso de esperar mais um pouco para toma-lo.
— Convém analisar a real necessidade de assumir um compromisso que, muitas vezes, só acaba depois de anos. Se o objetivo é a realização de um sonho de consumo, o mais prudente é constituir, antes, uma reserva financeira. Já se o objetivo for o pagamento de dívidas, o consumidor deverá optar por condições mais favoráveis. Buscar juros menores e um plano de pagamento que caiba no seu orçamento. Caso contrário, pode cair no endividamento novamente — concluiu Marcela.
Fonte: Portal do Consumidor - 07/06/2017
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